tag:blogger.com,1999:blog-59203341819975646492024-03-24T00:11:34.522-07:00AQheliuuummmhttp://www.blogger.com/profile/15354729585103442874noreply@blogger.comBlogger1013125tag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-36412060236041408752023-07-26T08:25:00.017-07:002023-07-26T17:41:05.388-07:00Salvação para um metro apinhado de gente: Lifeguard no mp3<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXDcO2NUqhjPLGjxlDt-u8KLEaL9riWQbbKBZ1DW9pdcBSUnMA2KIvTkKJv1L7I73az6IvyPV4VxY1C3SZWtrYxvBuPwOoeE3OU_qXhCpsy_5CFlO1x-7u37IXynNi4GEJs_4RxeECCZ-RaDYGCk6e-o87OLWG8ZBhVB0M6QoAeNBKuHzq84u0fZsaDJdj/s600/ef15c5f5-14d7-4a75-abd8-d6f4aca690ce.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXDcO2NUqhjPLGjxlDt-u8KLEaL9riWQbbKBZ1DW9pdcBSUnMA2KIvTkKJv1L7I73az6IvyPV4VxY1C3SZWtrYxvBuPwOoeE3OU_qXhCpsy_5CFlO1x-7u37IXynNi4GEJs_4RxeECCZ-RaDYGCk6e-o87OLWG8ZBhVB0M6QoAeNBKuHzq84u0fZsaDJdj/s16000/ef15c5f5-14d7-4a75-abd8-d6f4aca690ce.jpeg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;"><span style="background-color: white; text-align: left;">Imagem: Carlos Lowenstein</span><br style="animation-name: none; background-color: white; text-align: left; transition-property: none;" /></span></td></tr></tbody></table><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Não é verdade que a música que se criava há duas, três ou quatro décadas era melhor. Talvez fosse mais fácil aceitar as preferências das rádios e de outros canais de difusão que colocavam bandas no centro dos holofotes em detrimento de outras. E talvez, caras associadas à divulgação de música levavam melómanos a consumi-la por confiarem nas sugestões desses especialistas. A máquina era pensada de outra forma e nem sempre chegava aos ouvintes com o imediatismo de agora. Hoje, sabemos que a partilha online é imediata, mas também mais efémera. Todos são produtores, promotores e criadores, as funções mesclam-se na era da cultura democratizável. </span></div><span style="font-family: arial;"><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">Talvez seja também mais difícil ouvir algo que nos faça vibrar por carecer de peculiaridade. Mas a sede de outras sonoridades é saciada quando discos conseguem modelar as expressões faciais. Os americanos </span><b><a href="https://lifeguardband100.bandcamp.com/album/dressed-in-trenches"><span style="color: #e06666;">Lifeguard</span></a></b><span style="color: #444444;"> são um desses casos. A banda que podia fazer parte do clã Stranger Things, inspira-se no <i>garage</i>,<i> </i>pós-punk,<i> indie rock</i> desconstruído dos anos 90, enfatizado pelos Sonic Youth, para criar música que suscita interesse. De um lado Kai Slater canta melodias e toca a guitarra retro conturbada, do outro Asher Case marca o ritmo com palavras e baixo e ao centro Isaac Lowenstein marca o tempo com batidas intensas. A energia vai alimentando a evolução de uma banda que ainda é recente, mas com todos os nutrientes necessários para lançar discos que necessitamos de juntar à nossa <i>playlist</i>.</span></div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">O baixo propulsivo de Case e a bateria intensa de Lowenstein alimenta a euforia colectiva, própria de jovens idealistas que vêem nos palcos, estúdios e pessoas à sua volta a sua libertação. Como alguém disse, é como se Sonic Youth e Drive in dessem à luz um filho. Ou uma filha. E </span><a href="https://lifeguardband100.bandcamp.com/track/alarm"><span style="color: #e06666;"><i><b>Alarm</b></i></span></a><span style="color: #444444;"> marca esse momento. Esta estranha relação intergeracional que liga gerações diferentes, as mais novas, que muito ou pouco sabem sobre a vida, depende da idade com que se depara com tragédias anti-natura, aos mais velhos, com experiência sobrelotada com memórias, só é possível pela magia que a música tem. Uma coisa é reveladora, as influências são essenciais para o género de música que os Lifeguard fazem. O trio não pretende ser um arquivo musical que traz à superfície a imitação de guitarras <i>underground </i>de décadas passadas, pelo contrário, é o produto de uma comunidade que traz uma nova roupagem alicerçada ao revivalismo do rock de 90.</span></div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD-8ZZ5DB_rDc-Kz_oQABOpVNNzxCZyaK_DHvGQ_QHIZOdhULOkTzNYkrBWcfBxS3l2aX_Ki7fspJC-R7xIdKipo2c3tlfNIFxQaAOoqRaDtvBStqSCMe4SnNmwNjKbS1v21h07dnA3EQ8jjFpepFq2odJVmEZL_GSJkL2w6HfP2kPDkjuUsTiwOHB_ypL/s700/a2284653004_16.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="700" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD-8ZZ5DB_rDc-Kz_oQABOpVNNzxCZyaK_DHvGQ_QHIZOdhULOkTzNYkrBWcfBxS3l2aX_Ki7fspJC-R7xIdKipo2c3tlfNIFxQaAOoqRaDtvBStqSCMe4SnNmwNjKbS1v21h07dnA3EQ8jjFpepFq2odJVmEZL_GSJkL2w6HfP2kPDkjuUsTiwOHB_ypL/w400-h400/a2284653004_16.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-size: x-small;">Dive</span></td></tr></tbody></table><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">No álbum de estreia </span><a href="https://lifeguardband100.bandcamp.com/track/dive"><span style="color: #e06666;"><b>Dive</b></span></a><span style="color: #444444;">, os Lifeguard apresentam linhas de baixo que poderiam animar até temas pós-punk mais sombrios, uma bateria apaixonada que aumenta a tensão até ao ponto de ebulição e guitarras ferozes tão saturadas de distorção que se espalham pelas salas. </span><a href="https://lifeguardband100.bandcamp.com/track/unfold"><span style="color: #e06666;"><i><b>Unfold</b></i></span></a><span style="color: #444444;"> é sem dúvida o tema que mais chama a atenção pela brincadeira rítmica que o trio cria e </span><a href="https://lifeguardband100.bandcamp.com/track/fishnet-2"><span style="color: #e06666;"><b><i>Fishnet</i></b></span></a><span style="color: #444444;"> volta a Sonic Youth como referência maior, mesmo que não seja consciente. As referências de Lifeguard vão de Tortoise, Fugazi a Unwound - bandas que nasceram sem nenhum membro de Lifeguard existir ainda. Contudo, o adn poderia justificar a tendência para o tipo de sonoridade, uma vez que o baixista e vocalista Asher Case é filho de Brian Case (Facs) que comentou com Munaf Rayani de Explosions in the Sky que a incursão do seu filho na música foi por vontade própria e influência de amigos. Verdade seja dita, </span><b><a href="https://lifeguardband100.bandcamp.com/track/dive"><span style="color: #e06666;">Dive</span></a></b><span style="color: #444444;"> transparece a exploração de três miúdos com curiosidade para desbravar novos caminhos e cuja pegada é mais transformadora e ousada ao rock do género feito em décadas passadas.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3bHCxBxXVfv00qVpxB_LQDA2vo-q1c6qYPJ6KMvh9ioaicAqzgCvMpJh8UoBk2BETodsQ-cGN1J_a-E5QDMBFmCwqX9o_YupPfVjbDjV62VKlUv7q-yV8TVxPyrxKnbPfKGGBC43k-LBYVbADrxpBNx7V675zqrWSD4BrV1MOdFBq9RFqQJ9T3_0hfrl9/s1200/a3151182764_10.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3bHCxBxXVfv00qVpxB_LQDA2vo-q1c6qYPJ6KMvh9ioaicAqzgCvMpJh8UoBk2BETodsQ-cGN1J_a-E5QDMBFmCwqX9o_YupPfVjbDjV62VKlUv7q-yV8TVxPyrxKnbPfKGGBC43k-LBYVbADrxpBNx7V675zqrWSD4BrV1MOdFBq9RFqQJ9T3_0hfrl9/w400-h400/a3151182764_10.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-size: x-small;">Crowd Can Talk</span></td></tr></tbody></table></div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div></span><div style="text-align: center;"><iframe seamless="" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=1498088680/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=333333/tracklist=false/track=1330495115/transparent=true/" style="border: 0; height: 470px; width: 350px;"><a href="https://lifeguardband100.bandcamp.com/album/dressed-in-trenches">Dressed in Trenches by Lifeguard</a></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><div style="font-family: arial; text-align: justify;"><span style="color: #444444;">O mais recente trabalho resulta de um esforço colectivo. </span><b><i><a href="https://lifeguardband100.bandcamp.com/track/17-18-lovesong"><span style="color: #e06666;">17-18 Lovesong</span></a></i></b><span style="color: #444444;"> fica no ouvido por tempo indeterminado, aparentemente inspirado por relações desfeitas e por uma profunda autorreflexão. O tema esboça um misto de sentimentos sincronizados por um pós-punk que pede um passeio de bicicleta acelerado. A compilação de dois EPs, </span><a href="https://lifeguardband100.bandcamp.com/album/crowd-can-talk"><span style="color: #e06666;"><b>Crowd Can Talk</b></span></a><span style="color: #444444;">, lançado ano passado via Matador, originalmente editado pela Born Yesterday, e </span><a href="https://lifeguardband100.bandcamp.com/album/dressed-in-trenches"><span style="color: #e06666;"><b>Dressed in Trenches</b></span></a><span style="color: #444444;">, uma colecção de cinco temas, lançado a 7 de Julho, gravado no estúdio Electrical em Chicago, pelo engenheiro de som Mike Lust, é a nossa recomendação para escuta e salvação para um metro apinhado de gente. Lifeguard mostra que a cena juvenil de Chicago encontra-se de boa saúde.</span></div><div style="color: #444444; font-family: arial; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; font-family: arial; text-align: justify;">Texto: Priscilla Fontoura</div></div>
<script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>
Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-31487828296263471732023-06-20T09:25:00.005-07:002023-06-20T09:33:10.000-07:00Um disco perfeito para a época estival: Auvergnication de Ultra Zook<div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b>Género:</b> alternativo, experimental, avant-garde, rock</span><span style="background-color: white; border: medium none; color: #444444; font-family: arial; font-size: 16px; letter-spacing: 0.16px; list-style: outside none none; margin: 0px; outline: none medium; padding: 0px; text-align: start;"><div style="text-align: justify;"><b>Autores:</b> Ultra Zook</div><div style="text-align: justify;"><b>Disco: </b><span style="font-size: medium; letter-spacing: normal;">Auvergnication</span></div><div style="text-align: justify;"><b>Lançamento:</b> 5 de Maio, 2023</div><div style="text-align: justify;"><b>Editoras:</b> Dur et Doux, <span style="background-color: transparent;">Coolax, Araki Records, L'Etourneur, Not a Pub e Gnougn, Ignominie</span></div></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><iframe seamless="" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=496534883/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=333333/tracklist=false/transparent=true/" style="border: 0; height: 470px; width: 350px;"><a href="https://ultrazook.bandcamp.com/album/auvergnication">Auvergnication by ULTRA ZOOK</a></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span><span style="color: #444444;">Espera-se, de alguns "mensageiros" que nos enviam emails, novidades interessantes. Os </span><b><a href="https://duretdoux.com/en/home/"><span style="color: #e06666;">Dur et Doux</span></a></b><span style="color: #444444;"> fazem parte da faixa que não desilude sempre que nos chega uma notícia da editora de Lyon. Falam do novo disco de </span><b style="color: #444444;">Ultra Zook</b><span style="color: #444444;">, uma banda francesa formada em 2011 que agora lança </span></span><a href="https://ultrazook.bandcamp.com/album/auvergnication"><b><span style="color: #e06666;">Auvergnication</span></b></a><span style="color: #444444;">, trabalho que se enquadra na época estival e tem como pano de fundo a Auvérnia, região montanhosa rica em florestação, com estâncias termais e vulcões adormecidos. Clermond-Ferrand, lugar onde decorre um dos festivais de cinema mais importantes da Europa, é a principal cidade da região. O quinto disco (3 EPs) e segundo álbum, que contém 9 temas, abunda em talento e criatividade, tanto conceptual quanto musicalmente. François Arbon (saxofone e trombone), Flo Borojevic (percussão), Ilya Faraut (voz) são os músicos convidados deste disco que contribuíram com linhas e texturas sonoras. Imagino a diversão em torno da criação de Auvergnication. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio0jHsTepRN0u-ycIYZsCc-XjfrtjunwzRiXk7O5SGcNFKRFd5NKMwT5zUExGZvxWs7_Ili3EmINQg--tCfNLlwrts0MAW_mo-IuF4FGebp3v4M_bfsJj6VxWo4retcDHA_njhlOsLp65zS2yl8mepY3de_srxQxFYls6cDJjnAKtKE9l0TJ9WKUhbeQxl/s1200/0015513338_10.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="963" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEio0jHsTepRN0u-ycIYZsCc-XjfrtjunwzRiXk7O5SGcNFKRFd5NKMwT5zUExGZvxWs7_Ili3EmINQg--tCfNLlwrts0MAW_mo-IuF4FGebp3v4M_bfsJj6VxWo4retcDHA_njhlOsLp65zS2yl8mepY3de_srxQxFYls6cDJjnAKtKE9l0TJ9WKUhbeQxl/w514-h640/0015513338_10.jpeg" width="514" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Ultra Zook</span></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span><span style="color: #444444;">Não se tem como intuito detalhar cada faixa de Auvergnication. Essa tarefa cabe a quem o quiser ouvir. No entanto, alguns temas merecem ser destacados, como é o caso de "</span><a href="https://ultrazook.bandcamp.com/track/r-ve-avec-les-red-hots"><span style="color: #e06666;"><b>Rêve avec les Red Hots</b></span></a><span style="color: #444444;">", pelo imaginário revelado por um dos integrantes da banda, que há 10 anos sonhou que conheceu [os outrora até interessantes, mas agora chatos], Red Hot Chili Peppers. Ressaltam "</span><a href="https://ultrazook.bandcamp.com/track/jai-limpression-qucest-plus-a"><span style="color: #e06666;"><b>J'ai l'impression qu'c'est plus ça</b></span></a><span style="color: #444444;">", que conta a história de um desentendimento amoroso, "</span><a href="https://ultrazook.bandcamp.com/track/laspi"><span style="color: #e06666;"><b>L'aspi</b></span></a><span style="color: #444444;">", que segue os pensamentos de uma pessoa que está a aspirar a casa e "</span><a href="https://ultrazook.bandcamp.com/track/cet-enfant-l"><span style="color: #e06666;"><b>Cet Enfant-là</b></span></a><span style="color: #444444;">", que fala sobre uma separação e o fato de que nunca nascerá um filho dessa união. "</span><a href="https://ultrazook.bandcamp.com/track/compl-tement-pl-tement"><span style="color: #e06666;"><b>Complètement Plètement</b></span></a><span style="color: #444444;">", cujo texto foi escrito pelo irmão do último membro do grupo Jérémie Bardiaux, joga com palavras e ritmos. O meu preferido? "</span><a href="https://ultrazook.bandcamp.com/track/salut"><span style="color: #e06666;"><b>Salut!</b></span></a><span style="color: #444444;">". É festivo e causa gargalhadas. Auvergnication é um bom disco para acompanhar as férias junto de amigos melómanos que tanto falam sobre como conseguiram enganar o ChatGpt sentados numa tampa de sanita, como fritam batatas fritas cobertas com aioli às 5 da manhã depois de uma maratona no youtube a ver vídeos de luta do Rambo turco. Este disco é divertido. Se conseguir roubar um sorriso de alguém que esteja a passar por uma depressão profunda, deixará certamente o trio contente. Bandas como Za!, Red Wings Mosquito Stings e </span></span><a href="https://www.acordesdequinta.com/2020/03/wunderkammer-destroying-yourself-is-too.html"><span style="color: #e06666;"><b>Zach Hill</b></span></a><span style="color: #444444;"> remetem, aqui e ali, para o som dos franceses. </span></span></div><div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"> </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Assinala-se o gesto bonito das editoras que se uniram para distribuírem o disco: Dur et Doux, Coolax, Araki Records, L'Etourneur, Not a Pub e Gnougn e a Ignominie para a versão K7. A capa colorida, autoria de Matt Konture, deixará o arquivo musical ainda mais interessante e, segundo um membro de Ultra Zook, já o testou no rádio do carro. Parece que a experiência correu bem, excepto nas alturas em que não reparou nas lombadas da estrada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Os Ultra Zook têm dado concertos. E que tal visitarem Portugal?</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><span><b>Ultra Zook</b>: </span><span style="background-color: white; text-align: left;">Benjamin Bardiaux: teclado e vocais; </span><span style="background-color: white; text-align: left;">Rémi Faraut: bateria e vocais; </span><span style="background-color: white; text-align: left;">Manu Siachoua: baixo, guitarra e vocais</span></span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Texto: Priscilla Fontoura</div></span><div class="wDYxhc" data-hveid="CDoQAA" data-md="50" data-ved="2ahUKEwi6raTJlcn_AhUqVaQEHfN-CkIQkCl6BAg6EAA" lang="pt-PT" style="clear: none; orphans: 2; padding-left: 15px; padding-right: 15px; text-align: left; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; text-indent: 0px; widows: 2;"><div class="PZPZlf hb8SAc" data-attrid="description" data-hveid="CDoQAQ" data-ved="2ahUKEwi6raTJlcn_AhUqVaQEHfN-CkIQziAoAHoECDoQAQ" style="margin: 13px 0px 6px; overflow: hidden;"><div jsaction="SKAaMe:c0XUbe;rcuQ6b:npT2md" jscontroller="GCSbhd"><div class="kno-rdesc" jsaction="seM7Qe:c0XUbe;Iigoee:c0XUbe;rcuQ6b:npT2md" jscontroller="GCSbhd"><div class="iYB33c" jsname="fek9E" style="bottom: 0px; display: flex; height: 48px; justify-content: space-between; left: 0px; position: absolute; text-align: justify; width: 302px;"><div class="tw-menu" id="tw-tmenu" style="display: inline-block; left: 0px; line-height: normal; position: absolute; white-space: nowrap;"><span face="arial, sans-serif" style="background-color: #f8f9fa; color: #202124; font-size: 0px;"></span></div></div></div></div></div></div></div>
<script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>
Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-26978500459311936802023-05-25T08:10:00.000-07:002023-05-25T08:10:54.284-07:00Memes por Aí #4<p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr0dsntyqbTqfIy9GYDTMnbUDXRG8B6QMx38exNKLuG1HbTZxKR-_wBwQsEqg6gn8YD8jUFZgSZBBNjg4i5royVVBErWmJzAGGpgTUrSqGRDba45WGtsjNvBsMOG0Ml0J8ZqGqiWGnyXZeF1hP4yrk7ix9lSxfQcpje0C16EGm2f00N8QIbS6iYy0p3g/s1156/feetfoxes.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="713" data-original-width="1156" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr0dsntyqbTqfIy9GYDTMnbUDXRG8B6QMx38exNKLuG1HbTZxKR-_wBwQsEqg6gn8YD8jUFZgSZBBNjg4i5royVVBErWmJzAGGpgTUrSqGRDba45WGtsjNvBsMOG0Ml0J8ZqGqiWGnyXZeF1hP4yrk7ix9lSxfQcpje0C16EGm2f00N8QIbS6iYy0p3g/s16000/feetfoxes.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Montagem: Priscilla Fontoura</span></td></tr></tbody></table><br /></p>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-34747167318077732922023-05-23T08:23:00.000-07:002023-05-23T08:23:06.924-07:00Paz e ruído, por Rudesindo Soutelo<div style="text-align: justify;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="font-family: arial; margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_wlXBS5m32q2dtR0aMgAKUp0bxHSZ4Rid7XcjF8pa9qfUAnuvLkvV8gxsZegsBv165YNxiNrH7DhD2KxjV07H_IGz8zHdMnmZbHOjnkoU1c2zMDVCsVQkPAIWLMoUjbsEWNkVROfCoYZNGG4GhRq438Y84PXo2fhru3FxELttKCP4Mmkoh4b-VB5w3g/s1495/800px-Wagner-Steckbrief_1853.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1495" data-original-width="800" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_wlXBS5m32q2dtR0aMgAKUp0bxHSZ4Rid7XcjF8pa9qfUAnuvLkvV8gxsZegsBv165YNxiNrH7DhD2KxjV07H_IGz8zHdMnmZbHOjnkoU1c2zMDVCsVQkPAIWLMoUjbsEWNkVROfCoYZNGG4GhRq438Y84PXo2fhru3FxELttKCP4Mmkoh4b-VB5w3g/w342-h640/800px-Wagner-Steckbrief_1853.jpeg" width="342" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-size: x-small;">Wagner als "gefährliches Individuum“, Steckbrief von 1853</span></td></tr></tbody></table></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;">O ruído contraria a harmonia tal como a violência se opõe à paz. Diz Jacques Attali que o ruído é, em si mesmo, violência: molesta. Fazer ruído é romper a comunicação, desconectar, matar. Por outra parte, a música é o simulacro de canalização do ruído, imagem de sacrifício, sublimação, exacerbação do imaginário, ao mesmo tempo que criadora de ordem social e de integração política<span style="font-size: xx-small;">1</span>.</span></span></div><span style="font-family: arial;"><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; text-align: justify;">Todo o poder ou ideologia precisa de um músico para fazer esquecer a violência geral; de fazer acreditar na harmonia do mundo pela legitimação do poder; e de fazer calar a dissidência produzindo uma música ensurdecedora e eclética. O poder utiliza a música como bode expiatório ou rito sacrificial quando nos quer esquecidos; como encenação ilusória sempre que necessite da nossa credulidade; e como repetição em série, uniformizadora, quando precise de nos emudecer.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; text-align: justify;">A música sempre foi um instrumento nas mãos do poder. Carlos Magno impôs o canto gregoriano para controlar o pensamento e criar a unidade política e cultural em todo o seu império. A ópera, a música sinfónica, o jazz, o pop ou o rock reproduzem a estrutura das sociedades nas quais se manifestaram e também mudam com elas. Mas o músico também pode ser perigoso quando tem a possibilidade de subverter a normalidade e nos faz ouvir aquilo que acabará por se tornar visível. Essa era a advertência de Platão, pois “nunca se abalam os géneros musicais sem abalar as mais altas leis da cidade”<span style="font-size: xx-small;">2</span>. E quando o poder desleixa a proteção e financiamento dos seus músicos, eclodem os sons dos diferentes poderes em conflito e até os ruídos de revolução.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; text-align: justify;">Em 1830, quando tinha apenas dezassete anos, Richard Wagner ficou revoltado pela invasão russa da Polónia, e aí começou o seu in amado posicionamento revolucionário. Em 1848, ano do Manifesto comunista, Wagner frequenta o anarquista Bakunin e, pouco antes da revolução de maio de 1849, no dia 8 de abril publica um artigo radical, no Volksbläter, pedindo a destruição da ordem existente; mas a revolução foi duramente reprimida e, milagrosamente, consegue fugir ao fuzilamento exilando-se na Suíça. Wagner nunca incluiu ‘Die Revolution’ na edição dos artigos e poemas mas foi o germe do libreto da Tetralogia de O Anel dos Nibelungos.</div> <div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; text-align: justify;">A viúva de Wagner, Cósima, e o seu lho Siegfried, dirigiram o Festival de Bayreuth até 1930, passando a direção, nesse ano, para Winifred, viúva de Sigfried, que era muito amiga de Adolf Hitler, começando aí a manipulação da mensagem wagneriana. O gosto musical de Hitler não ia além de operetas e de insípidas musiquetas, mas o aparato de propaganda nazi soube capitalizar os convites do festival. No final da guerra, Winifred foi condenada à prisão, com pena suspensa, e afastada da direção.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; text-align: justify;">O triste paradoxo é que após mais uma invasão russa, e um século da perversa manipulação nazi, ainda haja quem acredite que Wagner inspirou as atrocidades de Hitler, ou que um grupo paramilitar invoque o seu nome para semear a morte na Ucrânia. Nenhum deles percebeu alguma coisa do significado profundo das óperas wagnerianas, e como a invocação errada os leva a uma desgraça imprevista e funesta, como aconteceu a Hitler. Talvez esta reflexão de Edward Said nos ajude a entender: “Em certo sentido, todas as artes são silenciosas... a música, que depende do seu som, e é som, é a mais silenciosa, a mais inacessível ao significado mimético que, por exemplo, podemos obter de um poema, uma novela ou um filme.”<span style="font-size: xx-small;">3</span> Interiorizar esse silêncio é um ritual reconciliador com a ordem social, mas o silêncio que aqueles iluminados impõem à humanidade tem mais a ver com a paz dos cemitérios, em sentido literal. Quando a música substitui o ruído natural de fundo, transforma-se numa violenta imposição do silêncio pela música, num ruído para fazer calar a massa ou reorganizá-la ideologicamente por meio da repetição. Mas a repetição só transmite a insignificância, a incomunicação e utiliza o arcaico sistema tonal para não surpreender o público e assim conseguir que a massa consuma as musiquetas do ruído de uniformização universal. Há uma outra música, radicalmente oposta, minoritária e sem mercado, que sub- verte os códigos culturais dominantes, e que pode fazer-nos ouvir aquilo que acabará por tornar-se visível. Attali conclui que “a música é como a multidão, tanto ameaçadora como uma fonte necessária de legitimidade, um risco que todo o poder deve correr ao tentar canalizá-la”<span style="font-size: xx-small;">4</span>.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; text-align: justify;">O imperador romano Marco Aurélio, no livro segundo das suas Meditações, afirma: “Eu já vi a beleza do bem e o horror do mal, e percebi que a natureza de quem pratica esse mal é semelhante à minha”<span style="font-size: xx-small;">5</span>. A música é uma negociação contínua das partes em conflito. A composição é um questionamento perpétuo da estabilidade, ou seja, das diferenças. Lederach dá por certo que “a criatividade vai além do que existe, rumo a algo novo e inesperado”<span style="font-size: xx-small;">6</span>.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div> <div style="color: #444444; text-align: justify;"><div class="post-body" style="color: #6c6c6c; font-family: Roboto, Arial, "Helvetica Neue", Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; letter-spacing: 0.16px; text-align: start;"><p style="border: medium none; list-style: outside none none; margin: 0px; outline: none medium; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="border: medium none; color: #444444; font-family: arial; letter-spacing: 0.16px; list-style: outside none none; margin: 0px; outline: none medium; padding: 0px;">Autor do texto: Rudesindo Soutelo (Compositor e Mestre em Educação Artística)</span></p><p style="border: medium none; list-style: outside none none; margin: 0px; outline: none medium; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="border: medium none; color: #444444; font-family: arial; letter-spacing: 0.16px; list-style: outside none none; margin: 0px; outline: none medium; padding: 0px;"><br /></span></p><div class="post-body" style="letter-spacing: 0.16px;"><span style="border: medium none; color: #444444; font-family: arial; list-style: outside none none; margin: 0px; outline: none medium; padding: 0px;"><div style="text-align: justify;"><div class="clear" style="clear: both; color: #6c6c6c; font-family: Roboto, Arial, "Helvetica Neue", Helvetica, sans-serif; letter-spacing: 0.16px; text-align: start;"></div></div></span></div></div><div class="clear" style="clear: both; color: #6c6c6c; font-family: Roboto, Arial, "Helvetica Neue", Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; letter-spacing: 0.16px; text-align: start;"></div></div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><b>1</b> Attali, J.: Ruídos. Ensaio sobre la economia política de la música. Valencia: Ruedo Ibérico, 1977, p. 53.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><b>2</b> Platão: A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2008, p. 169 [424 c].3</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><b>3</b> Said, E.: Música al limite. Barcelona: Random House Mondadori, 2011, p. 348.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><b>4</b> Attali, J.: Op. cit. p. 29.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><b>5</b> Aurélio, M.: Meditações. Lisboa: Cultura editora, 2019, p. 19.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><b>6</b> Lederach, J.P.: The Moral Imagination in European Judaism. Volume 40, Issue 2 (2007) (berghahnjournals.com). Aces- so em: 11 abr. 2023.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.researchgate.net/publication/370838551_Paz_e_ruido"><span style="color: #e06666;"><b>https://www.researchgate.net/publication/370838551_Paz_e_ruido</b></span></a></div></span><div class="page" title="Page 2"><div class="section"><div class="layoutArea"><div class="column"><div class="page" title="Page 2"><div class="section"><div class="layoutArea"><div class="column">
