![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWoofC-hLLJ9wIJpU7czx2Kpw6gLrJWq9kgqbcTfl99EFz9PMI6VeL4ij8ClxdsC99cpa8UGyeEZYoH36g1AuLHuN_BmE_lYJs3jx8det4AuJsqGW0Uy8R1Xb_shVAvg8LGx4QRYyPNL2T/s16000/Screen+Shot+2021-03-23+at+03.22.15.png)
Vivemos uma altura frágil em que muitas vezes nos assalta a sensação de que podemos perder alguém querido a qualquer instante. Há poucos dias fui surpreendida com uma triste notícia.
Warhammer foi a banda tributo a Hellhammer. 4 membros nada prepotentes ou mascarados com atitude de superioridade. Durante os dois anos, em que os conheci e convivi com eles, encontrei-os no SWR Barroselas Metalfest tanto no parque de campismo a confraternizar com os "locais" como diziam, ou no bar a partilhar imaginários surreais que faziam rir até a pessoa mais séria. O vocalista Volker tinha bom coração, ainda chegou a enviar-me uns DVD's para a caixa postal com filmes. Sempre recordarei o Volker pela sua maneira séria de contar piadas, pois a melhor memória que podemos guardar de alguém é o que essa pessoa deixou de positivo. Por mais delicado que seja este assunto, há que exaltar o papel do arquivo como documento que perdura e situa um tempo.
Desse arquivo que guardamos, tínhamos a entrevista realizada a Oranssi Pazuzu no âmbito do festival de música SWR Barroselas Metalfest de 2018. Os Oranssi são finlandeses e tocam um black metal vanguardista que liquidifica o que qualificamos de bom. Qualquer outra banda a calhar no mesmo cartaz que OP morre na estrada, pois qualquer concerto dos nórdicos supera qualquer outro. As luzes de palco, a qualidade do som, a energia performática dos músicos é literalmente hipnótica e a descarga necessária para dias que se precisa de uma. Imagine-se a raiva de Mike Patton, com guitarras electrizantes, sintetizadores sinistros e motorik sempre a dar-lhe. Bem, que se nos cerrem as palavras e que as imagens falem por si. Gostaríamos de ter mais tempo para lançar o imenso arquivo que temos de muitas bandas que muito acarinhamos, mas só o poderemos lançar assim que o tempo permitir.
Texto e vídeo: Priscilla Fontoura