Um recente   estudo científico   conclui que   "ir a um concerto de 15 em 15 dias pode levar a que se viva pelo menos durante ma...

Diário de Bordo: #1 (Abril)


Um recente estudo científico conclui que "ir a um concerto de 15 em 15 dias pode levar a que se viva pelo menos durante mais uma década". A ser verdade, razão tem uma amiga minha que comentou “vamos viver bué, Zé”. Fonte da juventude ou não, o certo é que a música ao vivo tem outro sabor e quase sempre separa o trigo do joio camuflado em misturas e remisturas de estúdios e Macs. Larguemos, pois, os cds, os vinis, o “streaming” e mergulhemos no “in vivo”. Nesta coluna irei, mensalmente, partilhar uma agenda pessoal de concertos em Lisboa e arredores que, a seu tempo, serão alvo de um pequeno relatório. Poderão não ser os melhores, mas são os que escolhi. 


Dia 6 – Eleanor Friedberger na Galeria Zé dos Bois (Bairro Alto) 22h
O “aquário” da ZDB vai receber a americana que fez grande parte da sua carreira com seu irmão Mathew no duo “The Fiery Furnaces”. Com o seu quarto álbum prestes a sair (Maio), esperamos uma “fornalha” a bombar, talvez mais pop, mas sempre interessante.

Dia 7 – Pás De Probléme 16h - 21h ???
Pois! Três concertos em locais secretos das 16h às 21h (só quem tem bilhete comprado em pré-venda saberá onde). Quem já viu sabe que são absolutamente imparáveis e é necessário estar em boa condição física. Depois direi se resisti.

Dia 8 -   Duo Contrasti (“An intimate View”) no Espaço Cultural Cinema Europa 16h
Depois da Padráda da véspera, talvez um pouco de relaxamento faça bem. Este casal de excelentes instrumentistas da Orquestra Metropolitana de Lisboa que, ao longo do ano, vão de escola em escola contando a história de compositores clássicos, apresentam-nos, desta feita, versões de algumas bandas sonoras. Podem não ser as que mais gosto, mas é sempre bom ver o meu amigo Ercole fora das aulas de Yoga. Om.... Om....Om....

Dia 17 – Sleaford Mods na Galeria Zé dos Bois 22h
De volta a um “aquário” já esgotado para ver um dos duos mais surpreendentes da cena actual. O punk-electrónico vai inundar a sala e espera-se não menos do que mostraram no Nos Alive de 2016. English tapas, anyone?

Dia 20 – Jacuzzi boys na Galeria Zé dos Bois 22h
Adivinhem? De volta ao “aquário”! Já me sinto um peixe. Alguma expectativa para ver este trio de Miami com um estilo moderno e renovado de “garage rock”. Nunca tive a oportunidade de os ver, mas são reconhecidos pelas suas potentes actuações ao vivo. Na ZDB, a experiência comprova, temos um cenário potencial para que aconteça algo de único.

Dia 22 – Beautify Junkyards no DAMAS 17h
Uma matiné sabe sempre bem e com os Beautify Junkyards ainda melhor. Agora contando com a violoncelista sueca Helena Espvall e com o seu mais recente álbum editado pela inglesa Ghost Box, entramos pelo “Invisible world” da música improvisada com alguns toques alucinogénicos.

Dia 23 – Arcade Fire no Campo Pequeno 20h
Uma banda que nunca deixo de ver quando visitam Portugal (espero ter agenda para o inesperado regresso a Paredes de Coura este ano). Os já muito famosos canadianos nunca me desiludiram e espero que esta vez não seja excepção. Veremos se continuam a ter “everything” now.

E pronto, para este mês é o que tenho previsto. O dinheiro e o tempo não dão para tudo, mas é provável que algo possa aparecer pelo meio. Se considerar interessante, disso darei notícias. Para Abril já tenho mais do que a dose quinzenal recomendada pelo médico. Façam o mesmo. Até já.


TEXTO: JOSÉ MARQUES