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>
</div>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-52616488084260167672023-04-14T10:46:00.000-07:002023-04-14T10:46:17.241-07:00Sensor lança Amplifying Frequencies: disponível em CD-R, acompanhado de um fanzine de 16 páginas com capas e bolsas impressas a linogravura<div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b>Género:</b> </span><span style="color: #444444; font-family: arial;">jazz, free, improvisação, instrumental, noise</span><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /><b>Autores:</b> Sensor <br /><b>Disco:</b> Amplifying Frequencies<br /><b>Lançamento: </b>24 de Fevereiro, 2023<br /></span><span style="font-family: arial;"><span style="background-color: white; border: medium none; color: #444444; font-family: arial; font-size: 16px; letter-spacing: 0.16px; list-style: outside none none; margin: 0px; outline: none medium; padding: 0px; text-align: start;"><div style="text-align: justify;"><span face=""Helvetica Neue", Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: black; color: #b0b0b0; font-size: 12px; text-align: start;"><br /></span></div></span><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhphV5D7d_qKLH4gTbg-IJAcE_Ae2V020lS9VuBFr64bnEgXbdL8xn40TD33bSg_ov2Tj8F0jIVXgdQsSs0QR-bDkSn1u9IVbdvLzgbqzP1Btu-DyHbbWgrJVNnqBeU5erBx234LvQxWc8B0pUyYWH77Dzv9tbxMdTnsMWSCjBkP1mFhLLe2B2iyz16Dg/s1200/a0713975853_10.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhphV5D7d_qKLH4gTbg-IJAcE_Ae2V020lS9VuBFr64bnEgXbdL8xn40TD33bSg_ov2Tj8F0jIVXgdQsSs0QR-bDkSn1u9IVbdvLzgbqzP1Btu-DyHbbWgrJVNnqBeU5erBx234LvQxWc8B0pUyYWH77Dzv9tbxMdTnsMWSCjBkP1mFhLLe2B2iyz16Dg/w400-h400/a0713975853_10.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; text-align: start;"><span style="font-size: x-small;">© Micaela Amaral e André Coelho</span></span></td></tr></tbody></table><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;">Chegam-nos novidades do mais recente lançamento de </span><a href="https://sensor3.bandcamp.com/album/amplifying-frequencies-dance-of-death"><span style="color: #e06666;"><b>Sensor</b></span></a>:<span style="color: #444444;"> o "colectivo mutante de improvisação portuense". Sensor volta à carga com um novo trabalho que se destaca pela exploração de intersecções sonoras entre guitarra (Rafael Fernandes), saxofone (Sigmund Snopek IV), bateria (Raúl Silva) e electrónica (André Coelho), entre o industrial e o jazz, o rock, e pela dicotomia vida e morte. Este trabalho comunica com almas viajantes que gostam de vaguear pelos centros urbanos durante a noite. O registo experimental e jazzístico volta-se para a improvisação como ferramenta motivadora que potencializa a criação de narrativas visuais.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><span style="font-family: arial;"><div style="color: #444444; text-align: justify;">A auto-análise em torno de "Amplifying Frequencies" refere: “Vejo à minha volta todos os meus antepassados chalados, dançando à roda da cama, consolando-me, incitando-me, azorragando-me com as suas línguas de serpente, sorrindo e troçando de mim com as suas esquivas caveiras. Mais nitidamente do que tudo o mais vejo a minha própria caveira risonha, vejo o esqueleto a dançar ao vento, serpentes saindo da língua putrefacta e as empoladas páginas de êxtase viscosas de excrementos. E junto-me ao meu lodo, ao meu excremento, à minha loucura, ao meu êxtase, ao grande circuito que flui através das cavernas subterrâneas da carne. Todo este vómito não solicitado, não desejado, bêbado, fluirá interminavelmente através da morte dos que chegaram ao vaso inexaurível que contém a história da espécie”. - Sensor</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; text-align: justify;">"Amplifying Frequencies" está disponível em CD-R profissionalmente duplicado, acompanhado de um fanzine de 16 páginas com capas e bolsas impressas a linogravura. Edição em envelope kraft e limitada a 60 cópias. Grafismo por Micaela Amaral e André Coelho.</div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">Edição digital disponível em </span><a href="https://khthonios.bandcamp.com/"><span style="color: #e06666;"><b>https://khthonios.bandcamp.com/</b></span></a></div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">Para encomendar uma cópia, poderão enviar um email para </span><a href="mailto:bunkerfanatic@gmail.com" style="color: #444444;">bunkerfanatic@gmail.com</a><span style="color: #444444;"> ou comprar directamente através da página de bandcamp da </span><a href="https://khthonios.bandcamp.com/"><span style="color: #e06666;"><b>KHTHON</b></span></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div style="text-align: center;"><iframe seamless="" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=358864717/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=333333/tracklist=false/transparent=true/" style="border: 0; height: 470px; width: 350px;"><a href="https://sensor3.bandcamp.com/album/amplifying-frequencies-dance-of-death">Amplifying Frequencies : Dance of Death by Sensor</a></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><span style="color: #444444; font-family: arial;">Gravado e misturado por João Guimarães no Quarto Escuro e Microclima // Porto<br />Grafismo por Micaela Amaral e André Coelho</span>
Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-67311261321501599022023-04-03T10:40:00.007-07:002023-04-03T18:51:47.361-07:00Os Papangu musicam a cultura popular do nordeste brasileiro. Holoceno conta com participações de Torstein Lofthus e Toby Driver<div class="Ar Au Ao" id=":kq"><div aria-controls=":ng" aria-label="Corpo da mensagem" aria-multiline="true" aria-owns=":ng" class="Am Al editable LW-avf tS-tW tS-tY" g_editable="true" hidefocus="true" id=":km" itacorner="6,7:1,1,0,0" role="textbox" spellcheck="false" style="direction: ltr; min-height: 350px;" tabindex="1"><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg97qku1dZip5RE-a1R-bFw8NJWu5x5YeeZdmJHuwPCJNO2GZLXcIxh5VGbuzuNlb9thedNck99taYIOkC5yELNDh4ZSPSDI7NcWRxX0CK0t3E2Zr3FKhdsPLN60PyrxQerW7S7zSZktYH0n15ceng4DjdVb6uPPuqrQtALb8udttRQIu4zDyJ19ta46w/s16000/0023460198_10.jpeg" /></div><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span><span style="color: #444444;">A identidade de um lugar é transmitida pelo toque singular dos guardiães da tradição oral. De há uns tempos para cá, assiste-se </span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=GodwQKNXIYk"><span style="color: #e06666;"><b>ao ressurgimento do folclore brasileiro</b></span></a><span style="color: #444444;"> na cultura brasileira pós-moderna. Os </span></span><a href="https://papangu.bandcamp.com/album/holoceno"><span style="color: #e06666;"><b>Papangu</b></span></a><span style="color: #444444;">, formados em 2012, são estafetas dessa missão. Passaram sete anos até "Holoceno" ser lançado. O primeiro disco da banda inspira-se na escatologia ecológica e no movimento modernista nordestino do Brasil, região árida historicamente marcada pela desigualdade social e pela violência. O disco cantado na língua nativa da banda, o português, narra a história de um cangaceiro - um bandido do sertão do Brasil - que, após ter uma visão do seu destino, tenta mudá-lo por meio de um ritual de sacrifício. A tentativa não muda o curso do destino, mas acentua-o para uma reacção em cadeia, impelindo o protagonista a fazer o pacto de Fausto para impedir o próximo desastre ambiental.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;">A preservação e disseminação do folclore brasileiro por meio da ficção e da música de artistas brasileiros têm se revelado, nos últimos tempos, uma consciência que se afirma por manter a história da região viva. Apesar das influências directas de prog, stoner rock, post rock, sludge, zeuhl e os ritmos do Nordeste do Brasil, a soar a Mastodon e King Crimson de meados dos anos 70, dir-se-ia que "Holoceno" poderia ser a alegoria de uma nave espacial que abduziu os Oranssi Pazuzu para a realidade brasileira. O disco é permeado por riffs lentos aumentados por estruturas musicais incomuns e ritmos sincopados - cortesia de Torstein Lofthus, lenda de Elephant9 e SHINING - com participações de Uaná Barreto no teclado, Luis Souto Maior no sintetizador monofónico analógico e Prophet-6, e o saxofonista Benjamin Mekki Widerøe de Seven Impale. O tema bónus inclui uma remistura de Bacia das Almas de Toby Driver (Kayo Dot e Maudlin of the Well), exclusivo para compras feitas no Bandcamp. A compra de Holoceno no formato digital via Bandcamp ajudará a produção e lançamento do próximo disco dos Pagangu.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como correu a digressão e por que caminhos andaram?</div><div style="text-align: justify;"><b>Papangu: Correu muitíssimo bem e superou todas as nossas expectativas. Tocámos no sudeste do Brasil, onde se fixa a maior parte do público brasileiro de metal e rock vive (graças às áreas metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo). A digressão incluiu quatro datas na capital paulista, uma na capital carioca, e outras no interior de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Nunca havíamos tocado fora do nosso estado natal, mas a repercussão de Holoceno e os convites feitos pelo duo de grindcore experimental TEST e pelo festival Kool Metal Fest nos tiraram do conforto de casa. Foi, de fato, nossa primeira digressão de verdade, e gostaríamos muito de fazer isso com mais frequência – quiçá na Europa em 2024, se algum booking agent ou organizador de shows europeu nos convidar. Vendemos todos os CDs e fitas cassete, além de quase todo o estoque de camisetas e discos de vinil. Não acreditávamos que isso seria possível.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><h1 style="text-align: center;"><i>As revoluções que ocorreram aqui no tempo do Brasil colonial. As criaturas fantásticas do imaginário popular. Tudo isso fez parte do nosso crescimento e nós temos orgulho disso.</i></h1><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Por que levaram tanto tempo para lançar o disco?</span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><b>Papangu: Quando iniciamos a banda, éramos basicamente crianças. Hector (guitarra e vocal) devia ter por volta dos 17 anos, que no Brasil ainda é tido por adolescente. Nós éramos estudantes universitários e não tínhamos nem dinheiro e nem estrutura alguma para gravar nosso som. Lentamente nós conseguimos algum dinheiro através dos nossos empregos com o passar do tempo, bem como montando, aos poucos, uma estrutura apta para polir nossas composições de maneira mais profissional, através da aquisição de mais instrumentos, mais equipamentos, interfaces de som que permitiam a gravação de demos… Esse processo de amadurecimento como músicos e como pessoas fez com que o resultado demorasse a ser concretizado. Mas as sementes estavam plantadas desde cedo. A música “Terra Arrasada”, por exemplo, foi a primeira composição da banda.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Têm algum vínculo afectivo com o nordeste ou a região serviu apenas de inspiração para produzir Holoceno?</span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><b>Papangu: Todos nós da banda somos nascidos e/ou criados no nordeste do Brasil. O vínculo que temos com as histórias, tradições e falas presentes no nosso disco está no nosso sangue. Nós crescemos ouvindo histórias dos cangaceiros e do bando de Lampião em suas viagens pelo sertão nordestino. As revoluções que ocorreram aqui no tempo do Brasil colonial. As criaturas fantásticas do imaginário popular. Tudo isso fez parte do nosso crescimento e nós temos orgulho disso.</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqoCz9ZZPyOBvn1QTh21VgVgVTE0SwQbp7aI8mY6GytJsMnyhz9T5daFKlL1qcBFPMBhCCzoSd4xiCX-zaXxbPTs-TY8rCnLNFEbFZZh3F5eSJ7e4IbHq1zWsiSuIvle--LZREQY_fgj75l8PlhHbUGtnhZcdNvaRMNZYmvLtKifbuLsqiWOFM5f5uNQ/s1200/a3293723727_10.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqoCz9ZZPyOBvn1QTh21VgVgVTE0SwQbp7aI8mY6GytJsMnyhz9T5daFKlL1qcBFPMBhCCzoSd4xiCX-zaXxbPTs-TY8rCnLNFEbFZZh3F5eSJ7e4IbHq1zWsiSuIvle--LZREQY_fgj75l8PlhHbUGtnhZcdNvaRMNZYmvLtKifbuLsqiWOFM5f5uNQ/w400-h400/a3293723727_10.jpeg" width="400" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Fizeram muita pesquisa com recurso a livros de inspiração ao movimento modernista nordestino?</span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><b>Papangu: Algumas letras e conceitos são directamente inspirados por obras como “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, além de “Morte e Vida Severina” de João Cabral de Melo Neto, além de obras diversas de Ariano Suassuna e Augusto dos Anjos.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Quem foi o responsável pelas líricas e como se dá o processo de composição?</span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><b>Papangu: Depende da canção. Existem canções que possuem a letra integralmente construída por um ou outro membro. As letras de “Água Branca”, por exemplo, foram escritas por Marco (baixo e voz). Já “Lobisomem” foi escrita por Hector. Terra Arrasada, contudo, é um esforço colaborativo. Não há uma regra definida, portanto, e estamos sempre abertos a sugestões e colaborações dos membros da banda.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><h1 style="text-align: center;"><i>São histórias que eram contadas por nossos pais e mães, avôs e avós enquanto crescíamos. A cultura popular do nordeste brasileiro é riquíssima e merece ser cada vez mais estudada, apreciada e protegida. </i></h1><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">"Água Branca" encontra-se incluída tanto no disco como no EP. Por que optaram por esta escolha?</span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><b>Papangu: O principal motivo de lançamento do EP foi apresentar ao nosso público uma versão alternativa da faixa “Água Branca” que antes só podia ser ouvida em uma compilação chamada “Milim Kashot Vol. 4”, de curadoria do blog Machine Music e realizada como forma de campanha beneficente em prol de um colega da cena da música extrema. A versão alternativa da compilação possui vocais diferentes, backing vocals diferentes, bateria diferente, um solo diferente (de guitarra e não de sintetizador, como em Holoceno) e uma mixagem diferente. Achámos que seria legal mostrar a versão alternativa também para os nossos fãs. Além disso, incluímos uma faixa experimental chamada “São Lourenço” para apimentar o lançamento.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">O folclore brasileiro nordestino, os contos e mitos, são também muito estimulantes. Consideram que o vosso mundo entra também nesse imaginário? E quais são os contos que mais gostam?</span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><b>Papangu: São a maior inspiração para os conceitos e letras que fazemos, sem dúvida. São histórias que eram contadas por nossos pais e mães, avôs e avós enquanto crescíamos. A cultura popular do nordeste brasileiro é riquíssima e merece ser cada vez mais estudada, apreciada e protegida. Acreditamos que as histórias mais fascinantes são as que envolvem criaturas místicas como as carrancas e os espíritos que habitam o grande Rio São Francisco, bestas vorazes como o lobisomem, a serpente feita de fumaça chamada de Boitatá. Além disso, as histórias reais e fantasiosas dos cangaceiros e do bando de Lampião estão entre as mais fascinantes.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><h1 style="text-align: center;"><i>O contacto inicial foi o de admirador. Marco (baixo e voz) é fã dos elephant9, banda de Torstein, e dos Kayo Dot, grupo de Toby, desde a pré-adolescência, e eventualmente fez amizade com os dois músicos ao vê-los em concertos. Como surgiu a necessidade de colaborar esteticamente em condições distintas – a pandemia nos forçou a gravar baterias fora do Brasil; precisávamos remixar “Bacia das Almas” –, contactámos os músicos e sugerimos a colaboração. </i></h1><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Como foi o contacto com o Torstein Lofthus e Toby Driver?</span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><b>Papangu: O contacto inicial foi o de admirador. Marco (baixo e voz) é fã dos elephant9, banda de Torstein, e dos Kayo Dot, grupo de Toby, desde a pré-adolescência, e eventualmente fez amizade com os dois músicos ao vê-los em concertos. Como surgiu a necessidade de colaborar esteticamente em condições distintas – a pandemia nos forçou a gravar baterias fora do Brasil; precisávamos remixar “Bacia das Almas” –, contactámos os músicos e sugerimos a colaboração. O resultado foi excelente e pretendemos continuar a trabalhar juntos em algum momento.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><iframe seamless="" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=2983377144/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=333333/tracklist=false/transparent=true/" style="border: 0; height: 470px; width: 350px;"><a href="https://papangu.bandcamp.com/album/holoceno">Holoceno by Papangu</a></iframe></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Têm uma preocupação moral com a sustentabilidade e o estado do nosso planeta. Lançaram a versão em vinil de "Holoceno" cuja finalização se deu com material amigo do ambiente e livre de toxicidade, à base de cera aquecida transferida para o papel. Como tem sido em termos de encomendas, as pessoas têm denotado mais consciência ecológica e ambiental, ou continuam a preferir a outra versão?</span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><b>Papangu: Temos uma grande preocupação com o cataclisma ambiental que vem se assomando sobre o nosso planeta e isso está presente no conceito de “Holoceno”. É interessante e importante que uma grande quantidade de produtos, inclusive de bandas, possa ser confeccionada com materiais mais sustentáveis. Mas não temos ilusão de que isso vai salvar o mundo ou adiar o apocalipse. Apenas mudanças no cenário político e económico terão esse condão. Há uma falácia, criada pelas grandes corporações e efetivamente culpadas pela devastação, de que a culpa do cenário que vivemos é do pequeno cidadão que toma um banho longo ou que deixa de consumir produtos “eco”, quando na verdade o meio de produção capitalista e exploratório em que vivemos é um tiro certeiro em direção ao fim do mundo como conhecemos. O <i>lobby</i> feito pelos setores agropecuário e petrolífero para subsidiar o gado emissor de metano e os combustíveis fósseis ultra poluentes é um exemplo desse descaminho. Então é importante sim que produtos, e nossos produtos, sejam confeccionados em embalagens e materiais sustentáveis, mas nós precisamos de muito mais do que isso para impedir as mudanças climáticas e a devastação ecológica global.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><h1 style="text-align: center;"><i>...é difícil enxergar esse tipo de mudança dentro de um cenário de capitalismo predatório como o que nós vivemos. Mas isso não significa que nós vamos assumir uma postura pessimista e entreguista. Continuaremos lutando, pois nossas vidas e as das futuras gerações estão em jogo.</i></h1><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Agora que a Amazónia está entregue a um presidente que defende a sua protecção ambiental, encontram-se mais descansados ou desconfiam das suas promessas?</span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><b>Papangu: Nós participámos ativamente da campanha para eleger Lula como o novo presidente do Brasil e ficámos imensamente felizes com sua vitória. Foi um passo determinante para remover o criminoso fascista chamado Jair Bolsonaro da presidência do nosso país. Contudo, precisamos continuar com os olhos bem abertos para tudo que precisa ser feito no que diz respeito à proteção do meio ambiente nas terras brasileiras. É esperado que o governo Lula retome a proteção merecida e esperada por nós brasileiros e pela comunidade internacional e nós vamos torcer para que isso ocorra. Ainda é cedo para tomar qualquer tipo de julgamento, temos apenas 3 meses incompletos de governo sob dificuldades de negociação com o Congresso, mas estamos desde já acompanhando os passos necessários para uma reversão no cenário em sentido positivo.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Quanto à reversão do cenário, é válido retomar o que afirmamos no questionamento anterior: apenas uma mudança drástica nos paradigmas políticos, sociais e econámicos será capaz de estancar ou ao menos atrasar o cenário de devastação ambiental em que vivemos. Pesquisas recentes demonstram que para manter o aquecimento global em apenas 1,5 grau Celsius exigiria que as nações reduzissem coletivamente suas emissões em cerca de 43% até 2030, além de que parassem de emitir dióxido de carbono para na atmosfera no início dos anos 2050. Infelizmente, é difícil enxergar esse tipo de mudança dentro de um cenário de capitalismo predatório como o que nós vivemos. Mas isso não significa que nós vamos assumir uma postura pessimista e entreguista. Continuaremos lutando, pois nossas vidas e as das futuras gerações estão em jogo.</b></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Além da gravação do próximo disco, quais são os próximos objectivos?</span></div><div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b>Além de novas composições, é claro, pretendemos continuar levando a nossa música para lugares que ainda não tocamos dentro do Brasil e também ao redor do mundo. Seria fantástico conhecer e tocar em Portugal, inclusive!</b></span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;">Holoceno foi misturado por Jorgen Smädal Larsen, do estúdio Paradiso, em Oslo, masterizado por James Plotkin e produzido por Marco Mayer e a produção executiva ao cargo dos Papangu. A arte final esteve ao comando de Ars Moriendee, o logo por Salomão Montenegro e fotografia de Malu de Castro.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Texto e entrevista: Priscilla Fontoura</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Entrevista: Papangu<br /></span><a href="https://papangu.bandcamp.com/album/holoceno" style="font-family: arial;"><b><span style="color: #e06666;">https://papangu.bandcamp.com/album/holoceno</span></b></a></div><span style="color: #444444; font-family: arial;">Capa: Ars Moriendee<br />Logo: Salomão Montenegro<br />Fotografia: Malu de Castro</span></div></div><script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-76103371405065048932023-03-22T10:31:00.000-07:002023-03-22T10:31:15.225-07:00Memes por Aí #3<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuDZ49Ob3QOKiaWljQzfF8kJ7UTaRdrk48tN0p4JTKYDh68JRykoxl8rEzhAxi8qaIweyrsSiSdIh0SK-KDPZafuQQcGqPADBmh_M-dHmDl76xKYW5ZXUjDFJfcOMx8NDzs1GrQJh8Y5GKu3vWn5F4M_ujjU3vIC8TRu3fDJFCTJVkMy3nO_eZqCkuWw/s1200/cultoftuna_.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuDZ49Ob3QOKiaWljQzfF8kJ7UTaRdrk48tN0p4JTKYDh68JRykoxl8rEzhAxi8qaIweyrsSiSdIh0SK-KDPZafuQQcGqPADBmh_M-dHmDl76xKYW5ZXUjDFJfcOMx8NDzs1GrQJh8Y5GKu3vWn5F4M_ujjU3vIC8TRu3fDJFCTJVkMy3nO_eZqCkuWw/s16000/cultoftuna_.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Montagem: Priscilla Fontoura</span></td></tr></tbody></table>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-52670872000389938522023-03-21T11:35:00.001-07:002024-03-23T16:03:52.106-07:00O encontro inesperado de Junko Ueda e PoiL<div style="text-align: justify;"><div style="background-color: white; color: #6c6c6c; font-family: Roboto, Arial, "Helvetica Neue", Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; letter-spacing: 0.16px;"><span style="border: medium none; color: #444444; font-family: arial; list-style: outside none none; margin: 0px; outline: none medium; padding: 0px;"><b>Género: </b>rock progressivo, avant-garde, rock japonês, noise</span></div><span style="background-color: white; border: medium none; color: #444444; font-family: arial; font-size: 16px; letter-spacing: 0.16px; list-style: outside none none; margin: 0px; outline: none medium; padding: 0px; text-align: start;"><div style="text-align: justify;"><b>Autores:</b> Poil Ueda</div><div style="text-align: justify;"><b>Disco: </b>Junko Ueda</div><div style="text-align: justify;"><b>Lançamento:</b> 3 de Março, 2023</div><div style="text-align: justify;"><b>Editora:</b> Dur et Doux</div></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKilOQr7i4w9ZfIA58keh2wkDtyyB1iODanHVvIOuq_vPh4D3ljMebYESPsI4bL-s2Iy4hPxG3aW9nh0Tu2hpclr4vRkvLhJ61r4fjirTIlC_SFdnsuGTme2j83t43rMfbUsMX9zlz5bOZgHH105MRTWn7YGhby6xlIGsCY02zeaWd-0RoqKv8eW7YrQ/s700/a4018086048_16.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="700" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKilOQr7i4w9ZfIA58keh2wkDtyyB1iODanHVvIOuq_vPh4D3ljMebYESPsI4bL-s2Iy4hPxG3aW9nh0Tu2hpclr4vRkvLhJ61r4fjirTIlC_SFdnsuGTme2j83t43rMfbUsMX9zlz5bOZgHH105MRTWn7YGhby6xlIGsCY02zeaWd-0RoqKv8eW7YrQ/w400-h400/a4018086048_16.jpeg" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white; text-align: start;"><span style="color: #444444; font-size: x-small;">Lilas Mala</span></span></td></tr></tbody></table></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;">Ultimamente as criações do Oriente têm vindo ao nosso encontro por mero acaso, ou será uma mensagem subliminar? No início do mês, os </span><a href="https://www.acordesdequinta.com/2021/07/poil-ueda-dan-no-ura-criacao-franco.html"><span style="color: #e06666;"><b>PoiL</b></span></a><span style="color: #444444;">, com </span><a href="https://www.acordesdequinta.com/2019/10/bagagem-de-poil-5-livros-5-discos-5.html"><span style="color: #e06666;"><b>Junko Ueda</b></span></a><span style="color: #444444;">, lançaram o disco homónimo. Ao longo do princípio do ano segui com atenção as publicações da banda nas redes sociais que se propunha a tocar na Europa. Eu própria partilhei a mensagem, mas infelizmente parece que nenhuma promotora interessou-se a dar-nos a ouvir numa sala de concertos o disco fabuloso.</span></span></div><span style="font-family: arial;"><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; text-align: justify;">Conceptualmente, PoiL Ueda retrata o encontro inesperado entre Junko Ueda, uma figura eminente da narrativa épica medieval japonesa, cuja voz quente e profunda convoca energias terrestres, e PoiL, o monstro que carrega uma loucura orgânica entoado num registo cósmico, progressivo e brutal.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">O tema introdutório </span><a href="https://poil.bandcamp.com/track/kuj-shakuj-part-1-2"><span style="color: #e06666;"><b>Kujô-Shakujô</b></span></a><span style="color: #444444;"> entoa um canto budista shômyô praticado pelos monges para afastar os maus espíritos. Convém, se se quiser andar descansado sem as mãos próximas da espada, mas não é o que a segunda parte prediz. O disco segue a estrutura das narrativas épicas japoneses que se centram nas lutas entre clãs que recorriam às artes marciais, à filosofia de respeito ao próximo e à hierarquia. A segunda parte mergulha numa batalha naval pelo controlo do poder, protagonizada pelos Heike e os Genji, dois clãs de guerreiros samurais, cujas gestas foram imortalizadas numa das epopeias mais emblemáticas da literatura japonesa, o Heike Monogatari, que remonta ao século XIII.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #444444;"><iframe seamless="" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=165998338/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=333333/tracklist=false/transparent=true/" style="border: 0; height: 470px; width: 350px;"><a href="https://poil.bandcamp.com/album/poil-ueda">PoiL Ueda by PoiL Ueda</a></iframe></span></div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; text-align: justify;">PoiL resulta de uma colaboração entre Junk Ueda, a vocalista e tocadora de biwa, e PoiL, a banda de rock francesa. A composição é baseada no canto épico tradicional shômyô tocado ao som do biwa e no canto budista Através da fusão de uma antiga música tradicional japonesa com uma formação musical europeia hipermoderna, este projeto oferece a oportunidade de descobrir um universo musical único. Uma performance inovadora onde o rock experimental desenfreado de PoiL se mistura com a voz suave e sinuosa, a narrativa convincente e o notável carisma de Junko Ueda.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; text-align: justify;">Um disco extraordinário e recomenda-se PoiL em concerto para quem estiver num dos países contemplados pela digressão 2023.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; text-align: justify;">Digressão 2023</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">01.03 Marché Gare (LYON - FR)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">02.03 Zelig (LAUSANNE - CH)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">03.02 Kuba (JENA - DE)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">04.03 Festival des Arcs en hiver (BADEN - CH)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">09.03 Neubad (LUZERN - CH)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">10.03 Vera (GRONINGEN - NL)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">11.03 Peel Slowly and see (LEIDEN - NL)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">12.03 Le Lac (BRUSSELS - BE)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">12.04 Momentum (ODENSE - DK)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">13.04 Victoria (MALMÖ - SE)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">14.04 Turkis (AARHUS - DK)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">15.04 Rilksscenen (OSLO - NO)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">17.04 Rahuset (COPENHAGEN - DK)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">18.04 MS Stubnitz (HAMBURG - DE)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">19.04 Tor 9 (BREMEN - DE)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">20.04 Roadburn festival (TILBURG - NL)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">29.04 April Jazz (ESPOO - FI)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">18.05 FIMAV (VICTORIAVILLE - CA)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">24.05 Zez (ZAGREB - HR)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">25.05 Druga Godba (LJUBLJANA - SI) - TBA</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">26.05 Limmitationnes (DEUTSCH MINOHOF - AT)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">27.05 Orpheum Extra (GRAZ - AT)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">29.05 Music Meeting (NIJMEGEN - NL)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">10.06 Clandestino festival (GOTHENBURG - SE) - TBC</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">17.06 L'An Vert (LIEGES - BE)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">18.06 Houtfestival (HAARLEM - NL)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">28.06 Festival Med (LOULE - PT) - TBA</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">08.07 Rudolfstadt festival (DE) - TBA</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">16.07 Musicales de l'Aggly (PLANEZE - FR)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;">25.08 Shambala festival (NORTHAMPTONSHIRE - UK)</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; text-align: justify;">PoiL Ueda:</div></span><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;">Antoine Arnera I teclado e vocais, Boris Cassone I guitarra e vocais, Benoit Lecomte I baixo acústico, Guilhem Meier I bateria, vocais, Junko Ueda I satsuma biwa, vocais, Stéphane Piot I gravação na Hacienda, RemyBoy I mistura e masterização, Lilas Mala | artwork, Clément Dupuis | produção executiva, Judith Saurel I Layout, Adrien Arnera I admistração</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Texto: Priscilla Fontoura</div></span>
<script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-4137803028505103512023-03-20T12:32:00.009-07:002024-02-01T06:24:01.929-08:00Breaking the Fourth Wall: Women Talking (2022)<p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5KOQCN7dBoXO4wsqMIQuIi9u6TEZp8bamhxXFlXNFhRzWXHsk6bYcclyCCfpwhaCyIwHpvuDmk2Nk7hDa-URrtQpQjS1gcEOAWc1qbQKKp0tGFSe8pvd9q0u02qeGfOO91AiNTG_gmOsNJy0TuI2e3XQlY8VqvBDBrqMoe-pn2DkIvdu9F3UkYKtZxw/s16000/B07CSHF96K_1793197a_cover.jpeg" /></div><p></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;">A narrativa do filme <b><i>Women Talking</i></b> de Sarah Polley (2022) inspira-se nos relatos verídicos ocorridos na comunidade menonita em Manitoba, na Bolívia, por influência do romance que leva o mesmo nome (2018), escrito pela canadiana Miriam Towes. São mulheres em sintonia e união a ajudarem outras mulheres que carregam a necessidade urgente de declarar ao mundo os actos dramáticos cometidos contra as suas vidas, as suas gerações e os seus futuros. Há que sublinhar que também existem (na vida real) as que escavam mais a fundo o poço para a queda de outras mulheres, causando dano aos seus futuros sem demonstrar a mínima empatia.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Entre 2005 e 2009, mais de 100 meninas e mulheres foram violadas nas camas das suas casas. As notícias relataram que a mais nova teria 3 anos e a mais idosa 65 anos. Ao depararem-se com o cenário dantesco do sangue que lhes escorria entre as pernas, como as dores que sentiam no corpo pela força cometida durante a prática de violência sexual aquando do sono, continuaram na dúvida por terem sido vítimas forçadas a adormecer com anestesia a viver num cenário de alienação social. Tragicamente, todos aqueles actos horríveis cometidos colectivamente foram provados. Alguns homens da comunidade de Manitoba usavam sprays anestésicos para entorpecer aquele grupo de mulheres e violá-las durante o sono, tais sprays eram utilizados para sedar cavalos e vacas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nas ruas de terra de Manitoba, a comunidade feminina é mantida analfabeta e desconectada do mundo. Apenas os homens, com propósitos macabros, sabiam ler. Tudo o que ia contra os preceitos da comunidade era taxado de pecado e de produto perigoso da imaginação feminina. Embora o grupo feminino fosse analfabeto, sabia de cor e salteado passagens das Escrituras servindo de esperança para a libertação daquele aprisionamento sujeito a acontecimentos traumáticos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em 2009, alguns dos homens da cidade foram apanhados em flagrante delito pelas meninas dispostas a provar que os seus relatos eram verdadeiros. Diante dos factos, as mulheres maduras decidiram munir-se de coragem ao chamarem a polícia. De oito homens, sete foram condenados.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No filme observa-se o seio da comunidade ultraconservadora menonita, onde se reúnem mulheres para decidirem o seu amanhã. Quem narra a trama é Autje (Kate Hallett), uma das adolescentes de Manitoba filha de Mariche (Jessie Buckley). Para quem nunca ouviu falar nos menonitas, huteristas ou nos amishes, todos descendentes dos anabatistas e com raízes na Reforma radical do século XVI, perder-se-á no tempo retratado no filme e julga que a trama ocorre no tempo passado. Mas o brilhantismo deste filme reside na alienação temporal e geográfica. Observa-se no grande ecrã meninas e mulheres (e August Epp) rodeadas de feno e charretes, sem luz elétrica - <span style="text-align: left;">toda esta paisagem passa a ideia de que a história é retratada noutra época que não o ano de 2009.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Da ausência temporária dos homens naquela comunidade, surge a convocatória urgente organizada por aquelas menonitas exaustas e esgotadas de tanta agressão causada por aqueles perpetradores. A reunião tem como objectivo decidir o futuro daquelas mulheres cuja fé em Deus não se perdeu, apenas nos homens. A decisão recai em três hipóteses: 1 - ficar, perdoar e orar; 2 - reagir, lutando; 3 - abandonar a comunidade, partindo juntas. Das três hipóteses, uma seria votada pela maioria para o bem das mulheres e das suas crianças. August Epp (Ben Whishaw) é o único homem presente para tirar notas das reuniões. Também é um menonita excomungado por ser filho de uma mulher também da comunidade, mas inconformada com o sistema machista prevalecente naquele sistema auto-sustentável que vive à parte da sociedade. Apavoradas e atentas ao tempo definido pelos estados do céu, acreditam que têm que decidir o mais rápido possível por causa da presença súbita que poderia surgir dos homens detidos e que poderiam ser libertados a qualquer momento. A medo, vão votando numa das três hipóteses para saírem do conluio agressor que colocou a paz daquelas mulheres em sobressalto. Durante as reuniões vão partilhando os seus traumas e medos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A fotografia é um sépia azul, quase um preto e branco, para enfatizar um não tempo e um não lugar. A falta de cor também exprime a tristeza que habita aquele espaço. A dinâmica e o ethos do elenco Salome (Claire Foy), Mariche (Jessie Buckley), Ona (Rooney Mara), Mejal (Michelle McLeod), Agata (Judith Ivey), Scarface Janz (Frances McDormand) e August (Ben Whishaw) poderiam ser adaptados para uma peça de teatro, sente-se a imersão e a nudez espiritual de cada uma destas mulheres. É arrebatador escutar o hino "Mais Perto Quero Estar" (Nearer, My God, to Thee), escrito no século XIX por Sarah Flower Adams, cuja temática relata o sonho de Jacó e o pacto de Deus com o patriarca responsável por realizar o sonho do seu povo. Tal como o sonho de Jacó, o grupo de mulheres e crianças também foi ao encontro de um porto seguro numa terra que seria delas e dos seus descendentes.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os menonitas são cristãos e seguem os ensinamentos do pioneiro e fundador do anabatismo Menno Simons, líder religioso frísio do século XVI. Parte dos menonitas não diferem dos evangélicos e protestantes, algumas denominações são conservadoras e vivem em comunidades isoladas, outras são mais abertas à sociedade. O motivo da divisão da comunidade deve-se a conflitos internos e perseguições, o que motivou que algumas se tornassem ultraconservadoras para proteger práticas e tradições.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A voz destas mulheres representa o conflito interno da luta entre tradição e vontade. <b><i>Women Talking</i></b>, escrito por uma mulher, realizado por uma mulher e representado por mulheres, aborda assuntos ainda muito presentes nos dias de hoje, poder e política, violência, consentimento e perdão, fé e rebelião. Infelizmente, continua, ainda hoje, a ser um caminho feito a custo em busca da libertação e justiça.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span>Texto: Priscilla Fontoura</span></div></span>
<script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>
Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-23045904558116666532023-03-13T13:33:00.007-07:002023-03-19T11:51:54.825-07:00A Casa Comum abriu a janela para se ouvir de perto a paisagem sonora do extremo Oriente e da terra natal de Lu Yanan<div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Reencontrámos </span><a href="https://www.acordesdequinta.com/2021/01/a-exposicao-metamorfoses-de-manuel-joao.html" style="font-family: arial;"><span style="color: #e06666;"><b>Lu Yanan</b></span></a><span style="color: #444444; font-family: arial;"> no passado dia 25 de Fevereiro. Desta vez, na Casa Comum, no âmbito do concerto levado a cabo pela antiga solista da Orquestra Filarmónica da China, em Henan, promovido em parceria com o Instituto Confúcio da Universidade do Porto e a Casa Comum (Reitoria) da Universidade do Porto. O concerto de Lu Yanan abriu a janela da Casa Comum para se ouvir a paisagem sonora do extremo Oriente e da música tradicional da sua terra natal, a China. </span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Muitas vezes pensa-se o mundo de acordo com a relação que temos com certa realidade. Mas há uma série de diferenças culturais cruciais para uma melhor compreensão do mundo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Sobre o concerto de Lu Yanan</b></div><div style="text-align: justify;">O concerto de Lu Yanan fez-se com intervalos mediados por um professor, cujo nome escapa-me, para descrever as diferenças da música tradicional chinesa da música ocidental, foi, por isso, sobretudo uma sessão de promoção à literacia musical do extremo oriente. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Durante o concerto foram dadas explicações sobre as diferenças de como a música chinesa em relação à ocidental deve ser interpretada, destacar quais os instrumentos mais populares e que cuidados precisam, da mesma forma dar a sentir o espírito que habita em cada tema original ou versão tocados por Lu Yanan. A música chinesa em comparação com a europeia contém em si diferenças significativas, uma vez que a sua leitura deve desprender-se da concepção que se tem da música ocidental. Enquanto a música tradicional chinesa é dirigida a um público mais erudito, normalmente no ocidente é a clássica que tem esse enquadramento.</div></span><div> <div class="separator" style="clear: both;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8PdpBcp6v6w57w6AKC0hf1AOncF0-7RWspQrr3Uugc_sm5Q7XKWbsYh0sFOvbSG9Db050O2jfAln9WHugRGWcA7q-tWjffrnlaHHVXI5xregPUFAXradTXSk5jqno8viIUV8iO3A5VxCCFCqoGFnXab_PoTA5rJUK0Wx4Izqn_N6PaurHEpIuzp9Kbg/s16000/Add%20a%20subheading%20(2).png" /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-family: arial;"><div style="color: #444444; text-align: justify;"><b>Formas e estéticas da música oriental e ocidental</b></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">Os tipos de música diferem no sistema tonal, escalas, instrumentos e desenvolvimento histórico. O sistema tonal da música chinesa usa um conjunto de números para representar as notas da escala, enquanto a ocidental suporta-se no solfejo orientado por sílabas para representar as notas da escala. Por outro lado, a música chinesa baseia-se na escala pentatónica, tal como o blues, cinco notas por oitava; enquanto o sistema europeu e ocidental sustentam-se na escala diatónica, sete notas por oitava. A música oriental também emprega glissandos, slides e vibratos para criar melodias expressivas. No que diz respeito à harmonia, a música clássica ocidental é regulada por harmonias complexas e uso de cordas com forma mais abstracta; ao passo que a música tradicional chinesa foca-se em linhas melódicas e harmonias simples. Quanto à estrutura, a música tradicional chinesa usa normalmente a cíclica com melodia e ritmos repetitivos, enquanto a música ocidental clássica orienta-se tipicamente por uma estrutura linear com secções e temas distintos. O estilo performativo da música tradicional chinesa enfatiza a improvisação e ornamentação, enquanto a ocidental segue a partitura. A música tradicional chinesa tem na sua roda de instrumentos o erhu, a pipá e o guzheng, cujos sons e técnicas diferem da europeia como o violino, o piano e o trompete. No geral, os dois estilos desenvolveram-se independentemente com um vocabulário único musical, técnica e estética, contudo, podem obter influência uma da outra - colaborações têm sido levadas a cabo entre músicos orientais e ocidentais para a criação de novos géneros, um desses exemplos pode ser ouvido a partir do lançamento da </span><a href="https://unexplainedsoundsgroup.bandcamp.com/album/anthology-of-experimental-music-from-china"><span style="color: #e06666;"><b>Antologia da música experimental da China</b></span></a><span style="color: #444444;"> ou a partir do artigo </span><a href="https://www.acordesdequinta.com/2018/03/black-metal-oriental.html"><span style="color: #e06666;"><b>Black Metal Oriental</b></span></a><span><span style="color: #444444;">. Apesar de não serem chineses, os </span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=PB1k7CDVWVk&list=RDEMznzvJt_00ZAOvjfwFZtxWA&start_radio=1"><span style="color: #e06666;"><b>Jambinai</b></span></a><span style="color: #444444;"> também podem ser incluídos nesse grupo.</span></span></div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">A música tradicional chinesa tem uma longa história que remonta a milhares de anos, com as suas raízes na música tradicional e música de corte. É dirigida para uma elite, como a música clássica europeia que remonta a vários séculos e é marcada por vários estilos e períodos: a clássica, a </span><a href="https://www.acordesdequinta.com/2021/06/o-classico-nunca-esteve-fora-de-moda.html"><span style="color: #e06666;"><b>barroca</b></span></a><span style="color: #444444;">, romântica e música moderna. A música oriental é mais visual e tende a contar uma história.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><br /></span></div></span><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-CsX5vqlzfHovmFn8CuVwOAMa1IbcPPQ8pQ6S-ImBWXikfhegSaCxxHTrX4QcIp-Fx3Sr78gkpzIjdh2mXBK1fa7oQgdpW9U5_GA6VcYz77wqmx0M-1p0IfkWWRJSG5Lvyckd6jsAlq2tgXJdcoJsp5r0NWvlW3UGLj0xuFkiIW9Qt8QwdPL2rTzZqA/s16000/WhatsApp%20Image%202023-03-11%20at%2002.25.21.jpeg" /></div><span style="font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><b>Guzheng e Pipá</b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">Lu Yanan dividiu o concerto em duas partes, sendo que a primeira foi tocada ao som do guzheng, considerado um dos mais antigos instrumentos chineses da familia das cítaras, instrumento muito popular no folclore chinês do povo étnico Han. Apresenta uma forma oblonga em que as cordas (entre 21 e 26), presas nas extremidades da caixa de ressonância, passam por um cavalete que determina a altura da nota. Também é conhecido como o piano oriental devido à amplitude de notas, o timbre, e a poderosa expressividade que possui. O tema "Vendendo Flores", um original de Lu Yanan, retrata a história de uma mulher que acorda de manhã para entregar flores numa determinada região. A cítara chinesa não converge nem pertence à mesma família indiana, mas emite a mesma beleza. Muitas vezes a forma como é tocada pode aproximar-se da cítara indiana e reverberar melodias próximas do raga.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">Lu Yanan foi afinando a pipá ao longo da segunda parte, por ser um instrumento que desafina com muita facilidade. O primeiro tema "Cisne" emanou pleno encantamento e ilustra dois cisnes enamorados a brincar num lago, enquanto esvoaçam demonstrando contentamento. O segundo tema, um original de Lu Yanan, retrata uma noite passada em Portugal com saudades da sua terra natal. A música chinesa tenta captar sensações espirituais e que se atribuem à natureza. O traço de Lu Yanan é marcadamente calmo, ficando mais intenso e voltando à lentidão inicial.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">Pode considerar-se a pipá como o rei dos instrumentos chineses e provém da família do alaúde. O som é mais agressivo em comparação com o guzheng e permite estabelecer paralelos com a expressão musical contemporânea ocidental. As composições dividem-se em dois grandes grupos, peças mais líricas de alusão a observações da natureza e estados de espírito, ou descritivas relacionadas a acontecimentos militares e eventos históricos. A forma de exposição da música remete para a composição ocidental em que a expressão transita para a exploração de sons fora das normas. Os trastes são elevados em relação ao cabo, permitindo menor grau na modelação das notas e mais limitação das notas. Outra peça tocada com ritmo solto e sem acordes regulares pela artista oriental retrata um evento na China no século III A.C. e narra a batalha entre dois exércitos. O rei do batalhão vencido suicida-se junto ao rio a pensar na mulher que deixa, esta alusão lembra parte de um poema de Agustina Bessa-Luís: </span></div><div style="text-align: justify;"><i style="color: #444444;"><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i style="color: #444444;">Se eu fosse poeta,</i></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #444444;"><i>enforcava-me num salgueiro à beira da água,</i></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #444444;"><i>para ver-me refletido no rio</i></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #444444;"><i>e sentir na morte companhia.</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">A escolha de Lu Yanan para esta peça simboliza a separação de um líder que entra numa roda viva de agressividade, cuja representação pode ser aplicada aos tempos actuais na Europa que enfrenta momentos de conflito armado de um líder que age com motivos expansionistas. Muitos dos temas tocados por Lu Yanan poderiam ser acompanhados por imagens projectadas de um dos filmes mais relevantes do cinema moderno chinês, </span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=i5e8oTkql7E"><span style="color: #e06666;"><b>Herói</b></span></a><span style="color: #444444;"> dirigido por Yimou Zhang, pois, além de uma beleza estética e poética singular, retrata tanto cenas de amor como de guerra.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">Lu Yanan tem divulgado ao longo de quase duas décadas a tradição musical de uma das civilizações que persiste mais antiga, com mais de 5000 anos de existência. A China integra 56 grupos étnicos que se espalham por um território com mais de 9 milhões de km<span style="font-size: xx-small;">2</span>, o tempo histórico e a dimensão geográfica deram espaço para o estreitamento ou alargamento da cultura rica em tradições, que contém ligeiras variações ou diferenças dramáticas. A Casa Comum tem vindo a dinamizar iniciativas culturais de entrada livre para trazer literacia cultural à sociedade. Lu Yanan está radicada em Portugal há quase 20 anos e continua a promover a cultura musical do seu país para alargar o horizonte musical das comunidades.</span></div></span><p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='560' height='420' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dz4Ykfxhbu5xmskGcZvwSFfkF5jwUp1hCxs0LXvTNedZAQxxT_vBoa6aj_o5MDl6VxtbSo9vCQ3JG1yZJWvMQ' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='560' height='420' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dz4sUHdxskAVa7Y4fMizs_oh0pta4sy0MSemEqJwmoadqU76PE-KMsrLwFwLCMN4WzA2w2veyvVop8PhsfJ3A' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; font-size: small;"><br /><b>Texto:</b> </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; font-size: small;">Priscilla Fontoura | </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; font-size: small;"><b>Imagens e Vídeos com recurso a telemóvel</b>: Emanuel R. Marques | </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; font-size: small;"><b>Concerto: </b>Casa Comum</span><p></p>
<script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>
</div>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-74780451756648389142023-03-10T16:11:00.028-08:002023-03-11T19:46:13.027-08:00Heavy Ocean: três vozes no mesmo oceano <div><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Os géneros musicais chegam ao desgaste quando explorados em demasia. Deve
acontecer com quase todos, quando a repetição começa a prevalecer em detrimento
da novidade. E fica difícil superar os pioneiros e todas as bandas que
representam esses modelos. No entanto, há sempre uma variável opositora a tudo
isto: o vento capaz de alterar a altura das ondas do mar.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;">Distribuído em seis
temas, o álbum dos portugueses </span><a href="https://heavyocean.bandcamp.com/"><span style="color: #e06666;"><b>Heavy Ocean</b></span></a><span style="color: #444444;"> "H/O", lançado em Agosto
de 2021, é um cartão de visita impactante que visualmente poderia ser ilustrado
com o mar furioso da Nazaré e uma onda da dimensão de </span></span></span><span style="color: #444444; font-family: arial;">Kanagawa, pintada por Hokusai</span><span style="color: #444444; font-family: arial;">. O trio composto por Ricardo Vasconcelos, a quem se
deve a autoria do design, Tiago "JAYMZ" Oliveira (Lhabya) e Hakän Säs
Hipolitür tanto cabe no ambiente heavy-metal mais cerrado como no mais ecléctico.</span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1yFt3eLB0jviOxGEnfGOvGADeBhbi3A8YHC3zThQf7BP_Odc4TFDsfNfkHJNHegfuhhvumYKXfJ_DxrRVrGltUzR-SAPXhxtgVGK6uIHy7Ie_3rhVWzyhX7h9kuS_UB5MaYUcqG3JrLAcbAt7rk18GHGzN7SgZg-wmSe71X_tinn7HDKbGuW0NeNSmw/s16000/Add%20a%20subheading%20(1).png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Heavy Ocean</span></td></tr></tbody></table><span lang="PT"><br /></span><p></p></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><span class="gmail_signature_prefix"></span></span><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- Os </span><span style="color: #444444; font-family: arial;">Heavy Ocean</span><span style="color: #444444; font-family: arial;"> não são recentes nisto de ter bandas, pois não? Como se dá
a reunião? Sei que por alguns anos eram um duo e depois juntou-se o baixista
num encontro acidental no Stop.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><span lang="PT">Hakän - </span></b><b><span lang="PT">Não é a nossa primeira experiência com bandas, mas
tirando o Tiago que já tem uns anos disto, para os restantes, Heavy Ocean é o
seu primeiro projecto a sair da sala de ensaio de forma mais séria.</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><b><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">O projecto nasceu em 2016 quando o Tiago propôs a ideia
ao Ricardo de comporem algo diferente do que até então tinham feito em outras
bandas. Inicialmente a ideia seria serem apenas os dois, só guitarra e bateria,
mas à medida que iam compondo, foram sentindo falta de algo mais para
complementar. Paralelamente a isto, eu ensaiava perto da primeira sala
de ensaio de Heavy Ocean e gostava de ficar por perto a ouvir o som que “fugia”
das paredes. Quando soube que o Tiago (que já conhecia de outras guerras) era
um dos membros do projecto, e que ainda não tinham baixista, propus-me a uma
audição. </span></span></b><b><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Foi já com os três que surgiu o nome Heavy Ocean.</span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- Lembro-me do Tiago, mas
não na bateria. Olá Tiago, já não nos falamos há muito e, já agora, parabéns,
noto que colocas um dedo criativo na bateria, por exemplo, a “Pale Horse” tem
detalhes interessantes, e não a utilizas apenas como instrumento de
acompanhamento. Davas voz aos Lhabya nos idos anos 2000, e sei que tiveste um
problema nas cordas vocais, o que acabou por fragilizar a tua continuidade na
banda. Já tocavas bateria desde aí ou foi um instrumento que foste tendo
interesse mais tarde?</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><b><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Tiago - Olá Priscilla!
Antes de mais obrigado pela entrevista e pelas palavras. É verdade, já nos
conhecemos há tantos anos e voltamos a encontrar-nos novamente graças à primeira arte. A bateria foi a primeira paixão, desde que tinha malta da
terrinha com bandas de baile que ficava vidrado a olhar para aquele
"monstro" e cheio de vontade de lhe dar porrada. Até que um dia o
guitarrista dessa mesma banda me deu essa oportunidade na sala de ensaio deles
e, assim que me sentei, fiquei agarrado de tal forma, que a hora que lá estive
passou em 8 segundos, como acontece agora nos concertos. Ahahah! Pode-se dizer
que foi amor à primeira pancada. Curiosamente tenho uma composição escrita por
mim em '91, antes desse episódio, em que me pediram para dizer o que queria ser
quando fosse grande, na qual afirmei, com toda a convicção de um puto de 9 anos, que queria ser músico e que o instrumento que queria tocar era a bateria. Pois
bem, passados 33 anos, esse sentimento está bem vivo e neste momento já não dá
para suportar as agruras da vida adulta sem música, tocada, ouvida e
principalmente sentida. E, na realidade, ainda sou esse puto, que toca com o
coração na boca, com a intensidade que sente a música, e se calhar isso é que
te fez perceber que sim, a bateria em Heavy Ocean nunca será só acompanhamento,
mas sim uma terceira "voz", que se tiver que sair da forma
tradicional de seguir o baixo sai, se for isso que a música pede. Porque no
final, se lhe fizermos a vontade, ela indica-nos o caminho e depois é, como
referi, seguir o coração, pois existe um motivo para ele ser o nosso
único orgão ritmado e percurssivo. </span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><span lang="PT">- </span><span lang="PT">Assisto a algumas bandas que foram bastante enérgicas nessa altura e, por
força de várias razões, descontinuaram essa actividade. Mas agora sentem uma tremenda vontade em reaparecer. Qual a razão que apontam?</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><b><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Tiago - Penso que na
altura era muito mais amor à camisola, um sentimento de paixão genuína pela
arte, sempre numa tentativa de imitar os nosso ídolos, mas tudo de uma forma
muito rudimentar. Recordo que era a altura ainda muito inicial da internet, não
havia todas estes meios de comunicação na net, não havia redes sociais, ou
pelo menos nos moldes actuais, em que num segundo conseguimos falar com um
músico ou produtor do outro lado do mundo. Era muito mais ir a concertos,
conhecer a malta, como te conheci a ti, quando foste tocar aqui perto da minha
terra, e depois tentar tocar juntos, onde nos deixassem, muitas vezes quase a
pagar para tocar. Hoje em dia as bandas começam logo com condições para chegar rapidamente
a um ponto que a nós levava anos. Basta comparares as nossas gravações em
K7, ou quem tinha mais posses em Mini Disk, onde ouvíamos mais tudo o resto que
a música propriamente dita. Hoje, um computador mais uma placa de som e fazes um
álbum inteiro sozinho, no quarto. E se calhar, essa facilidade está a atrair a
malta antiga para a música outra vez. Espero que estejas incluída nessa malta e
a pensar na reunião daquela tua banda incrível que eu tanto gostava e que nos
levou a conhecer-nos e a manter esta amizade até aos dias de hoje.</span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><b><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-0-ltqFrMFrCymv9fRFtdMujLRkrD_938Eb-tyP6bHhqU94wSmsAGa7M6iomFTnWuYu6isZQpZ4IJdXJ8EniPjwQHiUHz_LPRICjunzLrD0KnsBJNuSr4w4qh0Eg3eESIEoMUGYooB7OqVyK-cxmHQA37gHRRApl0EryXq9L-bqqNQBq72gDqJR96Eg/s16000/unnamed.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Tiago "JAYMZ" Oliveira</span></td></tr></tbody></table><b><br /></b><p></p><h1 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><i>Gostamos da liberdade de interpretação que não ter voz dá às nossas músicas e até mesmo liberdade artística. Começa a acontecer várias vezes vermos as pessoas a vocalizar as nossas músicas durante os concertos, tem sido um efeito secundário interessante e com o qual não contávamos.</i></b></span></span></h1><div><br /></div><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- Parece-me que, apesar de não serem mais uns miúdos, há uma certa
ingenuidade que perdura. O que pretendem com esta reunião a três? Ainda
acreditam que é possível em Portugal, para quem já andou nestas lides, sabe
perfeitamente que é um percurso ingrato... </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><span lang="PT">Hakän - </span></b><b><span lang="PT">A música em todas as suas formas sempre foi algo
importante na nossa vida, de uma forma ou outra, com mais ou menos força,
sempre fomos alimentando este desejo de, acima de tudo, fazer música. </span></b></span><b><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">O percurso é ingrato e difícil, mas o prazer de pisar um
palco e ver as pessoas a dançarem e a sentirem música feita por ti, é um
sentimento arrebatador e que dá ânimo para continuar a lutar.</span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><b><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: center;"><iframe seamless="" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=4032841967/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=333333/tracklist=false/transparent=true/" style="border: 0; height: 470px; width: 350px;"><a href="https://heavyocean.bandcamp.com/album/h-o">H/O by Heavy Ocean</a></iframe></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- Embora não estejam presentes cordas vocais em H/O, não sinto que haja
necessidade. Mas não têm medo de cair no cliché do género, uma vez que o
post-rock e o post metal pendem, em grande parte, para o instrumental?</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><span lang="PT">Hakän - </span></b><b><span lang="PT">Não temos esse medo, até porque existem muitas bandas do
género que optam por ter voz. Gostamos da liberdade de interpretação que não
ter voz dá às nossas músicas e até mesmo liberdade artística. Começa a
acontecer várias vezes vermos as pessoas a vocalizar as nossas músicas durante
os concertos, tem sido um “efeito secundário” interessante e com o qual não
contávamos.</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- Como foi desenhado o conceito para este trabalho e como se deu o processo
de composição?</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><span lang="PT">Hakän - </span></b><b><span lang="PT">Actualmente o processo de composição parte, na sua grande
maioria, de ideias que o Ricardo nos traz e depois vamos trabalhando os três. No
álbum, exceptuando a <i>Numb</i> que já foi composta com a formação completa, este
processo foi feito entre o Tiago e o Ricardo. Quando se juntou o baixo foi
preciso encontrar espaço para este fazer sentido de forma orgânica em músicas
que foram pensadas para apenas dois instrumentos.</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><span lang="PT"><br /></span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b></b></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiw3IcOi7GBLD7wQmQYhem3iu3JDMnz2deBIp315PQd1VXl6qgNPm1FJPyTqWKawxERoMvO7v7odPcxZnAuZxQVBBMvgLbjZJ7FKz6S_nWZZr0BsAUZCzjiIiYRI5TOOCIqFwA9oEhU0KBPenY4KdcgNZB1qKLZ9hIBByqfaViwVGnUa18uAZLyldtyg/s2048/IMG-20230211-WA0000.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiw3IcOi7GBLD7wQmQYhem3iu3JDMnz2deBIp315PQd1VXl6qgNPm1FJPyTqWKawxERoMvO7v7odPcxZnAuZxQVBBMvgLbjZJ7FKz6S_nWZZr0BsAUZCzjiIiYRI5TOOCIqFwA9oEhU0KBPenY4KdcgNZB1qKLZ9hIBByqfaViwVGnUa18uAZLyldtyg/s16000/IMG-20230211-WA0000.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Ricardo Vasconcelos</span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;"><b></b></span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><br /></b></span><p></p><h1 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><i>Sim, há muito que voltámos as costas ao mar, mais facilmente procuramos atenção, apoio e validação da Europa, do que arriscamos ser grandes atirando-nos para um mar desconhecido. Apesar desta realidade, cremos haver uma nova geração pronta a arriscar, inovar mas tendo em conta a nossa cultura e portugalidade.</i></b></span></span></h1><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- Como tem sido a resposta ao vosso trabalho?</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><span lang="PT">Hakän - </span></b><b><span lang="PT">A aceitação do álbum tem sido bastante positiva,
principalmente no Spotify, onde temos números bastante interessantes para uma
banda da nossa dimensão. Em termos domésticos o feedback também é muito
positivo, felizmente quem decide dar uns minutos do seu tempo para nos ouvir
acaba por dar o tempo por bem gasto.</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span lang="PT" style="color: #444444;">- Eu vejo o álbum como uma representação das fases do mar. O tema
introdutório: a maré que se vai enchendo, os quatro temas: o mar turbulento
acompanhado de ventos fortes e “Solace” a maré baixa. Portugal tem uma forte
ligação ao mar, mas cada vez mais parece que lhe vira costas para centrar-se
nas tendências europeias. </span><span lang="PT"><a href="https://antena1.rtp.pt/apoios/wim-wenders-ao-correr-do-tempo/"><span style="color: #e06666;"><b>Wim Wenders, em entrevista à Antena 1</b></span></a><span style="color: #444444;">, declara, em 2019, no âmbito da relação que tem com Lisboa:
“Lisboa era uma cidade tão diferente, julgo que captámos o último vislumbre de
uma cidade que, entretanto, desapareceu. Foi uma sorte ter feito o filme em
’94, e não em ‘96, ou ‘97, porque acho que já não apanhávamos esse vislumbre -
o vislumbre de uma cidade antiga que começa a contactar com a modernidade do
séc. XX. Agora, a cidade está claramente no séc. XXI, aberta à Europa e de
diferentes maneiras, é semelhante a outras cidades do continente, mas na altura
não era assim.”. Acrescenta que “a Lisboa que encontrávamos em ‘94 foi a cidade
que viveu a Revolução, que ainda guardava traços colonialistas dentro de si,
ainda vivia separada do resto da Europa, por esse grande país chamado Espanha,
e Lisboa, sentia eu de uma forma muito marcada na altura, era uma cidade que se
derramava para o mar, estava virada para o mar, mais do que para as fronteiras
terrestres. E agora, quando regresso, sinto o contrário, é uma cidade que
contempla a Europa, é como se tivesse virado as costas ao mar, essa mudança
aconteceu, entretanto, e é algo de muito significativo, uma cidade virar-se
para o outro lado.”. A cidade aqui, pode representar o país. Concordam com a opinião
do realizador? </span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><span lang="PT">Hakän - </span></b><b><span lang="PT">Sim, há muito que voltámos as costas ao mar, mais facilmente procuramos
atenção, apoio e validação da Europa, do que arriscamos ser grandes
atirando-nos para um mar desconhecido. Apesar desta realidade, cremos haver uma
nova geração pronta a arriscar, inovar mas tendo em conta a nossa cultura e
portugalidade.</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- Se falarmos de
mar furioso, Nazaré surge de imediato. Nunca pensaram filmar um vídeo que possa
ilustrar o vosso som? E por que não vídeos para acompanharem os vossos
concertos?</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><span lang="PT">Hakän - </span></b><b><span lang="PT">Actualmente temos um videoclip para a <i>Numb</i> e um visualizer para a <i>Ten Ton
Heart</i>, temos ideias para mais vídeos, mas a dimensão das músicas e a nossa
exigência guiam-nos para um tipo de trabalho que até ao momento não pudemos
fazer (é preciso priorizar os investimentos). O aspecto visual e cénico nos
concertos também é algo em que estamos a trabalhar, mas temos de ser práticos,
agora a prioridade passa por dar a conhecer Heavy Ocean ao maior número de
pessoas possíveis, para que nos queiram ver ao vivo.</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- Como olham para o cenário de bandas do tipo em Portugal? Vêem
união? </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><span lang="PT">Hakän - </span></b><b><span lang="PT">Temos tentado encontrar bandas do género para tocarmos
juntos, e já temos alguns nomes apontados. No final do ano passado tivemos um
experiência muito bonita com os Icosandria, em que nos juntámos para um evento
intimista promovido pela duas bandas e que resultou muito bem.</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><span lang="PT"><br /></span></b></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBKvWIKl1irGAreTSGJGLOnbwzBXf6I_9I_WGXKSDnkp3Ga7CRHphzVkMkB66GUoSLaw7raJTc-fLHzk6VPZOMj7hXYYu2UnDIn4l0DuoBXaFvoHDkLz_NyM5ynjo-qfh_VCgdWtMcteyEgZ89SuXR4t6Qixyp3ahIWYS1_au4frfTCiKTe7FnX8I0lg/s16000/FB_IMG_1676132590766.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Hakän Säs Hipolitür</span></td></tr></tbody></table><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;">- Sei que tu, Hakän, estás envolvido em "conservar" alguns nomes
associados ao </span><a href="https://www.acordesdequinta.com/2023/01/stop-se-tens-olhos-para-aqui-pode-estar.html"><span style="color: #e06666;"><b>Stop</b></span></a><span style="color: #444444;">, uma vez que o seu legado tem sido negligenciado. Como tem sido a resposta das bandas quando pedes para participarem nesse
levantamento? E como os Heavy Ocean, uma vez que lá ensaiam, olham para o
futuro do Stop?</span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><span lang="PT">Hakän - </span></b><b><span lang="PT">Sim, tenho andando, na medida que o meu tempo me permite,
a recolher testemunhos de pessoas que vivem ou viveram o C.C.Stop, não só
músicos. A resposta das pessoas é sempre positiva, se bem que a proactividade
já é mais reduzida, em grande parte motivada por anos e anos de total ausência
de resultados. Enquanto banda, olhamos para esta situação com muitas reservas,
o Stop é muito importante para nós e para a comunidade aqui ali se formou,
esperamos que tudo se resolva da melhor forma e que possamos continuar a fazer música
lá.</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- Não acham que está a faltar aos </span><span style="color: #444444; font-family: arial;">H/O</span><span style="color: #444444; font-family: arial;"> mais visibilidade noutros
circuitos aqui deste país?</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><span lang="PT">Hakän - </span></b><b><span lang="PT">Claro que sim, é a parte mais frustrante disto tudo,
temos sempre um bom feedback sobre o nosso trabalho, mas é difícil chegar aos
“sítios”. É claro que em grande medida a culpa é nossa, uma vez que a “vida de
adulto” nos condiciona muito o tempo para dedicar a contactos e divulgação.</span></b></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span lang="PT"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- O que têm planeado para o futuro?</span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b><span lang="PT">Hakän - </span></b><b><span lang="PT">O plano é simples, divulgar a banda, dar concertos e
compor novas músicas.</span></b><span style="text-align: left;"> </span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="text-align: left;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: small;"><span lang="PT" style="background-color: white;">Entrevista: Priscilla Fontoura<br />Imagens: </span></span><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: small;">H/O</span></p><p class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial; font-size: small;"><span style="color: #444444;">Créditos das Imagens: </span><a href="https://www.facebook.com/SeveNconceptmedia/?locale=pt_PT"><span style="color: #e06666;"><b>Seven Concept Media</b></span></a><br /></span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; font-size: small;">Esta entrevista não foi escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico. </span></p>
<script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-66856937541547781072023-03-07T10:55:00.004-08:002023-03-08T16:31:08.568-08:00Breaking the Fourth Wall: Nothing Compares (2022)<div class="Ar Au Ao" id=":1k1"><div aria-controls=":1mr" aria-label="Corpo da mensagem" aria-multiline="true" aria-owns=":1mr" class="Am Al editable LW-avf tS-tW tS-tY" g_editable="true" hidefocus="true" id=":1jx" itacorner="6,7:1,1,0,0" role="textbox" spellcheck="false" style="direction: ltr; min-height: 350px;" tabindex="1"><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjx1Vmx3iEu8tMeoELXgBbmDHnIkrg35kCqxdv7ZU3StceEX_zvdQz-a_wpeYYJ1ts4ANel3daLgLxPlLDv32fXcvTuEnXbxEPRdCQ2AReS6uZTfXwZEkdCwYokdoD2-Hjmb6wCItPRVd_uCg79RcuDq3t3uBlmq3_6TVe9Zv4BxpSLSsQePcmrzARWg/s821/Screen%20Shot%202023-03-07%20at%2015.30.07.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="821" data-original-width="545" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjx1Vmx3iEu8tMeoELXgBbmDHnIkrg35kCqxdv7ZU3StceEX_zvdQz-a_wpeYYJ1ts4ANel3daLgLxPlLDv32fXcvTuEnXbxEPRdCQ2AReS6uZTfXwZEkdCwYokdoD2-Hjmb6wCItPRVd_uCg79RcuDq3t3uBlmq3_6TVe9Zv4BxpSLSsQePcmrzARWg/s16000/Screen%20Shot%202023-03-07%20at%2015.30.07.png" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Na República da Irlanda, nos anos 70, há uma criança chamada Sinead Marie Bernadette O'Connor devota à Igreja Católica Romana por influência directa da família, que viria a ser, para muitos, <i>persona non grata</i> devido à sua insubordinação política. Naquela altura, a Instituição seria o bastião de poder e autoridade, principalmente para as mulheres irlandesas obrigadas a corresponder aos desígnios do clero e do pontificado. Vemos, na actualidade, os crimes cometidos por padres contra crianças, abafados pelo clero ao longo dos anos, a serem - finalmente - levantados e denunciados, muitos deles já prescritos pelo silêncio e conivência de muitas entidades. O'Connor também foi vítima desses abusos: sexual, físico, espiritual e psicológico nas mãos daqueles que deveriam protegê-la. Afirmou que ia para a escola com contusões e lesões faciais sem nunca ninguém ter agido em seu benefício.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM2UC7xmwAlpqDqB7Ftf3lNVffUOewd4fxOohTXrimxTujXQcVwBy-xBCPyvesfuHHbJzwzij_mMzSuBoReCoVyinXvopO5Sdmgib61ihPYLVhDu5nv98mBEYScFLHMjW1qpeU6UExT9n643RfMxjLIvja41tAy4zovh2wzMEiV82d29x01CWqkf2BOQ/s1428/14.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="761" data-original-width="1428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjM2UC7xmwAlpqDqB7Ftf3lNVffUOewd4fxOohTXrimxTujXQcVwBy-xBCPyvesfuHHbJzwzij_mMzSuBoReCoVyinXvopO5Sdmgib61ihPYLVhDu5nv98mBEYScFLHMjW1qpeU6UExT9n643RfMxjLIvja41tAy4zovh2wzMEiV82d29x01CWqkf2BOQ/s16000/14.png" /></a></div><span style="font-family: arial;"><div style="color: #444444; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><span style="color: #444444;">No final da década seguinte, aproveitando o poder que o mediatismo lhe dava por causa do gradual sucesso que ia tendo, O'Connor enquanto gota no oceano, no que toca a pessoas contracultura que se destacariam por elevar a música a causas profundas, apontou, através dos seus temas e discursos, para as injustiças cometidas por várias instituições contra a Humanidade. Um desses momentos é registado no tributo a </span><a href="https://www.acordesdequinta.com/2023/02/wunderkammer-universalidade-da-obra-do.html"><span style="color: #e06666;"><b>Bob Dylan</b></span></a><span style="color: #444444;">, aquando da celebração de 30 anos da sua carreira, no estádio Madison Square Garden em 1992. Vemos O'Conner vilipendiada pelo público hostil por ter</span></span><span style="color: #444444; font-family: arial;"> rasgado uma fotografia do Papa João Paulo II ao vivo na TV no Saturday Night Live (SNL). </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSS-df9hMA0eEKckeGwvXEsY8gzC3jfS6y69FOd3zNM4eg7key9iXdHY5ZTgRAMvP2YDrk6uQJmflpd4quEZZxBMOoeH4gGXFYAWz6Sl6KMXfniMU6bwl8CxjAKkdslDC7TdKuPSQ8O1HN_cqWXf8lrRr94YAhlhJ4cNyatJ9r10QC8YV8qnDJnTV_mQ/s1440/3.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="756" data-original-width="1440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSS-df9hMA0eEKckeGwvXEsY8gzC3jfS6y69FOd3zNM4eg7key9iXdHY5ZTgRAMvP2YDrk6uQJmflpd4quEZZxBMOoeH4gGXFYAWz6Sl6KMXfniMU6bwl8CxjAKkdslDC7TdKuPSQ8O1HN_cqWXf8lrRr94YAhlhJ4cNyatJ9r10QC8YV8qnDJnTV_mQ/s16000/3.png" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0uMqOnwZLwDSYVZE_KWLKzhXhid_-NwF68-OFLwEGt6t6xfu0iGDOsOMgnyJCK81iDM-eW4DmDzeEG0mOOJwAlms5Rp3mo8_VQzStSVtCXTaA8Ug258jIKA_gK8iyO8dxl18HoFBLgEQ7ZiATPJki-wkNRkROzpBbV6X0_QnmR3QFYAFmy3D1gtbPkg/s1440/6.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="758" data-original-width="1440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0uMqOnwZLwDSYVZE_KWLKzhXhid_-NwF68-OFLwEGt6t6xfu0iGDOsOMgnyJCK81iDM-eW4DmDzeEG0mOOJwAlms5Rp3mo8_VQzStSVtCXTaA8Ug258jIKA_gK8iyO8dxl18HoFBLgEQ7ZiATPJki-wkNRkROzpBbV6X0_QnmR3QFYAFmy3D1gtbPkg/s16000/6.png" /></a></div><br /></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;">Para contextualizar a polémica SNL, O'Connor foi a artista convidada para o programa de TV exibido pela NBC. Apesar de não ter dado quaisquer indícios durante os ensaios para o que ia acontecer na emissão em directo, cantou em versão a cappella o tema "Guerra" de Bob Marley, que aborda vários crimes cometidos contra a Humanidade, mas, neste caso, dirigiu-a e adaptou-a para os cometidos pela Igreja Católica Romana. Rasgou a fotografia que substituía uma criança com fome sentada num canto de uma rua (utilizada nos ensaios) pela cara do Papa, e substituiu a palavra racismo, que faz parte da letra da canção, para abuso de crianças, em protesto contra o abuso contínuo perpetrado pela Igreja. No seu livro de memórias, O'Conner ressalta o silêncio total do público e sobre a ausência de todas as pessoas nos bastidores após a actuação, incluindo o seu agente que se fechou no quarto e desligou o telemóvel por três dias. O'Conner foi logo banida pela NBC. Ao sair do estúdio foi perseguida por dois jovens que lhe atiraram ovos, mas, mesmo assim, manteve-se fiel à sua natureza estóica. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mais episódios ao longo da vida da artista, que afirmou que não nasceu para ser artista pop, mas uma vocalista que protesta sobre as injustiças, foram marcadamente controversos. O'Connor também boicotou os Grammys porque sentiu que a cerimónia tinha em vista favorecer o sucesso comercial em vez de honrar o mérito artístico. Também não levantou o Grammy que ganhou porque acredita e defende que a função dos artistas é expressar os sentimentos da espécie humana – sempre falar a verdade e nunca mantê-la escondida, mesmo que o mundo não goste do som da verdade. Em 1990, num concerto em Nova Jérsia, pediu para que o hino nacional dos Estados Unidos da América não fosse tocado pela sua aversão ao nacionalismo, provocando nalguns americanos o boicote ao seu trabalho, a incitação à destruição dos seus álbuns e o boicote de várias estações de rádios. Passados dois anos, cantou alto e bom som "War" de Bob Marley, mesmo que desrespeitada pela audiência sentiu no abraço e no encorajamento do seu colega Kris Kristofferson a força necessária para persistir: </div><div style="text-align: center;"><i><b>Até que os direitos humanos básicos</b></i></div><div style="text-align: center;"><i><b>Sejam igualmente garantidos a todos, </b></i></div><div style="text-align: center;"><i><b>Sem discriminação de raça</b></i></div><div style="text-align: center;"><i><b>Isso é guerra</b></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Figuras como Madonna, Joe Pesci e Frank Sinatra ameaçaram a estabilidade de O'Connor, tendo o cantor afirmado que se O'Connor fosse homem, ter-lhe-ia acertado o pêlo, convidando-a a sair dos EUA. Por sua vez, o SNL fez um <i>sketch</i> para escarnecer a imagem de O'Connor, dizendo que estaria a envelhecer mal. Obviamente, a sua aparição seria a redenção das celebridades, se se colocasse no comodismo do canal e do programa, mas de pé bem firmado a artista contrapôs a intenção do canal.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmkQ_MqARJYiAUj49-6EmlTCQ4_s2wuAAMK7nwosm_OSBPQGPd_EEzowhzE17jyAPFNSh3KJcN0IoKVS3FKcvgF8TLqpnNALKVaOZED047RI_osTrsvwyHmT72L9XX3STFFiYs5T_fj-R4ms6WasyBMwNYsrJK2KEuW1gKjWTsHt4s5mNIrOPvLC7Jrw/s1440/4.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="761" data-original-width="1440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmkQ_MqARJYiAUj49-6EmlTCQ4_s2wuAAMK7nwosm_OSBPQGPd_EEzowhzE17jyAPFNSh3KJcN0IoKVS3FKcvgF8TLqpnNALKVaOZED047RI_osTrsvwyHmT72L9XX3STFFiYs5T_fj-R4ms6WasyBMwNYsrJK2KEuW1gKjWTsHt4s5mNIrOPvLC7Jrw/s16000/4.png" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Ao longo do documentário, "Nothing Compares" (2022), dirigido por Kathryn Ferguson, escutamos a história de O'Connor recontada pela sua voz. É a sua única presença no tempo presente da narrativa. "Nothing Compares" é montado sobretudo com recurso a imagens de arquivo. Ainda pequena, testemunhou o inferno da relação conjugal dos seus pais que culminou num divórcio. Face a esse momento, a vocalista foi demonstrando inadaptação escolar - o que a fez encontrar na música o recanto confessional para exorcizar os traumas existenciais perpetrados pela sua mãe, também vítima de outros traumas. Aquando da gravação do videoclip para o tema "Nothing Compares 2 U", O'Connor penetra o seu olhar na lente da câmara que filma o seu rosto em close-up contra um fundo preto. O momento é transformado em catarse para a libertação de todo o peso emocional que a fez recordar a sua mãe, que morreu quando tinha 16 anos e com quem teve um relacionamento conturbado. A canção escrita por Prince foi alvo de polémicas, uma vez que a sua família negou a O'Connor o direito de utilizar a versão de "Nothing Compares 2 U", no documentário. Anteriormente, também já teria admitido no seu livro de memórias "Rememberings" (2021) que Prince já a teria repreendido em entrevistas e desafiou-a para uma guerra de travesseiros e para a qual conjecturou estratégias agressivas, como colocar algo para infligir dor no travesseiro de O'Connor.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwpal8qIywlWwBkDNJzu_6nnT6ZoULIBwhFryf3Gzkd-L-XDR4sUedZhpUVwie2BOBIJysp79TjunMjD-OwfZ0Wr88FqaWmBhp_L_NO1alBa_DNN1d75jlnrKPLodb3CWQXQCnmCOxFOmpPDFmNYQDVBbu-QuZpTH3Z6eBiVecBKXBHWtPv_TzbFwJ2g/s1440/1.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="755" data-original-width="1440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwpal8qIywlWwBkDNJzu_6nnT6ZoULIBwhFryf3Gzkd-L-XDR4sUedZhpUVwie2BOBIJysp79TjunMjD-OwfZ0Wr88FqaWmBhp_L_NO1alBa_DNN1d75jlnrKPLodb3CWQXQCnmCOxFOmpPDFmNYQDVBbu-QuZpTH3Z6eBiVecBKXBHWtPv_TzbFwJ2g/s16000/1.png" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7IEb6v9w-5k-X6pWLAz7q1_hqZzJSlgUtZLWUfSI7JX5mMS6J8iusG36gogM_r270jEs_HXtW1BhMGGdOHlUo9gqEwmWddSrubomoHI9nKkHdbijRDrJhNd6mS-TS6rOzxgjXMklDiGIx4ynZfHeLvxQ92M9xVqjBv0HZ3aqx9kEFPgRp78_CQbCJDg/s1428/2.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="758" data-original-width="1428" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7IEb6v9w-5k-X6pWLAz7q1_hqZzJSlgUtZLWUfSI7JX5mMS6J8iusG36gogM_r270jEs_HXtW1BhMGGdOHlUo9gqEwmWddSrubomoHI9nKkHdbijRDrJhNd6mS-TS6rOzxgjXMklDiGIx4ynZfHeLvxQ92M9xVqjBv0HZ3aqx9kEFPgRp78_CQbCJDg/s16000/2.png" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUBjwfCYWq-cXD6BrOLUTjsMxlrUmRlYWSHdoD780R68LNsyQF546XPqjPSB4M1JI25RUwaxkyCa0o_lu71tfQxmUwSpDLN8vMzOW4-msxjJBhU4iqqi3qwBaXKsOsJra3bLTidru4-VFZRmeJ-8WMzxMNmng5MT8eE_3N_iZaW2K7Bv2mZAoKbIq2kw/s1440/5.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="759" data-original-width="1440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUBjwfCYWq-cXD6BrOLUTjsMxlrUmRlYWSHdoD780R68LNsyQF546XPqjPSB4M1JI25RUwaxkyCa0o_lu71tfQxmUwSpDLN8vMzOW4-msxjJBhU4iqqi3qwBaXKsOsJra3bLTidru4-VFZRmeJ-8WMzxMNmng5MT8eE_3N_iZaW2K7Bv2mZAoKbIq2kw/s16000/5.png" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAkaewZnZkOk1cKRF4664QggZ2cg1XStgNGY3pbavuWe44OwlXi7HxrSduKiAku_ABnLmjX_j2pcl8dFP9Su7MH36hRjafhLFz6xhrZWkbUSO_pzlbIQ-FZQK_aPZKA9pBlxoujlt4QFNWIlRHFmMJ-pBKVXCy94lrMfhqGB5qKiNvnTW3w-6fcxgTGg/s1440/7.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="764" data-original-width="1440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAkaewZnZkOk1cKRF4664QggZ2cg1XStgNGY3pbavuWe44OwlXi7HxrSduKiAku_ABnLmjX_j2pcl8dFP9Su7MH36hRjafhLFz6xhrZWkbUSO_pzlbIQ-FZQK_aPZKA9pBlxoujlt4QFNWIlRHFmMJ-pBKVXCy94lrMfhqGB5qKiNvnTW3w-6fcxgTGg/s16000/7.png" /></a></div><br /></div><span style="font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">O'Connor, tal como o seu percurso escolar, não foi na onda do culto da imagem que a indústria musical exigia para mulheres que a vendiam a troco de dinheiro e fama. No entanto, a irlandesa, desde que começou a abanar a opinião pública, foi sempre um caso controverso quanto a lutas e maneira de estar na vida. No meio do reboliço da objectificação feminina transmitido pelos canais de música mais mediáticos, como a MTV e VHI, apareceu O'Connor para blasfemar contra o ethos do sucesso, uma transgressão que chocou o mundo da música em 1992. De facto, O'Connor não nasceu para ser estrela pop, mas uma verdadeira artista inconformada com a ruína moral da sociedade e dos vários grupos que a constitui. No entanto, as pessoas que agora concordam solenemente sobre as questões popularizadas por O'Connor, as que comungam de movimentos como #metoo por exemplo, são, provavelmente, aquelas que a ridicularizavam na época. E se O'Connor tivesse uma morte semelhante à de Kurt Cobain, teria sido canonizada há muito.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBHQbLfqwi9a0ntqiI1D-QqU9vg7n31w1x-HRlXJ6nkSQWySjQg8b3eer9lxvztPlEbaxl0BdlA_Kb2Z6GAfNz8GHdR9SqJixD62vTAGfXWZus7OmVxgZ39sXqcMIFQnk0ee_P1VV7lBONysQE7_9OW4OPp7uw0AvxWBk1ftFQ15rPMUEI0dpSfRceAg/s1440/9.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="760" data-original-width="1440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBHQbLfqwi9a0ntqiI1D-QqU9vg7n31w1x-HRlXJ6nkSQWySjQg8b3eer9lxvztPlEbaxl0BdlA_Kb2Z6GAfNz8GHdR9SqJixD62vTAGfXWZus7OmVxgZ39sXqcMIFQnk0ee_P1VV7lBONysQE7_9OW4OPp7uw0AvxWBk1ftFQ15rPMUEI0dpSfRceAg/s16000/9.png" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqBF9dA11PVRvO5plVs2xzfNRgUZmWHhhV0vkxocYP2--8_BQMDVbask0XYkHJo_j9hWaUs6_-uIZb7J9fx7PefFOnhBgVEpc4LR5PgI7gT2769yIsz8f1mYoog71cfj08LY55csrbkiGHnl9EVysMs922HAIbXzkxOa1FEe6b0g-J4TeF1jYygSbZUQ/s1440/10.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="756" data-original-width="1440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqBF9dA11PVRvO5plVs2xzfNRgUZmWHhhV0vkxocYP2--8_BQMDVbask0XYkHJo_j9hWaUs6_-uIZb7J9fx7PefFOnhBgVEpc4LR5PgI7gT2769yIsz8f1mYoog71cfj08LY55csrbkiGHnl9EVysMs922HAIbXzkxOa1FEe6b0g-J4TeF1jYygSbZUQ/s16000/10.png" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX7qFJsALrjYOlTXwNokMEq-Jqy5yl7vL0RGRWxYx4v8PJi7nYEnGjOVTtAJ3Z3ayIt-QIHTi3CP6s2V8Ji0MIZ6Jw6FHr24y6Bia2FZB3jmvOERAv_BFK2Un2h6DxixvdGo60e5CBc0ErbhuHBnYgsMcpQ9vcn_eiQCCwUeCWxb1EETYYZt3pwdyyqA/s1440/11.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="764" data-original-width="1440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgX7qFJsALrjYOlTXwNokMEq-Jqy5yl7vL0RGRWxYx4v8PJi7nYEnGjOVTtAJ3Z3ayIt-QIHTi3CP6s2V8Ji0MIZ6Jw6FHr24y6Bia2FZB3jmvOERAv_BFK2Un2h6DxixvdGo60e5CBc0ErbhuHBnYgsMcpQ9vcn_eiQCCwUeCWxb1EETYYZt3pwdyyqA/s16000/11.png" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpxPPWItX_NQCzXmCmpuoVJlUQTXhko4xFDbUHNlytTN6da63hU7gl1HwCn4ZrYmv6FeAyn3LyGhZiF-7q-WjnIArSbwAKBySC0w4mvWkZK7qULW9ZPhX-NdpPvpdZCsVAs8adYVLG95UGS3A2Hg9szMKzBs3k_zAV6l8Q61a59F1n8am0JYhrfWd6VA/s1440/13.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="758" data-original-width="1440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpxPPWItX_NQCzXmCmpuoVJlUQTXhko4xFDbUHNlytTN6da63hU7gl1HwCn4ZrYmv6FeAyn3LyGhZiF-7q-WjnIArSbwAKBySC0w4mvWkZK7qULW9ZPhX-NdpPvpdZCsVAs8adYVLG95UGS3A2Hg9szMKzBs3k_zAV6l8Q61a59F1n8am0JYhrfWd6VA/s16000/13.png" /></a></div><br /></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">No desfecho do documentário, encontramos a bela mulher a retomar ao lugar onde começou o seu percurso musical: num palco com o tema "Thank you for Hearing me", lançado em 1994. Desta vez para afirmar o que sempre tentou procurar, um lugar de descanso espiritual onde se pudesse sentir abraçada pela paz de quem a ama realmente, sem qualquer intenção obscura por trás. "Nothing Compares" poderia ter questionado a sua conversão ao islamismo, uma vez que a mulher é muitas vezes reprimida pelos seus representantes embrenhados em vertentes ideológicas. Contudo, fica aqui um exemplo vivo de inconformidade e de pioneirismo contra o mediatismo manipulador dos média e da indústria musical que aparentemente luta a favor de causas, mas cujo papel é meramente instrumentalizador. Pergunto o que seria deste mundo sem pessoas com este nível de consciência... </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Texto: Priscilla Fontoura</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Imagens: cartaz e frames do documentário "Nothing Compares" (2022)</span></div></div></div><p></p>
<script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-39755363807608122023-02-07T17:21:00.008-08:002023-02-08T11:50:54.802-08:00Wunderkammer: a universalidade da obra do metamorfo Bob Dylan<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidLKhRBkfVeGHWHq2JU1Phu_Nb25s5q6ij8U8k2nZc_ID2gb_NU8Xj3WFl6NnDN1FjLev9_hjyFSH10WlQYUPUiAut0EQJweByrx6t7bGqz8TWIwxb-A9pb4a-Xa7HeKMv5XsyOtBmvPi3D5BsSkNQagSRV87Sqmzy0vx3snJ7j8HViF4HQrzuOU8Nvw/s600/Self-Portrait-front.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidLKhRBkfVeGHWHq2JU1Phu_Nb25s5q6ij8U8k2nZc_ID2gb_NU8Xj3WFl6NnDN1FjLev9_hjyFSH10WlQYUPUiAut0EQJweByrx6t7bGqz8TWIwxb-A9pb4a-Xa7HeKMv5XsyOtBmvPi3D5BsSkNQagSRV87Sqmzy0vx3snJ7j8HViF4HQrzuOU8Nvw/s16000/Self-Portrait-front.jpeg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Álbum "Self Portrait", de Bob Dylan<br /><br /></span></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Bob Dylan é um nome que dificilmente escapa a alguém que ouça folk, e é um ícone global cuja projecção foi reforçada em 2016 por ter sido laureado com o prémio nobel da Literatura graças à criação de novas expressões poéticas na tradição da música americana. De facto, Bob Dylan é um nome incontornável para a cultura americana. A sua influência como cantor e compositor fez nascer outros autores de referência dentro e fora do revivalismo folk e a sua carreira dura ao longo de cinco décadas. Escreveu cerca de duas dúzias de canções de orientação política, que refletiam a mudança da geração baby-boom do pós-guerra e o apelo a movimentos dos direitos civis e anti-guerra. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br />Temas como "Blowin' in the Wind", "Knockin' On Heaven's Door" e "Like a Rolling Stone" estão consolidados na cultura pop. A par da música e poesia em que se sente a promoção de paz e justiça, também acresce ao autor o estatuto de cineasta e artista visual. O seu trabalho tem sido aclamado pelo imenso talento plasmado nas suas obras. No âmbito da sua exposição "Mood Swings", na galeria de arte Halcyon, em Londres, Bob Dylan afirma o seguinte:<br /></span><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b>"Estive cercado de ferro toda a minha vida, desde criança. Nasci e cresci no país do minério de ferro onde podia respirar e cheirá-lo todos os dias. Portanto, sempre trabalhei com esse material de uma forma ou de outra. Portões atraem-me por causa do espaço negativo que têm. Podem ser fechados, mas ao mesmo tempo permitem que as estações e as brisas entrem e fluam. Os portões podem prender ou excluir. De certa forma, não há diferença."<br /><br /></b></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzPUVwwUylSXJavjgN8feUbOYiAuHjvmPNDRaIwmMA5bwKPE_pnyi23wJKtP9xDCxXDnuUwcgZpnPoq3VAvrVgS21Ax3s4tXdaGl7Y5CrP908uv-dOBoO-xRQRsj1W4AUgkG3iDF_nQERYamLAy2ol_uz68bdpUm90R63XLTemuZ-fTijJaEZ5laFJcw/s1024/Bob-Dylan-in-the-Ironworks-Studio.-Copyright-John-Shearer--1024x628.jpg" style="font-family: arial; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="628" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzPUVwwUylSXJavjgN8feUbOYiAuHjvmPNDRaIwmMA5bwKPE_pnyi23wJKtP9xDCxXDnuUwcgZpnPoq3VAvrVgS21Ax3s4tXdaGl7Y5CrP908uv-dOBoO-xRQRsj1W4AUgkG3iDF_nQERYamLAy2ol_uz68bdpUm90R63XLTemuZ-fTijJaEZ5laFJcw/s16000/Bob-Dylan-in-the-Ironworks-Studio.-Copyright-John-Shearer--1024x628.jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Bob Dylan no estúdio, imagem de John Shearer</span></td></tr></tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyWJfutRYx4BZDQ6tU1yrYrwVg5o9wUBe_iybZbT150xVrvDW69pr31xBpxZNIkEwNOFjKUgpm2hX2aiDUBb9_6nbTZ_jCDTNSb3Ulr4TFMG7Lt4fGum5bRuPVfhXJ1qx0PiwT8Asn4yiDWDsly72_5Wt1gOQ4GS9qh41K-wV2-dSIgZd3FvLHMfqBlg/s1024/Bob-Dylan-Double-Gate-I-2020-Iron-and-vintage-objects--1024x683.jpeg" style="font-family: arial; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyWJfutRYx4BZDQ6tU1yrYrwVg5o9wUBe_iybZbT150xVrvDW69pr31xBpxZNIkEwNOFjKUgpm2hX2aiDUBb9_6nbTZ_jCDTNSb3Ulr4TFMG7Lt4fGum5bRuPVfhXJ1qx0PiwT8Asn4yiDWDsly72_5Wt1gOQ4GS9qh41K-wV2-dSIgZd3FvLHMfqBlg/s16000/Bob-Dylan-Double-Gate-I-2020-Iron-and-vintage-objects--1024x683.jpeg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Bob Dylan, "Double Gate I", 2020 © Bob Dylan</span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Bob Dylan é versátil e reúne valências nas práticas artísticas que lhe permitem de ir a um ponto a outro sem demonstrar qualquer dificuldade. Em 1966, a voz de Dylan era ouvida do Ocidente ao Oriente. Nesse mesmo ano, no Verão de 29 de Junho, é vítima de um acidente de viação no interior de Nova Iorque. Ainda hoje, tal acontecimento é assinalado como misterioso e cuja disseminação se deu quando foi reportado no New York Times; no entanto, não existe nenhum registo oficial da polícia sobre o acidente. Foi nessa altura que Dylan começou a pegar no lápis e a dedicar-se ao desenho mostrando interesse pelas artes visuais.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br />A primeira vez que apresentou o seu traço ao mundo foi em 1968, no álbum "Big Pink" da banda The Band, produzido por John Simon. A banda improvisou e gravou com Bob Dylan várias versões do músico folk no porão de uma casa conhecida como "Big Pink" pela sua fachada cor de rosa, em West Saugerties, em Nova Iorque. Após meio século, o Museu de Arte <span style="background-color: white;">Patricia & Phillip Frost</span>, em Miami, reuniu cerca de 200 obras do artista. À coleção "<span style="background-color: white;">Retrospectrum" incluem-se</span> desenhos, pinturas, esculturas de ferro e arte efémera, mas também a sua mais recente "Deep Focus" que retrata em pintura cenas de filmes.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br />O autor faz uma auto-reflexão sobre a sua arte:<br /></span><span style="color: #444444; font-family: arial;"><b>"Eu realmente não a associo a nenhum tempo, lugar ou estado de espírito em particular, mas vejo-a como parte de um longo arco; uma continuação da maneira como avançamos no mundo e a maneira como as nossas percepções são moldadas e alteradas pela vida."<br /><br /></b></span></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="color: #444444; font-family: arial; margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz0TZN_6niXvdvQbVXylxFIsNTvmnRmE3OcLesi7iuBj9x9OlaOhj2tBKgTbOWrS2TiZUGXVC6M4HYcMf59A9eEj-u2ESzlX5VbNxaZZKsXcwSB4mhbrFPjcI-Rw4-dBB9qQ1hJpeGwS6lHgISnej6U9hD6IWLASe15qVThAXXuSDwBwie_4zAALrmzQ/s1024/Bob-Dylan-Shelter-From-The-Storm-2020.-Original-Handwritten-lyric-in-pen-on-paper-drawing-in-graphite-on-paper--1024x637.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="637" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgz0TZN_6niXvdvQbVXylxFIsNTvmnRmE3OcLesi7iuBj9x9OlaOhj2tBKgTbOWrS2TiZUGXVC6M4HYcMf59A9eEj-u2ESzlX5VbNxaZZKsXcwSB4mhbrFPjcI-Rw4-dBB9qQ1hJpeGwS6lHgISnej6U9hD6IWLASe15qVThAXXuSDwBwie_4zAALrmzQ/s16000/Bob-Dylan-Shelter-From-The-Storm-2020.-Original-Handwritten-lyric-in-pen-on-paper-drawing-in-graphite-on-paper--1024x637.jpeg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;">Bob Dylan, "Shelter from the Storm", 2020. Carta e desenho de Bob Dylan. © Bob Dylan</span></td></tr></tbody></table><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj96t0uzFIhbTRJfuUzbThqOeEiw5Pb89XuP3LXkPh_ynzzSw0cfD2GupCmPRxwAGSDvL3ocNRmJteq237fO6AcjqkTigWN3F11EeP6isLBUauhTL52xD5bpeWnY7O7XCQquWuYVQmQG5oaQ2_aFe6kveeM5MwsOJ4ReswiZoddAnVpoBOD_OhM3bczXg/s1283/Screen%20Shot%202023-02-08%20at%2001.13.37.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="741" data-original-width="1283" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj96t0uzFIhbTRJfuUzbThqOeEiw5Pb89XuP3LXkPh_ynzzSw0cfD2GupCmPRxwAGSDvL3ocNRmJteq237fO6AcjqkTigWN3F11EeP6isLBUauhTL52xD5bpeWnY7O7XCQquWuYVQmQG5oaQ2_aFe6kveeM5MwsOJ4ReswiZoddAnVpoBOD_OhM3bczXg/s16000/Screen%20Shot%202023-02-08%20at%2001.13.37.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Bob Dylan, "Blue Swallow". © Bob Dylan, Retrospectrum.<br /><br /></span></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">As suas obras foram exibidas pela primeira vez em 2007 na Alemanha, e a estreia de "Retrospectrum" teve lugar no Museu de Xangai em 2019. A arte de Dylan é marcada pelo seu olhar agudo e configura-se pelo tom universal. Tudo o que faz não é determinado pelo tempo nem pelo lugar, tanto as letras que escreve, as canções que compõe e os quadros que pinta. <br /></span><br /><span style="color: #444444; font-family: arial;"></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNCIsRgz-ut6YUVS7i43C-_F6B0YM3oE3qSRTxEYRgVIhox38VO-40qQIK4diDRQfwSh4KQsx35yPY_0nEgud-r84ydQV7IoUyBzDsDz07GXFXFb3UAiAN7IQ0HAHhQAk4Ifh9ktGacnb4O_LKSs6CHO-HTd1ft4AV3LvhOE3wtg2Ed7gsPlWepX4R-Q/s1024/east-harlem-elevated-with-border--1024x793.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="793" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNCIsRgz-ut6YUVS7i43C-_F6B0YM3oE3qSRTxEYRgVIhox38VO-40qQIK4diDRQfwSh4KQsx35yPY_0nEgud-r84ydQV7IoUyBzDsDz07GXFXFb3UAiAN7IQ0HAHhQAk4Ifh9ktGacnb4O_LKSs6CHO-HTd1ft4AV3LvhOE3wtg2Ed7gsPlWepX4R-Q/s16000/east-harlem-elevated-with-border--1024x793.jpeg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Bob Dylan, "Eat Harlem Elevated", 2020. © Bob Dylan</span><br /></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHZgA28pMqdHmoA8draKIhRk1Bggr3DVj-soqFiKo1B12bAXxFMTUG3EJKXfZMkacIxp5m3DB29M335GGJYykwrFw1BALh7fOVGxHES6nGgXb78iyLZIvb--LBydGeotYc3XEJ8AuYIUpBJuwpXcthBwTg7KyxIphy7loJZ_5xEUbhzv8VX6LDj5-fCw/s1024/Bob_Dylan_-_Monument_Sunset_Valley-1024x683.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="683" data-original-width="1024" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHZgA28pMqdHmoA8draKIhRk1Bggr3DVj-soqFiKo1B12bAXxFMTUG3EJKXfZMkacIxp5m3DB29M335GGJYykwrFw1BALh7fOVGxHES6nGgXb78iyLZIvb--LBydGeotYc3XEJ8AuYIUpBJuwpXcthBwTg7KyxIphy7loJZ_5xEUbhzv8VX6LDj5-fCw/s16000/Bob_Dylan_-_Monument_Sunset_Valley-1024x683.jpeg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Bob Dylan, "Sunset, Monument Valley", Tríptico, 2019. © Bob Dylan</span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><span style="color: #444444; font-family: arial;">Texto: Priscilla Fontoura<br />Imagens: Bob Dylan</span><p></p>
<script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-61605149575436945282023-02-01T10:40:00.000-08:002023-02-01T10:40:49.152-08:00Memes por Aí #2<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGp2plSDkkiYFTQWOFWACF82x8K4a5bqNvwJl-yM9XnxvXy4vN3Tlj86GYpLaEyOl0HkO62bwLuOB6XXnzCa8vDM3VWf9FeTtZbUg81X1srEl6cMDY5DdyfBp-Qlndh9b1B8TNZ1Em12yY5o2yiAJgCAn-BIHOvaynjj4Uz-8T3S0T-IiATOiRLU3j_A/s767/scissorsisters.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="429" data-original-width="767" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGp2plSDkkiYFTQWOFWACF82x8K4a5bqNvwJl-yM9XnxvXy4vN3Tlj86GYpLaEyOl0HkO62bwLuOB6XXnzCa8vDM3VWf9FeTtZbUg81X1srEl6cMDY5DdyfBp-Qlndh9b1B8TNZ1Em12yY5o2yiAJgCAn-BIHOvaynjj4Uz-8T3S0T-IiATOiRLU3j_A/s16000/scissorsisters.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Montagem: Priscilla Fontoura</span></td></tr></tbody></table><p></p>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-83130789390164744232023-01-21T11:12:00.008-08:002023-01-21T19:55:47.935-08:00O canto dos Sereias não é para um público adormecido. Disco homónimo apresentado no Theatro Circo<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"></span></p><div class="separator" style="clear: both;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYjs52ga3wbWoHKrnxt_W6zPfxKcdUAANtlZ580IdDY20Wr8jjOXK8a7cfuthMuT_ZcsbyjVIQmArLeKCoYpZW0-oiWlpibdrEkD6PGEAPFv6brDfxqv7ykis1dvMqs7i0NYH4qJV-Ugdy11pc6YVIIHXQKY00MPGDQovFxnm8i9kl8oeszySByRsurA/s16000/153044d1-65b3-4dae-a3f2-efc905466169.jpeg" /></div><span style="font-family: arial;"><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><br />Do Porto a Braga, são os </span><a href="https://www.acordesdequinta.com/2019/11/bagagem-de-sereias-5-livros-5-discos-5.html" style="color: #444444;"><b><span style="color: #e06666;">Sereias</span></b></a><span style="color: #444444;"> o motivo que nos leva à Roma portuguesa, à cidade de António Pedro Ribeiro e da sua mãe. Com o pé no acelerador, tenta-se cumprir a lei, mas, também, chegar a tempo do concerto. Sair do tédio, após a semana de trabalho, é a agenda. Há uma porta que separa o auditório pequeno do corredor de um dos andares subterrâneos do Theatro Circo. <br /></span><br /><span style="color: #444444;">Todo o imaginário acontece nas nossas mentes permeado pelas letras vociferadas pelo vocalista de Sereias e pelos instrumentos que acompanham o cenário dantesco que nos leva ao inferno de Bosch. Nunca se transita para o purgatório ou para o paraíso. APR representa, aqui, a voz da revolta e da consciência sobre o estado de um país em queda moral e ética, que se reflete nas notícias que nos são transmitidas em</span><i style="color: #444444;"> loop</i><span style="color: #444444;">: a TAP, o Governo, a dona de casa que vai presa porque em desespero mata o marido que a tortura à paulada todos os dias, o senhor que nunca consegue a reforma antecipada com desculpas esfarrapadas mascaradas de decretos-lei comunicadas pela Segurança Social. </span><br /><br /><span style="color: #444444;">Os Sereias lembram a reunião de tipos </span><i style="color: #444444;">outsider</i><span style="color: #444444;"> que andaram numa escola artística e juntaram-se para a catarse. Já que as cartas registadas à Assembleia não têm resposta, que seja o microfone e a amplificação a ecoar toda a corrosão de estados de alma. Todos os Sereias transmitem tanto visual como musicalmente o estado de um país, da cultura à ciência, da economia ao direito, a caminhar para o abismo. Todos os dias lê-se desinformação vinda dos média, dos tipos amorais que apontam o dedo, que nos dão fake news, cometem plágio, são até agressores que falam de violência doméstica e </span><a href="https://store.loversandlollypops.net/track/putas-da-tv"><b><span style="color: #e06666;">p# da TV</span></b></a><span style="color: #444444;"> que instrumentalizam o feminismo, sendo as primeiras a praticar </span><i style="color: #444444;">bullying</i><span style="color: #444444;"> contra as mulheres e pactuam com os opressores. </span><br /><br /><span style="color: #444444;">Precisamos destes Sereias frente à Assembleia da República a representar o povo inerte à constante hipocrisia perpetrada pelos governantes deste país e seus empresários, e a dar uma abanão aos políticos correctos que fazem música. Este país que mais parece um poço defecado pelo diabo educa uma sociedade zombificada. Os Sereias nadam no fundo do mar à espera da erupção de um vulcão adormecido que dá sinais pelos seus tremores de terra. O canto dos Sereias não chegou a todos os ouvidos durante o concerto de ontem. Uma sala bem composta mas um público um tanto adormecido e pouco reactivo. </span><br /><br /></p><p style="color: #444444; text-align: center;"><iframe seamless="" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=17121268/size=large/bgcol=ffffff/linkcol=333333/tracklist=false/transparent=true/" style="border: 0; height: 470px; width: 350px;"><a href="https://store.loversandlollypops.net/album/sereias">Sereias by Sereias</a></iframe><br /><br /></p></span><p style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; text-align: justify;"></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial; text-align: justify;"><span style="color: #444444;">Depois do excelente País a Arder, temos o disco homónimo lançado em Abril do ano passado, gravado pelo teclista da banda </span><a href="https://www.acordesdequinta.com/2021/07/a-dupla-nils-meisel-kenneth-stitt.html"><b><span style="color: #e06666;">Nils Meisel</span></b></a><span style="color: #444444;">, na sala 304 do Stop, excepto o tema "A Depressão", gravado </span><span style="background-color: white; color: #444444;">na Associação Luz & Vida, </span><span style="background-color: white; color: #444444;">produzido por João Pires, Sérgio Rocha e Tommy Hughes misturado por Nils Meisel e m</span><span style="background-color: white; color: #444444;">asterizado por Chris Hardman na CH Sound. A belíssima </span><span style="background-color: white; color: #444444;">capa “Ódio e Amor” foi executada por João Alves e pelo </span><span style="background-color: white; color: #444444;">designer gráfico Sérgio Couto. A formação mantém-se, e conta com a participação de Arianna Casellas na voz e de </span><span style="color: #444444;"><span style="background-color: white;">Ra-Yacov nos sopros.</span><span style="background-color: white;"><br /></span></span><span style="background-color: white;"><br /></span>Só há uma afirmação de APR com a qual não posso concordar, o mal não é o dinheiro, são as pessoas. Quando se acabam as folhas, terá o poeta APR algo mais a dizer?<br /><br />Esperamos que sim!<br /><br />Texto: Priscilla Fontoura<br />Imagem: Sandra Correia, telemóvel<br />Concerto: Theatro Circo - Pequeno Auditório, Sereias, 20 de Janeiro, 2023</span></div><p></p>
<script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-15395315038354721952023-01-19T10:37:00.000-08:002023-01-19T10:37:42.089-08:00Eles São Irmãos e Não Sabem #55<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkT6qGOhuaf0Da2-URDJmzBVjp0tIyf_8QcajWtAR-tsGEEmE2WyHVs9iNq6UaWNiab9hGw-yrtOUUmJaHyuMDJJKWK7M2Zlg2DggrmfWY8hpxPunrfRUGttvDoQljFsbi3UKG0PnMz71kyEkshRboS4-ogVEG0VoRzBq76zBLP0SwKdIsgR5R0ffAVA/s696/pp.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkT6qGOhuaf0Da2-URDJmzBVjp0tIyf_8QcajWtAR-tsGEEmE2WyHVs9iNq6UaWNiab9hGw-yrtOUUmJaHyuMDJJKWK7M2Zlg2DggrmfWY8hpxPunrfRUGttvDoQljFsbi3UKG0PnMz71kyEkshRboS4-ogVEG0VoRzBq76zBLP0SwKdIsgR5R0ffAVA/s16000/pp.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Paulo Portas e Paulo Nogueira</span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">À esquerda, Paulo Portas, comentador, jornalista d'O Independente com Miguel Esteves Cardoso, e político, envolvido no polémico "caso dos submarinos". O processo levantava dúvidas sobre alegados compromissos para favorecer o consórcio vencedor em troca de financiamento partidário, com Abel Pinheiro e o administrador da Escom, do Grupo Espírito Santo. Segundo consta, Paulo Portas pagou 30 milhões de euros a mais em submarinos. Filho de Helena de Sacadura Cabral e irmão do dirigente político já falecido Miguel Portas, e meio-irmão da jornalista e empresária Catarina Portas, que viu há pouco tempo a sua loja "A Vida Portuguesa", no Porto, a fechar portas devido à crise provocada pela pandemia.</span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">À direita, Paulo Nogueira, jornalista de profissão. Começou na Rádio Renascença e esteve vários anos na RTP. Em 1992, é convidado a ser cara da SIC, onde é pivot e coordenador de informação. Paralelamente, também colabora com a revista dirigida às famílias com crianças Estrelas & Ouriços.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os dois têm narizes proeminentes e as expressões faciais poderiam prometer que partilham percentagem de ADN. Se ambos são apreciadores de música? Crê-se que sim.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Texto: Priscilla Fontoura</div></span>
<script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>
Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-46855347245356231402023-01-18T12:30:00.008-08:002023-01-19T18:45:22.729-08:00Memes por Aí #1<p> </p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ9Jy1HK9ODQEd6eiv6mZydnk0BW54VHR6Lfanpn3ogvO7pCXS10_cKjMcM4nuwLkWKdlj752JBsfbhEsMlImCQBiH1pOO6s9T395wrt9UZfYoAtSCl4W3fA0wW-kgU9IKAr9tuizltP1m6Nrf3gVpqOQEDPd5_s3jr16Ma7tAAAWQbfLeCvTK__q8ug/s1119/breatiebpys.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="773" data-original-width="1119" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ9Jy1HK9ODQEd6eiv6mZydnk0BW54VHR6Lfanpn3ogvO7pCXS10_cKjMcM4nuwLkWKdlj752JBsfbhEsMlImCQBiH1pOO6s9T395wrt9UZfYoAtSCl4W3fA0wW-kgU9IKAr9tuizltP1m6Nrf3gVpqOQEDPd5_s3jr16Ma7tAAAWQbfLeCvTK__q8ug/s16000/breatiebpys.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Montagem: Priscilla Fontoura</span></td></tr></tbody></table><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><br /></div><p></p>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-71091026583944146822023-01-16T10:16:00.020-08:002023-07-05T17:55:12.230-07:00Breaking the Fourth Wall: The Marvelous Mrs. Maisel (2017-)<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5VLplMZ39TbNmXeFc0sdeRPTmCV0BORfoapDWA_HQtFumZJv-xelXuAHw3pbXD8f2S-6PRHKjYUL54rU07zaRwNDFihlbLMbYKlXpstcvW_0HeLLOX7FpGSA5VvpunktvpNWsyw63HxnGzbV-8NtQpeslETvdTbFc9sw3okOp6JQjZyK9n2Xmy_878Q/s2048/323892578_727781972094416_8251849934310408450_n.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5VLplMZ39TbNmXeFc0sdeRPTmCV0BORfoapDWA_HQtFumZJv-xelXuAHw3pbXD8f2S-6PRHKjYUL54rU07zaRwNDFihlbLMbYKlXpstcvW_0HeLLOX7FpGSA5VvpunktvpNWsyw63HxnGzbV-8NtQpeslETvdTbFc9sw3okOp6JQjZyK9n2Xmy_878Q/s16000/323892578_727781972094416_8251849934310408450_n.jpeg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Cartaz de The Marvelous Mrs. Maisel</span></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;"><span style="background-color: white; white-space: pre-wrap;"></span></span></p><div><span style="color: #444444; font-family: arial; text-align: justify;"><br /></span></div><div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">The Marvelous Mrs. Maisel, série escrita pela talentosa Amy Sherman-Palladino, também autora de Gilmore Girls, acontece nos anos 50 e é distribuída pela Amazon Prime Video. Dois judeus casam-se. Ele, Joel (Michael Zegen), acha-se engraçado, mas não passa de um machista que objectifica a mulher para atingir os seus propósitos, pelo menos na primeira temporada. Vive obcecado com a alienada vontade de poder vir a ser um comediante famoso. De facto, não são precisos muitos episódios para verificarmos a sua falta de talento. E como é natural nesse tipo de pessoas, utiliza-se da estratégia indigna que serve de trampolim para gamar textos de outros comediantes - algo que é inconcebível para Midge e Susie (já vão saber quem são), sendo que Midge é o radar que detecta tal mediocridade. A única vantagem que Joel tem é a de ser um homem nos anos 50 a viver num contexto sobretudo machista. No entanto, ao longo da série, vai tentando procurar a sua identidade e vivendo um conflito interior permeado pelo que se quer ser e do que na verdade se é.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Ela, Midge (Rachel Elizabeth Brosnahan), desde que se casou, tentou agarrar o marido pelo perfeccionismo. Nem uma migalha no chão seria vista no apartamento no Upper West Side para agradá-lo, e nem um sinal de desmazelo da sua imagem estaria estampado. Midge é a sua "buddy", aponta e avalia a performance do marido sem talento durante as actuações nos "dive bars" no seu caderno de capa cor-de-rosa - tentando, sempre, que a sua performance melhore de dia para dia. Quando Joel diz que se quer separar de forma abrupta, por estar envolvido com a sua secretária em plena véspera de Yom Kippur, ela, Midge, que já vinha a dar indícios de puro humor autêntico, torna-se uma aspirante comediante irreverente cheia de piada honesta, capaz de mexer com as estruturas da época. No palco, Midge despeja a sua revolta, é a Lorelai Gilmore a viver nos anos 50, época em que o machismo era predominante na sociedade americana. Esta série é caracterizada por padrões que marcaram a época, um homem sem talento a querer singrar na comédia com o holofote virado para si mesmo, quando a mulher é a verdadeira luz. </span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Na década de 1950, as mulheres sentiam pressão social para concentrar as suas aspirações na aliança de casamento. A taxa de casamento nos EUA estava em alta e os mais novos casavam-se, em média, mais cedo do que nunca. Casar-se após o ensino médio ou durante a faculdade era considerado a norma. Um estereótipo comum era que as mulheres iam para a faculdade para conseguir o título de "Sra." (M.R.S.), ou seja, mulher casada. Embora as mulheres tivessem outras aspirações na vida, o tema dominante promovido na cultura e nos média da época era que um marido tinha mais importância para uma jovem do que um diploma universitário. Apesar do facto de que as taxas de emprego também aumentaram para as mulheres durante esse período, os média tendiam a concentrar-se no papel da mulher em casa. Se uma mulher não estivesse noiva ou casada aos vinte e poucos anos, corria o risco de se tornar uma "solteirona", nos dias de hoje uma "encalhada" (infelizmente esse construto continua a prevalecer).</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">O machismo latente na época é sem dúvida um ponto que leva Midge (Mrs. Maisel) a confrontar as ideias dos seus pares comediantes que continuam, maioritariamente, a perpetuar a estereotipagem da mulher bonita mas burra, cómica mas feia. Porém, o comediante Lenny Bruce (Luke Kirby) encontra em Midge tudo o que é necessário para seguir este tipo de vida: o amor, a vocação, a autenticidade e a coragem. Tal como ele diz: foram os comediantes que tiraram a tristeza das pessoas durante a Grande Depressão.</span><span style="color: #444444; font-family: arial;"> Midge quebra com todos os preceitos de como a mulher era vista na sociedade americana. É multifacetada: bonita, engraçada, corajosa, mãe de 2 filhos e foi detida, pelo menos duas vezes, por desenhar guiões politicamente subversivos. Quando pisa o palco, seja no pequeno bar chamado "Gaslight", cujo lugar é mesmo real em </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; text-align: left;">Manhattan (The Gaslight Cafe)</span><span style="color: #444444; font-family: arial;">, seja num evento elitista, não deixa de ser genuína e sem filtros. Mas que mulher corajosa!</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;">A série envolve e causa um grave problema a qualquer espectador. Vicia quem a vê e desregula horários. Mrs. Maisel, além disto tudo, faz-nos querer viver naquele tempo. Numa <span style="background-color: white; text-align: left;">Manhattan</span> habitada por espaços <i>sui generis</i>, desde a loja de <i>geeks </i>que tem um arquivo raríssimo, onde é capaz de se encontrar o comediante mais desconhecido de sempre, ao <i>diner</i> tidos como a casa dos comediantes, artistas e agentes de todas as classes. A construção de personagem da agente Susie Myerson (Alex Borstein) é como reviver um <span style="background-color: white;">Danny </span><span style="background-color: white;">DeVito em</span> The Kominsky Method - uma aspirante a agente que quer sair a todo custo da miséria financeira e uma <i>sidekick</i> leal e comprometida com a sua pérola Midge. Susie também desconstrói a figura da mulher americana dos anos 50. E quem diria que iria encontrar o grande "inconceivable" Vizzini (Wallace Shawn)...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mrs. Maisel abunda em humor judaico como se passeámos numa rua de pastelarias que preparam bolos a toda a hora. A química que tem com o seu colega extremamente inteligente, cáustico e atraente Lenny Bruce (Leonard Alfred Schneider), leva-nos a acreditar no amor. Mrs. Maisel é inspirada na comediante e actriz Joan Rivers e Lenny Bruce é uma adaptação do <span style="background-color: white; text-align: left;">famoso comediante norte-americano que viveu os anos 1950 e 1960 a mudar as estruturas morais norte-americanas. Bruce não se deixava normalizar pelas regras da altura, foi julgado e condenado por obscenidade em 1964, foi dispensado do serviço naval e preso em Miami por se fazer passar por padre, com o intuito de arrecadar dinheiro para uma colónia de leprosos na Guiana Inglesa, conseguindo arrecadar 8 mil dólares, dos quais 2500 foram enviados para a colónia. Quando Bruce começou a ser influência no meio, foi sendo controlado pela polícia e acabou preso por diversas vezes - uma delas por posse de drogas e muitas por atentado à moral. Foi com Bruce que o Estado de Nova Iorque concedeu o primeiro perdão póstumo da História para defender a Primeira Emenda, com o governador George Pataki, de Nova Iorque, em 2003, uma vez que Bruce foi condenado por atentado à moral, ainda que celebridades como Woody Allen, Bob Dylan, Allen Ginsberg, James Baldwin e muitos mais se insurgissem a favor de Bruce. Pouco tempo depois, veio a falecer na altura em que aguardava o recurso para viver em liberdade; contudo foi um dos precursores da liberdade de expressão na comédia e artística nos EUA, abriu caminho para a liberdade de expressão expansiva na comédia que desfrutamos hoje, inspirando outros comediantes a desafiar os costumes e limites sociais.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O pai de Midge, Abe Weissman (Tony Shalhoub), tal como todas as outras personagens, é hilariante e é o estereótipo do judeu americano cientista reconhecido na academia, guiado por uma conduta exemplar, em contraposição com outro estereótipo, o pai de Joel, Moishe Maisel (Kevin Pollak), um judeu comerciante e trambiqueiro, que ajudou judeus a sair da Alemanha nazi e faz disso o seu grande feito, quando de facto explora-os na fábrica que chefia. Um retrato de Seinfeld, no que aos diálogos diz respeito, mas nos anos 50. O ritmo, os planos, os diálogos, as personagens, a atenção aos detalhes, a reprodução da época, e a banda-sonora são tratados com toda a mestria, vencendo 20 Emmys em 66 nomeações. Tal como a série Dickinson, também aqui é incluída música contemporânea numa série de época. A música adaptada ajuda a revelar a série como não tradicionalista com as suas escolhas musicais modernas, um lembrete de que o público está a assistir a uma história novelística sustentada por sentimentos modernos.</div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Midge vive o mundo das mulheres requintadas, é ingénua, tem um grande sentido estético e bom gosto, mas é, igualmente, artista e genuína. Apesar de ter crescido no seio de uma família de classe alta, representa as mulheres da época e é a porta voz de todas as suas lutas. Tal como tantos outros homens que tentaram viver à sombra do talento das suas mulheres, como o caso de Rodin com Camille Claudel, esta série é mais um exemplo disso. Mulheres com personalidade, mesmo a viver contextos impeditivos para a sua emancipação, não deixaram de definir o seu caminho pelos tropeços da estrada. Mais haveria para dizer, mas já <i>spoilei</i> demasiado...</span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E como diria Mrs. Maisel: "Thank You and Good Night!"</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic2FbeYxgO2YnUG8kkI16D1lfPpyLWeqWntaqtQhPshAuj3JktPdBjzqXbtxrSC8h39o4MiJ147VcE1mhMWHGNDPuZVCS9M_asgdQK4qp5vUftmZA8b0h2zspfOtCKjGDO95bd76sN2PGnVyEbeJmNY4XbejJ_4e7_S6RFYnpsD2dNhLGpCrmPGa725w/s986/Screen%20Shot%202023-01-16%20at%2018.14.12.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="986" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEic2FbeYxgO2YnUG8kkI16D1lfPpyLWeqWntaqtQhPshAuj3JktPdBjzqXbtxrSC8h39o4MiJ147VcE1mhMWHGNDPuZVCS9M_asgdQK4qp5vUftmZA8b0h2zspfOtCKjGDO95bd76sN2PGnVyEbeJmNY4XbejJ_4e7_S6RFYnpsD2dNhLGpCrmPGa725w/s16000/Screen%20Shot%202023-01-16%20at%2018.14.12.png" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para apreciadores de: Seinfeld, The Kominsky Method, Curb Your Enthusiasm, Gilmore Girls, Broad City, Almost Famous, Arrested Development, <span style="background-color: white; text-align: left;">Shtisel. </span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Texto: Priscilla Fontoura</div></span></div>
<script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>
Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-86248542058288798182023-01-13T13:28:00.006-08:002023-01-21T09:36:38.045-08:00O direito à cidade também inclui o futuro do Stop. Sugestões de quem habita este ecossistema <p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Isto não é uma petição, mas uma mobilização para que as pessoas, que se sentem directa ou indirectamente ligadas ao Stop, possam sugerir soluções para o futuro deste ecossistema que engloba várias bandas de vários géneros. Esta página será actualizada conforme as sugestões que nos vão chegando. Entretanto há outras mobilizações que poderiam ter sido feitas, como formar uma "orquestra Stop" para descer até aos Aliados em direcção à Câmara, para se posicionar face às soluções que se vão apresentando. Não estávamos todos tão preocupados com o futuro da cultura em Portugal?<br /><br /></span></p><p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ6KI42lPaUohm8XZPz5ndmluMF76DrALkWWqFpFS20Y6F9g505W_oSVjGiNUSLnUjL45dwT_EwJ-AgkTsUBt7udOsa3ckQKR2uIVitXaUt-oc6PC-enLKHlCCO-KFYAdDNVBdpcr4H4pvqq0x6Gjsjenov5QpO5JNabkjoHR1GEj6gFVFgD8wcTBKYg/s640/image0.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJ6KI42lPaUohm8XZPz5ndmluMF76DrALkWWqFpFS20Y6F9g505W_oSVjGiNUSLnUjL45dwT_EwJ-AgkTsUBt7udOsa3ckQKR2uIVitXaUt-oc6PC-enLKHlCCO-KFYAdDNVBdpcr4H4pvqq0x6Gjsjenov5QpO5JNabkjoHR1GEj6gFVFgD8wcTBKYg/s16000/image0.jpeg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div><span style="font-family: arial;"><span><b style="color: #444444;">Miguel Inglês</b><span style="color: #444444;">, voz de</span><a href="https://www.facebook.com/equaleft?locale=pt_PT"><span style="color: #e06666;"><b> Equaleft</b></span></a></span></span></div></td></tr></tbody></table><p></p>
<iframe frameborder="0" height="60" src="https://www.mixcloud.com/widget/iframe/?hide_cover=1&mini=1&feed=%2Facordesdequinta%2Fmiguel-ingl%C3%AAs-voz-de-equaleft-sugere-solu%C3%A7%C3%B5es-para-o-futuro-do-stop%2F" width="100%"></iframe><div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicDYeLoao7Kuv3oiQ-v2DfB47e5J5fLsGLzkYkdW7yMVUZNk6pqGCribEvSiOqjb06AdFjy8V8uvjGy7EBBQpkyUdxQaPLuThXeMt2EDNypZo7kIQpVkx2DaQjTiyYy4TnekMDt60NKSXrrtJosLzTAa96r_BLn6utrsqZK9QvAWG6ymsi5Lul5jbazg/s2048/323996072_851020022853255_6968992146473390843_n%20(1).jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicDYeLoao7Kuv3oiQ-v2DfB47e5J5fLsGLzkYkdW7yMVUZNk6pqGCribEvSiOqjb06AdFjy8V8uvjGy7EBBQpkyUdxQaPLuThXeMt2EDNypZo7kIQpVkx2DaQjTiyYy4TnekMDt60NKSXrrtJosLzTAa96r_BLn6utrsqZK9QvAWG6ymsi5Lul5jbazg/s16000/323996072_851020022853255_6968992146473390843_n%20(1).jpg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: arial;"><span style="-webkit-box-orient: vertical; -webkit-font-smoothing: antialiased; -webkit-line-clamp: 2; background: rgb(255, 255, 255); box-sizing: border-box; margin-bottom: 7px; overflow: hidden; text-align: start; text-rendering: optimizelegibility;"><b style="color: #444444;">João Pimenta</b><span style="color: #444444;">, de </span><a href="https://www.facebook.com/10000Russos?locale=pt_PT"><span style="color: #e06666;"><b>10000 Russos</b></span></a><span style="color: #444444;">, </span><a href="https://www.facebook.com/stereobook?locale=pt_PT"><span style="color: #e06666;"><b>Stereoboy</b></span></a><span style="color: #444444;"> e <b>Overdoses</b></span></span></span></td></tr></tbody></table><iframe frameborder="0" height="60" src="https://www.mixcloud.com/widget/iframe/?hide_cover=1&mini=1&feed=%2Facordesdequinta%2Fjo%C3%A3o-pimenta-de-10000-russos-stereoboy-overdoses%2F" width="100%"></iframe></div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYrMggrc9caj5rvZFve6vrwNkRoR3xO1xo_upRkp-lvhV6ONFIzlfKqt9Db226NxD-e_cQm0C3e29c7qM1n8i9y2CxFr_SDfxEPAW_ZbH1H-QS5Wu88sauG6aNtWkk8n-U9JLkNkk4JUwXtAhrvTTCQ412rhD4MiuSX9JGNOmRe9qMYyjiKVD2Pq4Hmg/s1600/WhatsApp%20Image%202023-01-21%20at%2017.15.11.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYrMggrc9caj5rvZFve6vrwNkRoR3xO1xo_upRkp-lvhV6ONFIzlfKqt9Db226NxD-e_cQm0C3e29c7qM1n8i9y2CxFr_SDfxEPAW_ZbH1H-QS5Wu88sauG6aNtWkk8n-U9JLkNkk4JUwXtAhrvTTCQ412rhD4MiuSX9JGNOmRe9qMYyjiKVD2Pq4Hmg/s16000/WhatsApp%20Image%202023-01-21%20at%2017.15.11.jpeg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;"><b>Flávio Silva</b>, vocalista e guitarrista de </span><a href="https://www.facebook.com/LeftSunOfficial/?locale=pt_PT"><span style="color: #e06666;"><b>Leftsun</b></span></a><br /></span></td></tr></tbody></table>
<iframe frameborder="0" height="60" src="https://www.mixcloud.com/widget/iframe/?hide_cover=1&mini=1&feed=%2Facordesdequinta%2Ffl%C3%A1vio-silva-vocalista-e-guitarrista-de-leftsun-sugere-solu%C3%A7%C3%B5es-para-o-futuro-do-stop%2F" width="100%"></iframe>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-22695622625969786972023-01-13T11:39:00.006-08:002023-01-19T19:10:29.971-08:00Música para Plantas de Exterior que Vivem no Interior, o disco de estreia de Cobrado (Gaza)<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfe-w9qJQc2bBuKCawX4PW8mvaYilqYVX19efxPpbOGwuRgS7uJWcHDbYhLvLA2guwGOdCz5VHgS7j0tGt8zLBc7oE6pBCnILz3FoCYacfab3CnmNq1L1G8-GDElm6B0jizFwyY4ZHR_QvANH_QNwu6-jsl30vEjyo7pYNVlKDEQePRSN2H94h_vaoug/s1200/a2374971291_10.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1030" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfe-w9qJQc2bBuKCawX4PW8mvaYilqYVX19efxPpbOGwuRgS7uJWcHDbYhLvLA2guwGOdCz5VHgS7j0tGt8zLBc7oE6pBCnILz3FoCYacfab3CnmNq1L1G8-GDElm6B0jizFwyY4ZHR_QvANH_QNwu6-jsl30vEjyo7pYNVlKDEQePRSN2H94h_vaoug/s16000/a2374971291_10.jpeg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="background-color: white;"><span style="color: #444444; font-size: x-small;">Foto: Jemima Stehli<br /></span><br /></span></td></tr></tbody></table></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;">A imagem de Pedro Cobrado remete para uma estética niilista. Vemos meia face mergulhada em negritude, onde só se vê a forma, complementada por outra meia face, na qual se vê olhar de exaustão. É em 2009 que Jemima Stehli retrata o músico que se situava numa época em que podia "ter tido tudo mas não teve nada". Pedro Cobrado, também conhecido por Gaza, toca baixo nos </span><a href="https://www.youtube.com/watch?v=UUChkCDs2TI"><span style="color: #e06666;"><b>Men Eater</b></span></a><span style="color: #444444;"> e integra Besta e If Lucy Fell.</span></span></div><span style="font-family: arial;"><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><b>Música para Plantas de Exterior que Vivem no Interior</b> é o seu disco de estreia com catorze temas que se resumem, segundo a descrição do autor: "No presente, passado e futuro nascem com a mesma velocidade. Tentas-te encontrar para sempre e para sempre te perdes. O bom da vida não foi, não será: Está…". Porém, todo o álbum confirma um sinal de desgaste, exaustão e, até, descrença. Provavelmente terá sido devido a todos os cenários deste presente que Pedro não imaginou e afectam uma visão de futuro imaginado por terrenos agrestes onde as sementes terão dificuldade em germinar.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;">Este trabalho resulta do encontro com vários músicos, com Elísio Donas (Ornatos Violeta), Tony Love (Lena D'Água, Benjamim), Cláudia Guerreiro (Linda Martini, A Azenha), Filipe Rocha (Sean Riley, Legendary Tigerman, Cabrita) Hélio Morais (Linda Martini, Paus, MURAIS), Gonçalo Prazeres (Club Makumba), André Henriques (Linda Martini), Filipe Homem Fonseca (Cebola Mol, A Favola da Medusa), João Palma (Erro), Tiago Cobrado (Emist), Pedro Geraldes (Carminho, Mão Verde) e Pedro Gonçalves (Dead Combo). A cassete está disponível numa edição limitada de 80 unidades (40 verdes e 40 brancas). </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;">Destaca-se o tema </span><a href="https://regulatorrec.bandcamp.com/track/vaqueiro-em-americano-conv-tiago-cobrado" style="color: #444444;"><span style="color: #e06666;"><b>Vaqueiro em Americano (conv. Tiago Cobrado)</b></span></a><span style="color: #444444;"> pela imersão que se sente remontada a cenário de filme. Todo o álbum são horas passadas em exploração com o Fostex tateado em inércia e cujo som reflete sentimentos causados por um ciclo de confusão externa</span></span><span style="font-family: arial;"><span style="color: #444444;">. </span><b><a href="https://www.youtube.com/watch?v=dsx4HPonAhw"><span style="color: #e06666;">Retalhos de um bem maior</span></a></b><span style="color: #444444;"> (conv. Elísio Donas) é outro tema que perdura em repetição, também enquadrado na linguagem cinematográfica e experimental. O videoclip, filmado a Super 8 por Roberto Roque, parece ter como inspiração aquela atmosfera palpável tão bem pintada por </span></span><span style="color: #444444; font-family: arial;">Béla Tarr e </span><span style="color: #444444; font-family: arial;">que emana uma espécie de desespero irreparável carregado pelos protagonistas dos seus filmes.</span></div><span style="font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><br /></span></div><div style="text-align: center;"><span style="color: #444444;"><iframe seamless="" src="https://bandcamp.com/EmbeddedPlayer/album=2389344871/size=small/bgcol=ffffff/linkcol=333333/track=3553875828/transparent=true/" style="border: 0; height: 42px; width: 100%;"><a href="https://regulatorrec.bandcamp.com/album/m-sica-para-plantas-de-exterior-que-vivem-no-interior">Música Para Plantas de Exterior que Vivem no Interior by Cobrado</a></iframe></span></div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">Pedro Cobrado lança este disco na vã esperança de se reconciliar com o passado e com o futuro. Claro que não consegue nem conseguirá, pois as plantas que nascem em terras consumidas pela morte do pós-guerra não costumam dar flor. Há quem diga que é uma visão pessimista, mas os niilistas dirão que é somente uma realidade face ao acontecimentos do nosso tempo. Do Monte para Lisboa, de Lisboa para o Porto o álbum foi feito de amizades e encontros.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYLSfMl79-L0Nn902UwUCPXNcLumQf-mVDvFz4z0_v6SDnw1AczsRpVaLAOz_E5RX1rhgNo-wHgJlbMEWcC9zNwANWCF6i6CL3Vs52Mj2Pj2IeSEvG761ovp8-iPU8SbKa_Sl1FhOBJfCLjGh5XTVnnjMgUKMNy6efQ6WuEhvzNcsJLVjXn0DFLEmp4g/s1600/unnamed.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1116" data-original-width="1600" height="446" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYLSfMl79-L0Nn902UwUCPXNcLumQf-mVDvFz4z0_v6SDnw1AczsRpVaLAOz_E5RX1rhgNo-wHgJlbMEWcC9zNwANWCF6i6CL3Vs52Mj2Pj2IeSEvG761ovp8-iPU8SbKa_Sl1FhOBJfCLjGh5XTVnnjMgUKMNy6efQ6WuEhvzNcsJLVjXn0DFLEmp4g/w640-h446/unnamed.jpeg" width="640" /></a></div><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">Música para Plantas de Exterior que Vivem no Interior é o primeiro volume de uma série de canções gravadas em Fostex 280. Todos os temas foram gravados em cassete por Pedro Cobrado entre Dezembro de 2021 e Julho de 2022 num Fostex 280, em Monte Abraão, Lisboa e Porto; misturado e masterizado por Hugo Valverde, em Marvila, em Setembro de 2022.</span></div></span><div style="background-color: white; font-size: 16px; text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;">Texto: Priscilla Fontoura</span><div><span style="color: #444444; font-family: arial;">Disco: Música para Plantas de Exterior que Vivem no Interior, de Cobrado (Gaza), 2023</span></div><div><a href="https://regulatorrec.bandcamp.com/album/m-sica-para-plantas-de-exterior-que-vivem-no-interior"><span style="color: #e06666;"><b><span style="font-family: arial;">https://regulatorrec.bandcamp.com/album/m-sica-para-plantas-de-exterior-que-vivem-no-interior</span><br /></b></span></a><br /></div>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-48776297685973107582023-01-13T10:43:00.015-08:002023-07-19T03:03:33.592-07:00STOP: se tens olhos, pára! Aqui pode estar uma solução para o Centro (Cultural) Stop <p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjv6OzIQYeaCpcArK_Ql4YxEK173b6Da4O3EeLhcvPd_6Udhxab_P1LrMJnK07w2pYcDe6XwPNcu40KstwGtS1Z0c8lDiSxzDHhK8_tB8PpuM2Zmc48KACGSKPaZ3m9lxJc-A_9isdtiUzGqliy3sPgh2E5M1sQ0-opiyur7McNwy40RjFw1vzrPvsZ4A/s16000/437b93876dc32206dc300093461392bf.jpeg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Fonte: Pinterest</span></td></tr></tbody></table><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Desabafo de alguém que gostaria de ver as coisas a avançar, ainda com desesperança -, resultante da constante falta de visão dos órgãos responsáveis que deveriam assegurar políticas de transformação e desenvolvimento cultural neste país. <br /></span><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br />Sobre o estado do Centro Comercial Stop, no Porto:<br /></span><span style="color: #444444; font-family: arial;">Eu pergunto se não há no seio do Stop pessoas a trabalhar no sentido de levar a cabo uma investigação que se insurja contra a visão (que tende a perdurar) subordinada a uma só face de cultura homogeneizada virada para massas. Julgo que, ao longo de pelo menos uma década, é premente levar à discussão um programa sustentado e fundamentado, desenhado por especialistas, para que se encontre junto do pelouro da cultura da Câmara Municipal do Porto uma solução viável que seja perdurável, sustentável e saudável, tanto para a cidade como para os músicos. Tentar tapar o sol com a peneira, para dar a entender que o assunto foi resolvido, não trará qualquer satisfação tanto a curto como a longo prazo para ninguém.<br /></span><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br />É certo que há particularidades difíceis de colmatar para que o Stop continue a existir com a identidade que lhe é inerente, mas a "solução" que a Câmara do Porto oferece também não parece viável. Segundo o JN, a </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial;">Câmara do Porto</span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial;"> encontra-se disponível para adaptar </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial;">Silo Auto</span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial;"> para acolher músicos do </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial;">Stop. </span><span style="color: #444444; font-family: arial;">Talvez não seja a geografia de Portugal que se encontra na cauda da Europa e em contacto directo com a aquacultura, é mesmo a mentalidade que prevê o comodismo sustentado num pensamento de "um dura para sempre". Julgo que foi isso que aconteceu de ambas as partes. Por um lado, a Câmara não agiu em tempo certo para tentar encontrar uma solução que exige tempo mas que iria prever um plano exequível, por outro lado, as bandas acomodaram-se, não se organizaram e não encontraram representatividade para prevenir problemas de segurança que já colocaram em causa o bom funcionamento do espaço por pelo menos duas ou três vezes. Se o presidente da Câmara do Porto afirma que o Stop não pode funcionar como está, uma vez que as condições representam perigo para a segurança pública, por que não agiu em tempo certo? Os planos que o presidente tem para zonas da cidade e para a cultura não devem ser adaptados a outros grupos com outras vontades e necessidades. </span></p><div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><span style="font-family: arial;"><div style="color: #444444; text-align: justify;">Lembro que a Câmara do Porto (com Rui Moreira) demonstrou preocupação com a cultura local, e quando pode faz disso bandeira promovendo iniciativas para a dinamizar. Dá-se o mais recente exemplo do Cinema Batalha. Mas e a cultura local do Stop, que tem em si características singulares que foram sendo construídas num ecossistema próprio, mesmo que o edifício não esteja sob tutela da câmara? O porta voz (que o Stop não tem) deveria criar uma estrutura viável para se auto-sustentar, um organismo independente, que resulte através de um plano inteligente que sirva de modelo para outros. Vivemos num tempo com exigências diferentes. Saber agir com equidade e contemplar todas as partes, sempre de mãos dadas com a comunidade que deveria configurar-se em aliança e não em paredes egomaníacas, é também outra característica importante para que egos não falem em nome de um grupo.</div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;">Nesse contexto, fui pesquisar intervenções ou planos estratégicos que pudessem responder à situação vigente. A instituição </span><a href="https://www.musicboard-berlin.de/en/"><span style="color: #e06666;"><b>Musicboard Berlin</b></span></a><span style="color: #e06666;"><b> </b></span><span style="color: #444444;">(MbB) concebeu um modelo para responder a um fosso presente na cidade e julgo que poderia servir de modelo para o Porto.</span></div></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;">O MbB é uma instituição única na Alemanha que financia a música pop de maneiras novas e criativas e mantém um discurso dinâmico sobre a música pop em Berlim. Defende uma abordagem respeitosa à diversidade e ao financiamento musical baseado em conteúdo, enfatizando as posições dos músicos. É baseado na colaboração e inovação de criadores de música, nas suas comunidades e colectivos. Por meio da comunicação e intermediação entre criadores de música, redes, administração, política e negócios dentro do diversificado cenário da música pop de Berlim, o MbB visa criar transparência, oferecer orientação e fornecer uma visão geral: de consultoria relevante e oportunidades de networking, fontes de financiamento públicas e privadas e opções para espaços de ensaio e qualificação em Berlim.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div></span><div><div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">A instituição realizou uma pesquisa durante o mês de Maio de 2020, para dar resposta à falta de oferta de espaços de ensaio em Berlim. Para determinar a oferta e demanda de espaços de ensaio, principalmente os de música pop, foi feito um levantamento para documentar a quantidade desses espaços, e apelar tanto à protecção como à criação de espaços adicionais, fornecendo mais dados sobre as condições actuais e necessidades futuras. Os resultados desta pesquisa, quantitativa e qualitativa, serviram como base para tomar as medidas necessárias com o intuito de melhorar a situação dos espaços de ensaio dentro do sector cultural pop.</span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Através da mailing list e com a ajuda da rede de contactos, associações locais, colectivos e um número alargado de operadores de espaços de ensaio, o MbB circulou o questionário Berlin Rehearsal Space a larga escala, entre músicos que vivem em Berlim.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Devido à pandemia de Covid-19, a pesquisa foi distribuída exclusivamente via digital pelos canais. De Maio a Junho de 2020, um total de 948 músicos de Berlim participaram no questionário. Embora o foco estivesse nas necessidades da cena da cultura pop berlinense, músicos de todos os géneros foram convidados a participar. O público-alvo assegurou que músicos que trabalham na interseção de géneros fossem incluídos no questionário, enquanto também permitiu fazer comparações entre géneros específicos para espaços de ensaio.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O MbB considerou a música pop para incluir todos os géneros e variedades de música popular que não podem ser claramente classificados como jazz, música clássica ou nova. A pesquisa foi realizada em nome do MbB por Samuel Bergmann (músico e graduado pela <span style="background-color: white; text-align: left;">Berlin School of Popular Arts</span>) e Prof. Dr. Clemens Schwender. A avaliação qualitativa dos resultados foi realizada pela MbB. Com o questionário, a organização continua a ser um apoio activo da cena musical pop-cultural de Berlim, um papel que a instituição financiadora pública tem vindo a cumprir desde a sua fundação em 2013.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As conclusões tiradas a partir do questionário e as recomendações futuras apresentadas nesta pesquisa são prementes, para que se possa tentar solucionar uma vontade de uma camada que faz da cidade um centro cultural heterogéneo e que merece ser ouvida. Mas não de qualquer forma. Ainda que não seja uma obrigação da autarquia, penso que é falta de visão da mesma e é um dever quando se pretende que a cidade viva uma cidadania activa, uma vez que as minorias também ajudam a tornar a cidade um espaço com as suas especificidades.</div></span></div><div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;">As conclusões desta pesquisa partem de 5 pilares:</div><div style="text-align: justify;">- a protecção dos espaços;</div></span><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- a criação de espaços;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- financiamento de estruturas independentes;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- arquivo que documente a existência desses espaços e as suas actividades;</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">- salas de ensaio para todos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Agora não digam que pensaram no mesmo, aquando do ruído gerado sobre este assunto. É preciso agir mediante as exigências do tempo de hoje. Não me parece que o Silo Auto, <span style="background-color: white;">em modelo de "open space" para os músicos,</span> seja o espaço para resolver o problema do Stop. Facto é que o Stop não reúne condições para se manter aberto, pois qualquer alternativa que se pretenda dar é efectivamente incomportável, por mais que se sinta a boa fé da parte dos músicos. Construir sobre um modelo que responda às necessidades plurais e particulares, mas sustentado no conceito de comunidade - que é o que deveria determinar a força dos grupos desvinculados dos grandes meios -, parece ser o caminho e a vontade de ter uma humanização da cidade contemporânea que prevê microintervenções. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Falta cidadania cultural e literacia artística para saber como agir quando cenários destes acontecem; afinal não são os músicos também agentes directos e criadores de cultura? Não deveriam igualmente ser porta-vozes na defesa de uma causa que depende deles, e que deve ser sustentada em diálogo articulado e estruturado com os organismos competentes? Se não é possível a <span style="background-color: white;">apresentação de um projecto de especialidades no processo de licenciamento do Stop, então que seja feito um levantamento de espaços disponíveis para cedência da parte da autarquia com enquadramento semelhante ao do Stop, no que diz respeito à capacidade de acolhimento para cerca de 500 utilizadores de salas de ensaio. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><span style="background-color: white;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><span style="background-color: white;">Não basta o peso da memória do espaço para atenuar a necessidade urgente </span><span style="background-color: white; text-align: left;">de segurança e salubridade</span><span style="background-color: white;"> face às condições actuais. No entanto, é de assinalar que até hoje nada de grave aconteceu ao espaço e, se assim o é, é graças aos músicos que lá estão, aos bombeiros e a todos os intervenientes que estiveram despertos quanto à vulnerabilidade do espaço. Porém, não são feitos estudos nem levantamentos apropriados para arquitectar e desenhar soluções que visem o estudo adequado às exigências que as salas de ensaio requerem, como o tamanho da sala, a acústica, as condições de segurança, não é porque se cria música "alternativa" que tem que se morrer electrocutado.... A música não vive de remendos! Não basta pedir a deputados para dialogar com a câmara sobre o assunto, é preciso que a força venha da parte de quem fez do Stop o centro de memória que é.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Em tom de conclusão, pergunto, qual deverá ser o papel das instituições associadas à promoção e apoio da dinamização cultural, aqui, neste contexto? E refiro-me por exemplo à SPA, GDA, AMEI, APORFEST, associações culturais, etc. Ainda há luz ao fundo do túnel quando vemos Casas da Juventude com espaços próprios para quem quiser ensaiar ou quando observa-se, em Guimarães, o Teatro Jordão a ser convertido em salas de ensaios para bandas de garagem. É preciso saber fazer, sem negligenciar as especificidades do público-alvo e sem instrumentalizar esta problemática para fins turísticos para as massas. O STOP é, acima de tudo, um ponto de encontro para os músicos e para quem sente identificação.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">A quem possa interessar, aqui deixo o estudo:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #e06666; font-family: arial;"><a href="https://www.musicboard-berlin.de/wp-content/uploads/2021/03/MBB_Berlin-Rehearsal-Space-Survey_Results-Analysis_EN.pdf"><span style="color: #e06666;"><b>https://www.musicboard-berlin.de/wp-content/uploads/2021/03/MBB_Berlin-Rehearsal-Space-Survey_Results-Analysis_EN.pdf</b></span></a></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Priscilla Fontoura, Acordes de Quinta (2006-), Lula Gigante (2010-), Milkshake It (1997-1999), Puk (2001-2004), Outros projectos </span></div></div></div><span style="color: #444444; font-family: arial;">Este texto é escrito ao abrigo do antigo acordo ortográfico.</span><div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span><div><span style="color: #444444; font-family: arial;">Referências:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #e06666; font-family: arial;"><a href="https://www.musicboard-berlin.de/"><b><span style="color: #e06666;">https://www.musicboard-berlin.de/</span></b></a></span></div>
<script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>
</div>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-40668343641798979882023-01-12T12:09:00.001-08:002023-01-14T12:57:05.243-08:00Intuito, por Rudesindo Soutelo<p style="text-align: justify;"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo_sHyHQluLZh6KU5EnPWocaPVu3KfLAptzL1a1gi6TnvbODsWXIlLRfbbeAzwwQlL4eTHEuPV_ROVKLjGrxb4iTOcZ7w3S4Zr8Y_CmUYBUNiNBxKGr9jY7RgV-HFGxqtGe7Vwo0wLWzoYUUnPmtptlDpwCeO3lDsgKJdjym306V8w65-4Sc-h9iPYNw/s1200/Albert-Einstein-tocando-violino.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo_sHyHQluLZh6KU5EnPWocaPVu3KfLAptzL1a1gi6TnvbODsWXIlLRfbbeAzwwQlL4eTHEuPV_ROVKLjGrxb4iTOcZ7w3S4Zr8Y_CmUYBUNiNBxKGr9jY7RgV-HFGxqtGe7Vwo0wLWzoYUUnPmtptlDpwCeO3lDsgKJdjym306V8w65-4Sc-h9iPYNw/s16000/Albert-Einstein-tocando-violino.jpeg" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption"><div style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: small;">Einstein com “Lina” — o seu adorado Violino</span></div></td></tr></tbody></table><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">A atividade profissional de um professor de música tem a sala de aula como
palco de atuação, onde os alunos não
são o único público pois toda a sociedade assiste ativamente, avaliando o
seu desempenho. Assim como a execução que um artista exibe em público não acontece por acaso, a atuação
do professor na sala, diante dos alunos, também é fruto de um rigoroso
trabalho prévio. Mesmo aqueles que
vão ‘improvisar’ para o palco sabem
que é preciso muitas horas, dias, meses e anos de trabalho para que a suposta ‘improvisação’ aconteça. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Uma
aula improvisada, sem qualquer preparação nem guião prévio, pode ser
muito estimulante para os alunos se o
professor é portador de uma vasta formação e experiência, caso contrário
perder-se-á o tempo na sala.
Há professores que vão para a sala
de aula reproduzir aquilo que vivenciaram durante o período estudantil,
como se a sociedade estivesse profundamente adormecida. Há professores
possuidores da ‘única’ verdade pedagógica e culpam os alunos do seu
insucesso, porque o mundo é que tem
de se adaptar a eles. Há professores,
mesmo com habilitação profissional
para a docência e até com canudos de
doutoramento, possuidores de uma
supina ignorância social, ética, pedagógica e até musical. Um famoso
aforismo de José de Letamendi, reproduzido no pedestal da estátua de
Abel Salazar no Instituto Biológico do
Porto, reza: O médico que só sabe medicina, nem medicina sabe. Aplicado
ao professor de música, que só sabe
duma minúscula área da imensidade
sonora, resulta ludibrioso.
Um professor de música, para além
de ser competente na sua área, deve
estar integrado na sociedade que
atua para acompanhar as evoluções
dos alunos e potenciar as suas capacidades, porque ninguém nasce músico, faz-se. Assim, pois, a atividade
profissional de um professor de música desenvolve-se maioritariamente fora da sala de aula. Só quando
apreendeu a essência, o contexto e o
mundo cultural que envolve os alu</span><span style="color: #444444; font-family: arial;">nos da disciplina é que pode ir para
o palco representar o seu papel, porque o que acontece na sala de aula é
só a minúscula ponta do seu icebergue profissional. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Para lecionar História da Música,
Análise e Técnicas de Composição ou
Acústica, disciplinas para as quais fui
legalmente habilitado, é preciso vislumbrar e interligar um sem-fim de conhecimentos, e não só musicais. Essa
reflexão submergida do icebergue é a
que contextualiza a experiência profissional. Edgar Morin afirma, numa
entrevista de 2014: “A transdisciplinaridade é o que possibilita, através das
disciplinas, a transmissão de uma visão de mundo mais complexa”</span><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: xx-small;">1</span><span style="color: #444444; font-family: arial;">
.
As bases da reflexão que se expõe
nestes artigos são fruto do percurso
de uma vida inteira dedicada à música como compositor, ativista, editor,
pedagogo, e mais que não necessito
enumerar. Esse longo périplo de vida
produziu inúmeras reflexões, que algumas vezes foram escritas em prosa
e outras transformaram-se em partituras do meu catálogo. Nos últimos
anos, fui recuperando da memória,
ordenando e fundamentando, muitas dessas reflexões de experiência
profissional que são relevantes para
o melhor desempenho do ofício de
compositor e de professor de música;
mas quando trabalhamos com a memória, o passado torna-se uma construção do presente porque, no agora,
é impossível saber como seria verbalizado aquele passado, se na altura
não ficou documentado. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">No constructo teórico e argumental
do passado não se pretende apagar
partes da experiência de vida, mas
sim de apurar os contributos ao conhecimento atual. “Cada um de nós </span><span style="color: #444444; font-family: arial;">transporta consigo padrões de pensamento, de sentimentos e de ação
potencial, que são resultado de uma
aprendizagem contínua. Uma boa
parte foi adquirida no decurso da infância, período do desenvolvimento
onde somos mais suscetíveis à aprendizagem e à assimilação”<span style="font-size: xx-small;">2</span>
.
A infância é o fundamento de todo
o indivíduo, a referência que nos
marca, seja para confluir ou divergir, pois temos tendência a observar
os outros, nomeadamente os alunos,
através do filtro da nossa própria vivência. “Quando certos padrões de
pensamento, sentimentos e comportamentos se instalam na mente de
cada um, torna-se necessário desaprender, antes de aprender algo diferente, e desaprender é mais difícil do
que aprender pela primeira vez”<span style="font-size: xx-small;">3</span>.
Ao longo da minha vida profissional
desaprendi quase tanto como aprendi porque, o que ontem era válido,
nomeadamente durante o pós-modernismo, hoje pode ser errado ou
insignificante. Manter-se profissionalmente ativo exige uma constante
atualização crítica dos padrões de
pensamento. É a sobrevivência num
mundo que “coloca os indivíduos perante a absurda alternativa entre sacrificar a vida ao trabalho e sofrer as
consequências de não ter trabalho”<span style="font-size: xx-small;">4</span>.
O que realmente me move tem mais a
ver com praticar uma criação musical
e uma pedagogia dignas desse nome
e isso não é quixotismo retórico, forma parte de uma nova sensibilidade
moral que desponta neste neomodernismo sem dominações e que assiste
ao surgimento de exigências como
a de comer alimentos dignos de tal
designação. E com este intuito seguimos em frente.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">1
Morin, E.: A educação não pode ignorar
a curiosidade das crianças. O Globo.(17 de
agosto de 2014). Obtido em 19 de dezembro de 2022, </span><span style="color: #444444; font-family: arial;">de http://oglobo.globo.com/
sociedade/educacao/a-educacao-nao-pode-ignorar-curiosidade-das-criancas-diz-edgar-morin-13631748 </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">2
Hofstede, G. (2003). Culturas e Organizações. Compreender a nossa programação
mental. Lisboa: Sílabo, 2003, p. 18. 3 Ibid.: p. 18. 4 Jappe, A.: As aventuras da mercadoria
para uma nova crítica do valor. Lisboa:
Antígona, 2013, p. 12.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: 16px; letter-spacing: 0.16px;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: 16px; letter-spacing: 0.16px;">Autor do texto: Rudesindo Soutelo (Compositor e Mestre em Educação Artística)</span></p><div class="post-body" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: #6c6c6c; font-family: Roboto, Arial, "Helvetica Neue", Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 300; letter-spacing: 0.16px; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="border: medium none; color: #444444; font-family: arial; list-style: outside none none; margin: 0px; outline: none medium; padding: 0px; text-decoration: none;"><div style="text-align: justify;"><div class="clear" style="clear: both; color: #6c6c6c; font-family: Roboto, Arial, "Helvetica Neue", Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; letter-spacing: 0.16px; text-align: start;"></div></div></span></div>Acordes de Quintahttp://www.blogger.com/profile/01544686377240511136noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-23533073811729657182023-01-05T09:47:00.006-08:002023-01-26T10:49:45.750-08:00Breaking the Fourth Wall: The Fabelmans (2022)<p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_U1JBjjG_1GiiJiRyjLt6RC2xBrP_Z0n6weQH23hPa2DexzMn12gStwoArtFE46iFYdCJ5BH0G-X2Drpog7bniNDTG_GeApajkkIDs3yMQjTG_AxW3G2elqjYZ8T6edqplRlu6LauKhFkCBZBYBjrM3cFY7wQxKvT0VK4XsXmvy0Z9hbgn7Ax2c5aiQ/s1582/MV5BZGM1MzczNmQtMjBmYS00NTRhLWI0MzctNTFkZDc4OGUyODdjXkEyXkFqcGdeQXVyMjMxOTE0ODA@._V1_FMjpg_UX1000_.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1582" data-original-width="1000" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_U1JBjjG_1GiiJiRyjLt6RC2xBrP_Z0n6weQH23hPa2DexzMn12gStwoArtFE46iFYdCJ5BH0G-X2Drpog7bniNDTG_GeApajkkIDs3yMQjTG_AxW3G2elqjYZ8T6edqplRlu6LauKhFkCBZBYBjrM3cFY7wQxKvT0VK4XsXmvy0Z9hbgn7Ax2c5aiQ/w405-h640/MV5BZGM1MzczNmQtMjBmYS00NTRhLWI0MzctNTFkZDc4OGUyODdjXkEyXkFqcGdeQXVyMjMxOTE0ODA@._V1_FMjpg_UX1000_.jpg" width="405" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: #444444; font-family: arial; font-size: x-small;">Cartaz The Fabelmans<br /><br /></span></td></tr></tbody></table><span style="background-color: white; font-family: arial; white-space: pre-wrap;"></span><p></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">A sala escura de um Cinema permite-nos chorar histórias e nunca esquecê-las. Em<b> The Fabelmans</b>, realizado por Steven Spielberg a partir do argumento coescrito com Tony Kushner, há quem se reveja na família enumerada: no contacto com o judaísmo e o humor que lhe está associado, no apoio de </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial;">Mitzi Fabelman (Michelle Williams), </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; white-space: pre-wrap;">que deixou a emancipação artística para cuidar da sua família e alargar os horizontes criativos dos filhos, de </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial;">Burt Fabelman (Paul Dano),</span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; white-space: pre-wrap;"> que sempre se manteve parceiro por ser um visionário fora do seu tempo. As irmãs de Steven Spielberg, </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial;">Reggie Fabelman (Julia Butters) e Natalie Fabelman (Keeley Karsten), foram </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial;">a</span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; white-space: pre-wrap;">s protagonistas dos primeiros filmes caseiros com câmara Super 8, tanto de aventura como de terror. </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; white-space: pre-wrap;">Muitos diálogos são cómicos, para quem se sente à vontade com as dinâmicas do judaísmo <span style="text-align: left; white-space: normal;"><i>ashkenazi</i></span>. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br />Este mais recente filme (e talvez o último) de Spielberg é uma autobiografia em homenagem aos seus pais Leah Adler e Arnold Spielberg, que morreram em 2017 e 2020. Da narrativa de The Fabelmans não são tirados os lugares obscuros que qualquer família pode carregar. Quando a marca dos progenitores deixada na memória afectiva do autor é profunda, não se deve deixar esta Terra permitindo que um desconhecido fale em nome de uma história que não lhe pertence. A memória afectiva é como carvão para a movimentação artística. <br /><br /></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; white-space: pre-wrap;">Para se fazer uma autobiografia é preciso ter coragem, uma vez que as fragilidades intrínsecas ao seio familiar são expostas - <span style="animation-name: none; transition-property: none;"><a style="animation-name: none; cursor: pointer; transition-property: none;" tabindex="-1"></a></span>essas que tornam a intimidade do autor vulnerável, mas honesto com a arte. A verdade é que nem todos o são. Talvez seja por isso que essas almas não ecoam quando tentam criar. Preferem pela ficção contar histórias que ficam sujeitas à condição da possibilidade, sem se comprometerem com aquilo que diz respeito à eterna relação com a arte e à redenção, como afirmou <span style="white-space: normal;">Arthur </span><span style="white-space: normal;">Schopenhauer</span>. É no quarto escuro que se sai da realidade. É no quarto escuro que se prepara a magia. E um mágico para conseguir enganar, pela destreza do seu encantamento, deve aproximar-se de uma noção de verdade para imergir a audiência naquela realidade. Seria sozinho com as suas mãos sobre a película que </span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; text-align: left;">Sam (Gabriel LaBelle)</span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; white-space: pre-wrap;"> encontraria o seu sentido de vida, que descobriria os segredos de uma relação extra-conjugal, que mexeria com a consciência da sua mãe e dos <i>bullies,</i> e convenceria o seu pai pelo esforço e dedicação ao cinema, porque são</span><span style="background-color: white; color: #444444; font-family: arial; text-align: left; white-space: pre-wrap;"> <i>chips off the old block</i></span><span><span style="color: #444444; font-family: arial;"><span style="background-color: white; white-space: pre-wrap;">.
</span><span style="background-color: white; white-space: pre-wrap;">
</span></span></span><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD6Gib5bJISEeR34NhQCcbn2l-eDEA8pzbsmlGWpOSOEqVO386Przk9cjP_5ZrGVqum-IUciAQ0cJ0rJ2zNr6MTkFczi1RMq-T0bcRFgCqOQw8DwXxtnwaOGlTGjHQBAfYMAwOmka_TiETgrOF-RUJ_zJKJ_WY8jo-0CCrP1-WkfJhaXBO9oar-9RfyA/s16000/2.png" /></div><div class="x11i5rnm xat24cr x1mh8g0r x1vvkbs xtlvy1s x126k92a" style="animation-name: none; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; transition-property: none;"><span style="font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444;"><br />Spielberg/Sam teve a vida facilitada por ter tido a possibilidade de gastar película, devido à progressão profissional do seu pai que era um talentoso dentro do seu ramo. Mas, se não tivesse sido a sensibilidade da sua mãe para colmatar o </span><a href="https://vimeo.com/321353432"><b><span style="color: #e06666;">trauma de espectador na experiência de ver cinema</span></b></a><span style="color: #444444;"> com The Greatest Show on Earth (O Maior Espectáculo do Mundo, 1952), de Cecil B. DeMille, talvez teria sido um engenheiro interessado em desenvolver comboios mais modernos - motivado pelo seu pai. Spielberg mudou os carris do cinema. Olhou além da linha do horizonte, mas descentrada, porque o amor pela arte, tal como afirmou o tio Boris Schildkraut (Judd Hirsch), por ser o maior amor, traz também muito sofrimento, não obstante quem e o que se possa alcançar através dela. A arte não é um jogo, é tão perigosa quanto a boca de um leão faminto.</span></div><div style="color: #444444; text-align: justify;"><br /></div></span><div dir="auto" style="animation-name: none; background-color: white; text-align: justify; transition-property: none;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><span style="text-align: left; white-space: normal;">Sente-se a identidade de Spielberg em pequenos detalhes e por comparação a outros trabalhos, por exemplo a</span><span style="text-align: left;"> cena do tornado e a intercepção dos carrinhos de compras, </span><span style="text-align: left;">o traço de luz que acompanha a sua mãe quando dança em contraluz no acampamento com cenas que lembram Jurassic Park e E.T., as cores quentes e as aventuras com os seus amigos em rodagem com Indiana Jones. <br /><br /></span></span></div><div dir="auto" style="animation-name: none; transition-property: none;"><div class="separator" style="clear: both;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLjpJgUPAz0IWhF72qNwP_-Wl0AL-OgImTQWwAA8j-2TejWtshntv3MjYxUhxOfAFcgQrW-kWHNjDvb44CC7mSgKuZE55e-PAzIXu4Z3HXHouqyq1vWbxwJjvOz2S1Y0-RT8Tuw3x9xv4u3hPDVNEUguRgthBIUmPnp1WS3RFVwt-UWrKKzw3LRyfh6g/s16000/3.png" /></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br />É a constante (e obcecada) presença da sombra de Benny (Seith Rogen) que faz com que Mitzi engane o seu ego, rompendo por isso o laço familiar; porém questiona-se se Benny seria a sua verdadeira paixão ou se o piano. A cadência do filme vai dando sinais sobre o segredo escondido. A música, autoria de John Williams com quem Spielberg tem vindo a trabalhar, acompanha cada transição sem forçar qualquer dinâmica entre cenas. E é o final que confirma o efeito da visita da </span><i style="color: #444444; font-family: arial;">persona non grata </i><span style="color: #444444; font-family: arial;">Boris e a última deixa de John Ford (David Lynch) a Sam. Basicamente os dois motivam-no a montar o elefante e seguir viagem.</span></div></div><div dir="auto" style="animation-name: none; background-color: white; text-align: justify; transition-property: none; white-space: pre-wrap;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div dir="auto" style="animation-name: none; background-color: white; text-align: justify; transition-property: none; white-space: pre-wrap;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">The Fabelmans pode ser uma despedida do belo trabalho de Spielberg, embora com sorriso na cara, porque conseguiu reter o brilho nos olhos dos espectadores, sentados frente ao grande ecrã. L'chaim, a todos os que choram frente a uma tela. Se choram, é porque o domador não foi comido pelo leão.</span></div><div dir="auto" style="animation-name: none; background-color: white; text-align: justify; transition-property: none; white-space: pre-wrap;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div dir="auto" style="animation-name: none; background-color: white; text-align: justify; transition-property: none; white-space: pre-wrap;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Texto: Priscilla Fontoura</span></div><div dir="auto" style="animation-name: none; background-color: white; text-align: justify; transition-property: none; white-space: pre-wrap;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Imagens: Frames do filme The Fabelmans, de Steven Spielberg</span></div></div>
<script type="text/javascript">if (typeof document.onselectstart!="undefined" ) { document.onselectstart=new Function ("return false" );} else { document.onmousedown=new Function ("return false" ); document.onmouseup=new Function ("return true" );}</script>
Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-71679501827912284692022-10-27T09:44:00.001-07:002023-01-14T12:57:34.906-08:00Cultura e criatividade, por Rudesindo Soutelo<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfnnCo_nsQ_GUzTqqCcVqrFN3-YHr4utWs6q6hHNA9YUZgano2NUbfxD3AtkHLI3_hDf4bI-DxQiVjWANSb6oIQ_4EA8YNDStVdAypBhlFVjL95OWa-5SCYNNXUYvmruak_GYPeftez_TCrmmI8u2v5MwiY3d3K4Pcc7lCa43kS_uLioLEWnRmhWlGhA/s3415/Untitled%20design.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1920" data-original-width="3415" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfnnCo_nsQ_GUzTqqCcVqrFN3-YHr4utWs6q6hHNA9YUZgano2NUbfxD3AtkHLI3_hDf4bI-DxQiVjWANSb6oIQ_4EA8YNDStVdAypBhlFVjL95OWa-5SCYNNXUYvmruak_GYPeftez_TCrmmI8u2v5MwiY3d3K4Pcc7lCa43kS_uLioLEWnRmhWlGhA/s16000/Untitled%20design.png" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Quando pergunto aos alunos de Ensino Secundário do Ensino Artístico Especializado se vão candidatar-se a um curso superior de música, fico a refletir sobre o conjunto de circunstâncias que condicionam as suas decisões. Há os que têm claro o seu futuro, seja como profissional ou amador da música; há os que duvidam e ainda há os que não sabem nem querem saber, que são as vítimas de uma sociedade que fomenta o fracasso promovendo o competitivismo, onde alguns são os iniciados e os outros, os leigos. O estranho é que os alunos raramente mencionam a principal variável deste problema, a criatividade. A cultura, para além de outras coisas, é um jogo social e Dietrich Schwanitz afirma que “o jogo tem as suas regras e quem não andou a praticar o jogo da cultura desde pequeno, tem dificuldade em aprendê-las”<span style="font-size: xx-small;">1.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Uma das estratégias que tenho utilizado para inculcar nos alunos o gosto pela cultura é pedir-lhes que escrevam um Diário onde anotem e comentem as práticas artísticas e culturais que desenvolvem em paralelo com a atividade escolar. No final de cada período, leio tudo o que me entregam e, para além de orientar as minhas estratégias pedagógicas, as observações e experiências que relatam contribuem para uma avaliação mais equilibrada de cada estudante. Num desses diários estava escrita uma reflexão que resumidamente vinha a dizer que a sua paixão pela música iniciara já desde bebé, quando os pais começaram a frequentar as atividades e concertos dominicais da Casa da Música; e resumia a experiência numa frase devocional de comunidade de fé: “Era como ir à missa cada domingo”. A criatividade revelou-se quase que naturalmente e hoje tem uma brilhante e feliz carreira musical. A “familiaridade com os traços fundamentais da história da nossa civilização, com as grandes teorias filosóficas e científicas, com a linguagem formal e as principais obras de arte, da música e da literatura”<span style="font-size: xx-small;">2</span> é o que nos permite compreender a sociedade que nos integra. A família e a escola são os protagonistas fundamentais do desenvolvimento integral da personalidade cultural dos alunos, mas quando uma dessas instituições fracassa no seu cometido, e a outra não consegue preencher esse vazio, no melhor dos casos acontece uma formação prática de especialistas sem qualquer sensibilidade cultural. São As duas culturas<span style="font-size: xx-small;">3</span> que C. P. Snow identificara: a cultura da erudição clássica do humanismo e a cultura científica e técnica, que vai muito para além da tradicional divisão do conhecimento em Trivium e Quadrivium – Letras e Ciências –, pois tanto pode dar-se um humanista técnico como um cientista erudito. Na música, essa dualidade conduz a erros de raciocínio e argumentação onde o transcendente e o trivial se confundem e atrapalham. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Nas minhas turmas de História da Cultura e das Artes, e de Análise e Técnicas de Composição, onde a cultura da erudição é basilar, predomina o género feminino, como, diga-se de passagem, está a acontecer na maioria das formações musicais atuais. Curiosamente há excelentes, e até brilhantes, alunos do género masculino, mas na hora de decidir o seu futuro profissional têm tendência a enveredar pela segunda cultura, a científica e técnica, deixando a música para trás ou relegada a uma prática amadora. A tendência feminina, quando deixam a música de lado, é pelos cursos da primeira cultura. Esta assimetria que se observa na música, também acontece nas universidades e no mercado de trabalho e tem consequências na progressão social. A segunda cultura, essencialmente povoada por homens, é mais bem remunerada mas os conhecimentos que proporciona não favorecem a evolução dos comportamentos, opiniões e atitudes perante a vida. Aos olhos da cultura da erudição, podem ser percebidos como pessoas primitivas altamente tecnocratizadas, o que gera inúmeros conflitos, nomeadamente quando constituem um casal misto. O que os separa é precisamente o grau de criatividade que a primeira cultura ajuda a desenvolver mais. Os que duvidam estão a auto-observar-se para resolver o problema do seu próprio saber. Precisam de conceitos para descrever e explicar o comportamento próprio e ter consciência de que “a realidade pessoal é uma construção que varia de acordo com o ambiente, a procedência, a idade, a camada social e a cultura”<span style="font-size: xx-small;">4</span> . Nessa reflexão talvez descubram que as duas culturas de Snow estão a aproximar-se e o conceito de autorreferencialidade, a auto-observação, já não é exclusivo do sujeito, do humanismo; agora são cada vez mais os organismos, inclusive as empresas, que estão a auto-observar-se, a auto-organizar-se, a autodescrever-se, e começam a valorizar e incentivar a criatividade pelo que caminhamos para uma confluência de ambas as culturas. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Talvez o mais difícil nessa ponderação seja saber o que não devemos saber, tanto pelo que possa atrapalhar o raciocínio como que possa invalidar os argumentos. Não basta ser inteligente ou saber as respostas certas, pois isso só faz referência a elementos novos que estão ligados a conteúdos previamente conhecidos; é o que se designa de pensamento convergente. Pelo contrário, o pensamento divergente relaciona elementos novos que são independentes dos conteúdos prévios, produzindo respostas possíveis, originais e flexíveis, mas exige uma grande capacidade crítica para excluir as ideias absurdas. Isto é a criatividade e pode aprender-se, mas só se manifesta em ambientes de sensibilidade cultural, criativos. O mundo dos negócios já utiliza técnicas como a tormenta de ideias (brainstorming) para estimular a criatividade. As escolas, nomeadamente as do Ensino Artístico Especializado, têm que desenvolver um ensino criativo em todas as disciplinas, mas para isso é imprescindível que a criatividade seja uma disciplina transversal na formação dos professores. No fundo, os alunos sabem que só é culto quem sabe criar-se a si mesmo.</span></div><span style="color: #444444; font-family: arial;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">1 Schwanitz, D.: Cultura. Alfragide, D. Quixote 2019, p. 464-465.</div><div style="text-align: justify;">2 Ibid.: p. 463.</div><div style="text-align: justify;">3 Snow, C.P.: As duas culturas. Lisboa, Editorial Presença 1996.</div><div style="text-align: justify;">4 Schwanitz, D.: Op. cit. p. 574.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div class="post-body" style="color: #6c6c6c; font-family: Roboto, Arial, "Helvetica Neue", Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; letter-spacing: 0.16px; text-align: start;"><div style="text-align: justify;"><span style="border: medium none; font-family: arial; list-style: outside none none; margin: 0px; outline: none medium; padding: 0px;"><span style="border: medium none; color: #444444; list-style: outside none none; margin: 0px; outline: none medium; padding: 0px;">Autor do texto: Rudesindo Soutelo (Compositor e Mestre em Educação Artística)</span></span></div></div><div class="clear" style="clear: both; color: #6c6c6c; font-family: Roboto, Arial, "Helvetica Neue", Helvetica, sans-serif; font-size: 16px; letter-spacing: 0.16px; text-align: start;"></div></div></span>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5920334181997564649.post-63779744068381830712022-09-26T13:12:00.001-07:002023-01-14T12:57:48.007-08:00Cobertura Fotográfica dos concertos de JAFUMEGA e MÃO MORTA, na Feira de São Mateus em Viseu<p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-efHJ6suowrahNWNPe60tjisV17xywdpSS2dDhkjgt82WvOtIW5Ahqhg0ft6hxT3nRMh2VfITugnofmQO-Vl8cXT6Ld9uWFczBOdEEUzveM6HxEKj6bYkhntoIZTdey0eJzhne6k-dAqsvv2bZUtiR6JnB6hgzieujTutd0aMIiswLZ38DcJ8iYEBSw/s1200/P1063201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><span style="font-size: x-large;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-efHJ6suowrahNWNPe60tjisV17xywdpSS2dDhkjgt82WvOtIW5Ahqhg0ft6hxT3nRMh2VfITugnofmQO-Vl8cXT6Ld9uWFczBOdEEUzveM6HxEKj6bYkhntoIZTdey0eJzhne6k-dAqsvv2bZUtiR6JnB6hgzieujTutd0aMIiswLZ38DcJ8iYEBSw/s16000/P1063201.jpg" /></span></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj74l66xrNN2q2DnErMgYAxZJustC6xKDgf5H9iXAHs3iLGaQvNXY8IfO0PDm_QwUk7gT2WhnimGGm1vvFSeWQAn4-s34QF4pOciRE9M_ch0hM6n5-kfOd4GEJr_Z6PtNBlrmaX-zQQj1c0fZ7lqszAeurW56_yjL8DRXctqzhkMuqtxdMtIWNetRKCLA/s1200/P1063176.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj74l66xrNN2q2DnErMgYAxZJustC6xKDgf5H9iXAHs3iLGaQvNXY8IfO0PDm_QwUk7gT2WhnimGGm1vvFSeWQAn4-s34QF4pOciRE9M_ch0hM6n5-kfOd4GEJr_Z6PtNBlrmaX-zQQj1c0fZ7lqszAeurW56_yjL8DRXctqzhkMuqtxdMtIWNetRKCLA/s16000/P1063176.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLSaE9tloXrg9keElM2svhEMYH0pkE9bRaDiUvmDd3mUsikCi5RkF-14lKu5CcxwGHx6pZD0fITpqvUGtCdGCHIB0bDmraXID-6JYRAwuRD1n3K1kDxbL0-LE4LrslNeimQGDWv-cfjWRduKNGPcd0ngb9EjFBY-ZefUFend240lL-s2tAEhFM_ajgBw/s1200/P1063128.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLSaE9tloXrg9keElM2svhEMYH0pkE9bRaDiUvmDd3mUsikCi5RkF-14lKu5CcxwGHx6pZD0fITpqvUGtCdGCHIB0bDmraXID-6JYRAwuRD1n3K1kDxbL0-LE4LrslNeimQGDWv-cfjWRduKNGPcd0ngb9EjFBY-ZefUFend240lL-s2tAEhFM_ajgBw/s16000/P1063128.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZzSUDRU5JzFmWXeTWIXKa_sQRsHCH3hatcQWlx8KLQ_L5y5c3-vJLJbyPEX6fkUv7kI47S_T8kJOuin_MqAaN6LYVPwGFr6iMQyVRK_7kyShq280VXsHrKWjzdn3E2fxaWg8vrimok5hyaH2zh3JRHHfoIq4bS9wI1dNdkCHYSiiqDQhw4qa9J892vg/s1200/P1063116.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZzSUDRU5JzFmWXeTWIXKa_sQRsHCH3hatcQWlx8KLQ_L5y5c3-vJLJbyPEX6fkUv7kI47S_T8kJOuin_MqAaN6LYVPwGFr6iMQyVRK_7kyShq280VXsHrKWjzdn3E2fxaWg8vrimok5hyaH2zh3JRHHfoIq4bS9wI1dNdkCHYSiiqDQhw4qa9J892vg/s16000/P1063116.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgECfVcoUG11571eDPSna-XGo0mLv8B_jqmh80vXeB_km1aPD7iUFgl0FbooK5V7GzOoMGezdiSZLyIplnZdEuAWcA8-RbUVOByGqFNtYgRg_-dSKoxrXGDW4j9lvbqSzN5BYKqjq00RClMgXaVbu27fwsIjVl_jzIH4nTkmHo_NWYIQbeDNwrFrhjnMg/s1200/P1063111.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgECfVcoUG11571eDPSna-XGo0mLv8B_jqmh80vXeB_km1aPD7iUFgl0FbooK5V7GzOoMGezdiSZLyIplnZdEuAWcA8-RbUVOByGqFNtYgRg_-dSKoxrXGDW4j9lvbqSzN5BYKqjq00RClMgXaVbu27fwsIjVl_jzIH4nTkmHo_NWYIQbeDNwrFrhjnMg/s16000/P1063111.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyrjgr_FyibQG6NFK5RqcUD1N2Bgvt_bWOoom3Zj7Od0cYURGYMVPAlGHPeRYqac-bjRZ__C0bM-MIySZqCcGj6OuJ5mFDsdLDxSq13GeeLe4IBLgSeE2x2IQNZcFQ0oojHb3IjtNKoy4qhyMKuLQXQQa5TczIkis0vO2aFT6dRWTVIiwpdupCbAsovg/s1200/P1063098.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyrjgr_FyibQG6NFK5RqcUD1N2Bgvt_bWOoom3Zj7Od0cYURGYMVPAlGHPeRYqac-bjRZ__C0bM-MIySZqCcGj6OuJ5mFDsdLDxSq13GeeLe4IBLgSeE2x2IQNZcFQ0oojHb3IjtNKoy4qhyMKuLQXQQa5TczIkis0vO2aFT6dRWTVIiwpdupCbAsovg/s16000/P1063098.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI4tK0m9YCRg-ldPQoo_IgY-HvUYKsl7gkV_GW80LrGjJW76kzYsTu5RSHJewaPFouPUdImZ_RmQNDwCKMhuY5DoANf3G216wtJrESF9A-if3a0RnHJ78uwfknvnd23XjDXDmu5vUlmVufF5-AlQ1frxgGFTYsrzD2axNRHdjOGACK9a4cdbBaUXlt5g/s1200/P1063075.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhI4tK0m9YCRg-ldPQoo_IgY-HvUYKsl7gkV_GW80LrGjJW76kzYsTu5RSHJewaPFouPUdImZ_RmQNDwCKMhuY5DoANf3G216wtJrESF9A-if3a0RnHJ78uwfknvnd23XjDXDmu5vUlmVufF5-AlQ1frxgGFTYsrzD2axNRHdjOGACK9a4cdbBaUXlt5g/s16000/P1063075.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2i4jyvVfkqIkOyuXbGoVC0I7B5LU_DWN8uG7PiMptUQL-zkijO5ZXgHHiHxXbYBubiedsuOWYSJxtIq9T5jmo5k0lrJNv_gOIoKHe545R9ueBSg0Mevd7NVfJ_cS_h2S1-3EjvAjULnCde06EUvqgTQAf5PnqCY4ffiBQSlHn61dXh53hY_WguQfyMQ/s1200/P1063028.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2i4jyvVfkqIkOyuXbGoVC0I7B5LU_DWN8uG7PiMptUQL-zkijO5ZXgHHiHxXbYBubiedsuOWYSJxtIq9T5jmo5k0lrJNv_gOIoKHe545R9ueBSg0Mevd7NVfJ_cS_h2S1-3EjvAjULnCde06EUvqgTQAf5PnqCY4ffiBQSlHn61dXh53hY_WguQfyMQ/s16000/P1063028.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7YcdLqW90BSMNZ1kPPNN3Usy6w0Pllfr4-41nJYG39XY65wX43x788g4nUVdsN5SHAtfZwGNERXkPQ_K4NA_SHcQnVsh1e62nX7uZksMkbep2cw0UdySZBSxoZuY7yqUkZgFOudkW6qQCEuNAqIbWIXHRa0DK1YuJTefmRnmAU5PQo8PR1dpiAeWDDw/s1200/P1063017.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7YcdLqW90BSMNZ1kPPNN3Usy6w0Pllfr4-41nJYG39XY65wX43x788g4nUVdsN5SHAtfZwGNERXkPQ_K4NA_SHcQnVsh1e62nX7uZksMkbep2cw0UdySZBSxoZuY7yqUkZgFOudkW6qQCEuNAqIbWIXHRa0DK1YuJTefmRnmAU5PQo8PR1dpiAeWDDw/s16000/P1063017.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfCElZRlMCCM9s4Xm4RjcKXY-VvTW68jV3BJC55yVioVmLMRiiupksWGQaj-E4bxczIrwvQnW2oWw3ghy8FaUb-QIH9r_hlkvWJX-1UsK_tVmx5Qtu8WRju1Q8VVHsnoxBCOGxmkWL2PtXHUJNlvYsqnspc9ePAz3rvVymcLBkIwA_eZ-Yd5c_6LcpUg/s1200/P1063005.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfCElZRlMCCM9s4Xm4RjcKXY-VvTW68jV3BJC55yVioVmLMRiiupksWGQaj-E4bxczIrwvQnW2oWw3ghy8FaUb-QIH9r_hlkvWJX-1UsK_tVmx5Qtu8WRju1Q8VVHsnoxBCOGxmkWL2PtXHUJNlvYsqnspc9ePAz3rvVymcLBkIwA_eZ-Yd5c_6LcpUg/s16000/P1063005.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGbv8d6wlaYzQHXhRk92hdzwJxYDnFM3i9tOUWLtWsHq8rQvc3Id3dSvX49wEf7PcZ_ebdoYAGmhPgl0xD8aMQ_SF2BraZpZeXV2PCsUQuL5_5NNX1bTahxlPutTvzUBlx2ss2IlYwdwGAiIRjK1dg81Q6At1lNPxYJwVB8TVxhhZCuPnCgVOUF5lAtg/s1200/P1063001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGbv8d6wlaYzQHXhRk92hdzwJxYDnFM3i9tOUWLtWsHq8rQvc3Id3dSvX49wEf7PcZ_ebdoYAGmhPgl0xD8aMQ_SF2BraZpZeXV2PCsUQuL5_5NNX1bTahxlPutTvzUBlx2ss2IlYwdwGAiIRjK1dg81Q6At1lNPxYJwVB8TVxhhZCuPnCgVOUF5lAtg/s16000/P1063001.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRc1vB_wSiJSm0UGGKwGn5-sXoWdaf-A5DDlCNjYgu23PLbfU4dbu-YG7ZPLTLIk0UFGucZvOVhC9pMVOqr7FXy9unNd7jKeZvKkz0zjEUAf6sjWxwMzqtU4ruL9hqnkkIZvJPrU8Sel2xmcTUNBs84_OoBczl9iTwyRCWyTWIs3mZnDYVS9hmyPe88Q/s1200/P1073494.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRc1vB_wSiJSm0UGGKwGn5-sXoWdaf-A5DDlCNjYgu23PLbfU4dbu-YG7ZPLTLIk0UFGucZvOVhC9pMVOqr7FXy9unNd7jKeZvKkz0zjEUAf6sjWxwMzqtU4ruL9hqnkkIZvJPrU8Sel2xmcTUNBs84_OoBczl9iTwyRCWyTWIs3mZnDYVS9hmyPe88Q/s16000/P1073494.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_U-5cTG3TmqnmzoXO5NhfDrXf-WvldPXoSPPduAJpt8Upv50oZyHzOflfOANCprWsf6VPPUZ5Rih37yO-BYSAWH20Zob7iRoPT8qmxq-WaZqq77wYQM716VhL2U566uXJvjOZgfT5Od8sJ7XEVuEWMC-FSOTR_K3qlIIuHRSuoOCCb9BBifhSzlBh4g/s1200/P1073479.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_U-5cTG3TmqnmzoXO5NhfDrXf-WvldPXoSPPduAJpt8Upv50oZyHzOflfOANCprWsf6VPPUZ5Rih37yO-BYSAWH20Zob7iRoPT8qmxq-WaZqq77wYQM716VhL2U566uXJvjOZgfT5Od8sJ7XEVuEWMC-FSOTR_K3qlIIuHRSuoOCCb9BBifhSzlBh4g/s16000/P1073479.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwes5tYKwwevSMBQBUUKNq4H3jlvvheCeOtIxMI5KLLXkSZ46yIKWUQh_lT9Md1t7Fc_xI30u45njagH6bBktM7O7tuWfX95O-a1j4Ijt4xozm4oBZjSHXJk6XvsHZUJDUxxTmuKamWTLZSDaxJzvFbL6J_mebaZ7VuJ-V66X6Um3tsTX0t4qb2W0nmg/s1200/P1073458.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwes5tYKwwevSMBQBUUKNq4H3jlvvheCeOtIxMI5KLLXkSZ46yIKWUQh_lT9Md1t7Fc_xI30u45njagH6bBktM7O7tuWfX95O-a1j4Ijt4xozm4oBZjSHXJk6XvsHZUJDUxxTmuKamWTLZSDaxJzvFbL6J_mebaZ7VuJ-V66X6Um3tsTX0t4qb2W0nmg/s16000/P1073458.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2LwBWFcfc-vvYMpANDbs7WWeYeThUvxxZRrFY8IoxAspOg5wv-Ea8KXoXhn7bOEEijnopBZ-AnKkGi-rOslo3IjC0plJ-sXtEdpUNSsZmdnl7R38-7wr7Rm8YYBloUXBctO_a3HrLeNL-UBgDHgkN9LlGUPfxBoWs8iTLT1iTCoqXN95iunj6n7a7uQ/s1200/P1073451.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2LwBWFcfc-vvYMpANDbs7WWeYeThUvxxZRrFY8IoxAspOg5wv-Ea8KXoXhn7bOEEijnopBZ-AnKkGi-rOslo3IjC0plJ-sXtEdpUNSsZmdnl7R38-7wr7Rm8YYBloUXBctO_a3HrLeNL-UBgDHgkN9LlGUPfxBoWs8iTLT1iTCoqXN95iunj6n7a7uQ/s16000/P1073451.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXvzlLxgehj_eXqSV0utesX2-h274ahOmbRhdO2A0MnmDwqgnGSGW-rkmelvhJdrjkp_vdszo58-vKq_cQ7T3KjHxfdci33oR35_KURstujgx-A6L_IUfVQwNi9ZNCjhWdIDOA-iHeCRRPco9XBCY2wGTs4QDr2Y32imUVl4EGiR6y64NlMNsHrPM3cA/s1200/P1073411.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXvzlLxgehj_eXqSV0utesX2-h274ahOmbRhdO2A0MnmDwqgnGSGW-rkmelvhJdrjkp_vdszo58-vKq_cQ7T3KjHxfdci33oR35_KURstujgx-A6L_IUfVQwNi9ZNCjhWdIDOA-iHeCRRPco9XBCY2wGTs4QDr2Y32imUVl4EGiR6y64NlMNsHrPM3cA/s16000/P1073411.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBaOmuenmWujraNn0fnmTLwbQArTRDUj-392EI_88XGgDwzRa1m5a3126JZtZ8S34xqMnomaFBuOb8NA-947t7feAF_zQ2-oOpN3MeUAiyxWVLlF6SbjgbU0SWWpMc6MB2rBJxibcKVbxXi5KzSiseI14n2b89PbLQI2qc4e3ka8ql7M_Q7SFu4B-ycg/s1200/P1073405.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBaOmuenmWujraNn0fnmTLwbQArTRDUj-392EI_88XGgDwzRa1m5a3126JZtZ8S34xqMnomaFBuOb8NA-947t7feAF_zQ2-oOpN3MeUAiyxWVLlF6SbjgbU0SWWpMc6MB2rBJxibcKVbxXi5KzSiseI14n2b89PbLQI2qc4e3ka8ql7M_Q7SFu4B-ycg/s16000/P1073405.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzlpKgkOXbz3PwiEuh129gYmAYKnEfolvDMY8r_iTbw3g3lhPOXV1KFdS8qPoRBcC-Jae5M1lH-2NuPChOJVSJgsmZMfHGhcAhH2aZtD_HxkQM9zLwcM801uRC9eWGGUnmsizgMpuSw9MHQxni9clTAL8UdWD8WpZZpiY5d-kuAzr-RzVtiYTLfRJ83A/s1200/P1073389.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzlpKgkOXbz3PwiEuh129gYmAYKnEfolvDMY8r_iTbw3g3lhPOXV1KFdS8qPoRBcC-Jae5M1lH-2NuPChOJVSJgsmZMfHGhcAhH2aZtD_HxkQM9zLwcM801uRC9eWGGUnmsizgMpuSw9MHQxni9clTAL8UdWD8WpZZpiY5d-kuAzr-RzVtiYTLfRJ83A/s16000/P1073389.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4-B-lXO8X0k3QmXd5Hx5-EDC7xv6EHjW3UkMcmkqQEvfAQvorb-qL2XFAgWX0Aa4lj3wNP940-dqiAmSnqg5oQ5BpT56_ANorcdJyhdchcHs1TSph5zhZqXDRxUZHMC2Nk2EAEFqO5MLWhUHJ4K-HcazGQ7zOWuOEeyv5VRDph6yzrnJIqxyYR3rE3w/s1200/P1073386.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4-B-lXO8X0k3QmXd5Hx5-EDC7xv6EHjW3UkMcmkqQEvfAQvorb-qL2XFAgWX0Aa4lj3wNP940-dqiAmSnqg5oQ5BpT56_ANorcdJyhdchcHs1TSph5zhZqXDRxUZHMC2Nk2EAEFqO5MLWhUHJ4K-HcazGQ7zOWuOEeyv5VRDph6yzrnJIqxyYR3rE3w/s16000/P1073386.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVC18HLNA2ngBLbO9xjiqppoE7Iia50gWEq-kq1NnpHGfG5G6Eq7jmc5Jp-6xQC6ivkkSklseKKFh8H6clkPtkysPnG-z9w3Btb2Ez53FLmv6Jrs4IheXxryZwoZx_2YBQff4uWFXKAjUvU2fLbSXMvw-miiYLgymLcUjS3bribFtOJjpZKmS4_nyecg/s1200/P1063371.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVC18HLNA2ngBLbO9xjiqppoE7Iia50gWEq-kq1NnpHGfG5G6Eq7jmc5Jp-6xQC6ivkkSklseKKFh8H6clkPtkysPnG-z9w3Btb2Ez53FLmv6Jrs4IheXxryZwoZx_2YBQff4uWFXKAjUvU2fLbSXMvw-miiYLgymLcUjS3bribFtOJjpZKmS4_nyecg/s16000/P1063371.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdPMasgfHeNiW5hiJouvtU2JBhEPE-uCGvC8fYG8eznmNWt1ExXyiyHRQBsjRQ-sBb8raenGclcQAozitqml2OxVbQiO8ewR-Nc1Sd6LQsxEQqDr7K5KLgUMFD9hvz3MJgbZoXOAcS8BH7J49h0pQnQH-wFw4h6nvE-a1QiZwVOLYQFlLTMyM_yO6HDg/s1200/P1063359.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdPMasgfHeNiW5hiJouvtU2JBhEPE-uCGvC8fYG8eznmNWt1ExXyiyHRQBsjRQ-sBb8raenGclcQAozitqml2OxVbQiO8ewR-Nc1Sd6LQsxEQqDr7K5KLgUMFD9hvz3MJgbZoXOAcS8BH7J49h0pQnQH-wFw4h6nvE-a1QiZwVOLYQFlLTMyM_yO6HDg/s16000/P1063359.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVdVBcOKGduktbHHBFKGqdcssYlAE4BRVci_MCgTejb0Y2E47KTZG3ubhcjA1quxCyyl6_DyCJmfiaoQQJ0a5GxvF7EZfdWDhezLvTQ-YL3hxnyf2XfzogGDkPATfUkYcknOKXAC3peCWv0KgMhWR4zySyJH8hIljh4QmyTyapT8-1DSV-zQ8CCZJmBg/s1200/P1063351.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVdVBcOKGduktbHHBFKGqdcssYlAE4BRVci_MCgTejb0Y2E47KTZG3ubhcjA1quxCyyl6_DyCJmfiaoQQJ0a5GxvF7EZfdWDhezLvTQ-YL3hxnyf2XfzogGDkPATfUkYcknOKXAC3peCWv0KgMhWR4zySyJH8hIljh4QmyTyapT8-1DSV-zQ8CCZJmBg/s16000/P1063351.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3DM8K1wUjHYLpAYrFSqvXw-Yd8CBVCfDJD3j_PfkIHvcwA2-Qvoz3EHkXljZgH8ykDjPQc4GgSAdw87R2otGiTgAtS-V3URvQ8p45fzj1jI6e6V0OBfcU11D1AehRGZ7N8h-Uxd-xoWKCWYOQ6eHmKDBpTpqqgWrOSy6v9W2HrhuxRB7jd0JvjPLS7A/s1200/P1063331.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3DM8K1wUjHYLpAYrFSqvXw-Yd8CBVCfDJD3j_PfkIHvcwA2-Qvoz3EHkXljZgH8ykDjPQc4GgSAdw87R2otGiTgAtS-V3URvQ8p45fzj1jI6e6V0OBfcU11D1AehRGZ7N8h-Uxd-xoWKCWYOQ6eHmKDBpTpqqgWrOSy6v9W2HrhuxRB7jd0JvjPLS7A/s16000/P1063331.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy2EpBUaRRg9b7mL1sGGBszMR15N9fNKHvsAcV_HUtQCEaBBdb_pT_ohb-iDIp87hjKPW_01KpIVQSPkVCKyzbQUQwPcykihTT-1Ysr_DCJUpiKW9mh3rnCmhYbqkGLc-vzTNpXZnil9yTRRbDbaYU1CT76ndcD33yveZ2y_IuOBBGWKxmuOCY7Ji8ZA/s1200/P1063310.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy2EpBUaRRg9b7mL1sGGBszMR15N9fNKHvsAcV_HUtQCEaBBdb_pT_ohb-iDIp87hjKPW_01KpIVQSPkVCKyzbQUQwPcykihTT-1Ysr_DCJUpiKW9mh3rnCmhYbqkGLc-vzTNpXZnil9yTRRbDbaYU1CT76ndcD33yveZ2y_IuOBBGWKxmuOCY7Ji8ZA/s16000/P1063310.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmatdxqNEweEcQRwHawDX6iH63ZUWoW_cbcfwGNezGEn3_s5O3ZL4jxIiU55Smozp73CxmJHqNX14FBYJWO-CCDDkOYSRCDWlrNRFX9W0fa0xv8ruBtxcwQKcew6Rqrx1hDZbLkxT9r04jg020sIwQ7GJ7BlnzhHVYn9x65V0UJSm7pwSr3WrPJupYQw/s1200/P1063294.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmatdxqNEweEcQRwHawDX6iH63ZUWoW_cbcfwGNezGEn3_s5O3ZL4jxIiU55Smozp73CxmJHqNX14FBYJWO-CCDDkOYSRCDWlrNRFX9W0fa0xv8ruBtxcwQKcew6Rqrx1hDZbLkxT9r04jg020sIwQ7GJ7BlnzhHVYn9x65V0UJSm7pwSr3WrPJupYQw/s16000/P1063294.jpg" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNkWTTIrFSyJsqHYI0JuBxE1Cj-XKyX0WsatqXXnNzDmu44xaelj4nzQb9dlZa_pnf7ZtgQ_sXUhudhm-4Pco9TRNekRXzr-8T2A1bVusawVNrn2yr3m758IU9ny0Han1NeCTzx6SBzOUbs0PekpUlbwLySwKKGpmZ7OX484N3zpJnsj3Dk8doqunSvA/s1200/P1063292.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNkWTTIrFSyJsqHYI0JuBxE1Cj-XKyX0WsatqXXnNzDmu44xaelj4nzQb9dlZa_pnf7ZtgQ_sXUhudhm-4Pco9TRNekRXzr-8T2A1bVusawVNrn2yr3m758IU9ny0Han1NeCTzx6SBzOUbs0PekpUlbwLySwKKGpmZ7OX484N3zpJnsj3Dk8doqunSvA/s16000/P1063292.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCeg0vWrAt5Zvr4SOj0_86StYBnCKmjriPbulfKc_yPVlB-XvMDapMSwoVRwDJfU1f1i5nKEjO2BZgR-4fs8NoYcOpx8N9lJ1XPLiVN2dWXlZZ-BRagp6lACNHIJQL8_yXB3suI5rHYY-D3l424pRJwZu8FoGmPvD4C7vF4-6wH-sd24JirEy5czUevQ/s1200/P1063269.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCeg0vWrAt5Zvr4SOj0_86StYBnCKmjriPbulfKc_yPVlB-XvMDapMSwoVRwDJfU1f1i5nKEjO2BZgR-4fs8NoYcOpx8N9lJ1XPLiVN2dWXlZZ-BRagp6lACNHIJQL8_yXB3suI5rHYY-D3l424pRJwZu8FoGmPvD4C7vF4-6wH-sd24JirEy5czUevQ/s16000/P1063269.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg17mI-mDLTmwMHGq-c5D5Ask6t96dGkip2sgdjnjdD9WDgAxELdANFO_jmIeJZoriasfBWpO7NrAzO7Dza0ljO8xAUpyNosbVuQRmwK70ZltwfZOjK_TguFBXw2Mxa01nFJkxFA0M3UIKxS53txs8DSEYQ7Qsc4kQRQCOafOOUy-IsRu34RDKSjopEDA/s1200/P1063245.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg17mI-mDLTmwMHGq-c5D5Ask6t96dGkip2sgdjnjdD9WDgAxELdANFO_jmIeJZoriasfBWpO7NrAzO7Dza0ljO8xAUpyNosbVuQRmwK70ZltwfZOjK_TguFBXw2Mxa01nFJkxFA0M3UIKxS53txs8DSEYQ7Qsc4kQRQCOafOOUy-IsRu34RDKSjopEDA/s16000/P1063245.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj05wLVM4QHwCwjYTPjNunmjtunzsNlXj7st-HxKKcjrhnd3jOgEFFez5w2RCCCWej1ZvycgYMEWQPZ-auGU_dWBO2I9kTKB7PWOdooTEru6cdisSXzURJPuUfk1fA70zI7A389aPMERLVgE4VA_3Pz8PrnDRtHHeWsrQaxCfjkoYXHG5c0AO-jdfWjyg/s1200/P1063237.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj05wLVM4QHwCwjYTPjNunmjtunzsNlXj7st-HxKKcjrhnd3jOgEFFez5w2RCCCWej1ZvycgYMEWQPZ-auGU_dWBO2I9kTKB7PWOdooTEru6cdisSXzURJPuUfk1fA70zI7A389aPMERLVgE4VA_3Pz8PrnDRtHHeWsrQaxCfjkoYXHG5c0AO-jdfWjyg/s16000/P1063237.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxw24ecPLV_Khq4jbQ1ZyqDPtIgM7H0cBeO-EnXn6kIt9A-JJSfmgPqRY_sODTI9nTLG-so0myMT1_uZdZXIJIkDsxRRzBXM8JsgtaiCAnSdyFq84XcPMpfwgj9071nrHV-2CfqDz9V9Ykl-1GD5gRE7pogRoP2aVkxDdtgPZ7u1UgalmDIYt-Qh6ZRA/s1200/P1063234.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="800" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxw24ecPLV_Khq4jbQ1ZyqDPtIgM7H0cBeO-EnXn6kIt9A-JJSfmgPqRY_sODTI9nTLG-so0myMT1_uZdZXIJIkDsxRRzBXM8JsgtaiCAnSdyFq84XcPMpfwgj9071nrHV-2CfqDz9V9Ykl-1GD5gRE7pogRoP2aVkxDdtgPZ7u1UgalmDIYt-Qh6ZRA/s16000/P1063234.jpg" /></a><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1w-lPNLWUIxXWBPM2caHG1UfsHXqoiberL8qOLqsHi2V2CtjavXNvJEiejWj3hG4cf1J10FMqGfHjVhSQXF5eKF0mP41Pmrk0q5QI1iAoNgs9h0882NepddaKqR0-zJyBRE6fbbxk_7eFS01pDe42Tu3cvbedj7Ue_RydjzS6tisaR8LVf9rck6nYyA/s1200/P1063208.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="1200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1w-lPNLWUIxXWBPM2caHG1UfsHXqoiberL8qOLqsHi2V2CtjavXNvJEiejWj3hG4cf1J10FMqGfHjVhSQXF5eKF0mP41Pmrk0q5QI1iAoNgs9h0882NepddaKqR0-zJyBRE6fbbxk_7eFS01pDe42Tu3cvbedj7Ue_RydjzS6tisaR8LVf9rck6nYyA/s16000/P1063208.jpg" /></a></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Imagens: Rui Mota Pinto</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><span style="color: #444444; font-family: arial;">Local: Viseu, 20 de Setembro, 2022</span></div></div><p></p>Priscilla Fontourahttp://www.blogger.com/profile/03922755496656939158noreply@blogger.com